Dissertação de Mestrado:
Aplicação de Biochar de Eucaliptoeperóxidodecálcio(Cao2) no Tratamento de Solo Contaminado Por Diesel

Arthur Fernandes Gonçalves

PEAMB
Orientador
Profa. Elisabeth Ritter , D.Sc. 1998 - COPPE/UFRJ - Currículo Lattesk
Banca
Data - hora da defesa
26/02/2024
Resumo
GONÇALVES, A. F. Aplicação de biochar de eucalipto e peróxido de cálcio (CaO2) no tratamento de solo contaminado por diesel. 2024. 98 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Ambiental) – Faculdade de Engenharia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2024. Num contexto em que os combustíveis fósseis continuam a desempenhar um papel crucial no desenvolvimento humano, o diesel é um importante componente energético utilizado no Brasil. No entanto, vazamentos que podem ocorrer durante seu transporte e armazenamento representam uma ameaça à qualidade ambiental do solo. Nesse cenário, o biochar, conhecido por seus benefícios na melhoria das condições do solo, e os compostos liberadores de oxigênio, utilizados como fonte prolongada de oxigênio, emergem como possíveis agentes para a degradação de hidrocarbonetos em solos contaminados por diesel. Este estudo teve como propósito avaliar a eficácia de um tratamento utilizando biochar de biomassa de eucalipto (Eucalyptus sp.) e peróxido de cálcio (CaO2) em solo de bacias de contenção contaminado por diesel. Foram preparados biorreatores de bancada, incluindo os seguintes tratamentos: biochar de eucalipto a 5% (BC), peróxido de cálcio a 1% (Pe) e a combinação de ambos (BP). Ao longo do ensaio, a quantificação de bactérias heterotróficas totais (BHT) e bactérias degradadoras de diesel (BDD) foi realizada através do método de espalhamento em placas de Petri. Coletas periódicas foram conduzidas para analisar o sobrenadante, considerando parâmetros como pH, condutividade, salinidade, DQO e dureza. Ao fim do ensaio, foram quantificados os hidrocarbonetos totais de petróleo (HTPs) remanescentes no solo por cromatografia gasosa. A toxicidade do elutriato do solo após o tratamento, bem como a de biochar e CaO2 , foi avaliada utilizando sementes de alface (Lactuca sativa), a bactéria marinha Vibrio fischeri e o microcrustáceo Artemia sp. Destacou-se uma maior degradação de hidrocarbonetos totais de petróleo no tratamento BP, quando comparado com o controle (42 ± 7% e 28 ± 10%, respectivamente). Entretanto, o CaO2 revelou-se tóxico para a comunidade microbiana, enquanto o biochar estimulou seu desenvolvimento, apresentando 3,6 ± 0,1 × 106 UFC de BHT/g de solo, enquanto o controle obteve 1,3 ± 0,7 × 104 UFC de BHT/g de solo. A toxicidade dos elutriatos do solo após o tratamento BP foi reduzida. Ademais, os aditivos do solo não apresentaram toxicidade para a alface (menor índice de germinação encontrado de 86,16% para o CaO2), mas o peróxido, como era esperado, manifestou toxicidade para a bactéria luminescente V. fischeri, resultando em um CE50 de 0,23%. O tratamento com biochar de eucalipto e CaO2 apresentou potencial para a degradação de hidrocarbonetos totais de petróleo. Contudo, são necessários estudos adicionais para elucidar os mecanismos subjacentes e considerar sua aplicabilidade em escala prática no campo. Palavras-chave: composto liberador de oxigênio. biorreator. hidrocarbonetos totais de petróleo. ecotoxicologia.

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