Tese Doutorado:
Avaliação dos Fatores de Interferência no Ensaio In Vitro Yeast Estrogen Screen (Yes) Para Análise de Estrogenicidade em Amostras Ambientais, Compostos Orgânicos e Misturas

Giselle Gomes

DEAMB
Orientador
Profa. Daniele Maia Bila , D.Sc. 2005 - COPPE/UFRJ - Currículo Lattesk
Banca
* Profa. Daniele Maia Bila , D.Sc. 2005 - COPPE/UFRJ - Currículo Lattesk
* Prof. André Luís De Sá Salomão , Professor Ph.D. - Currículo Lattes
* Profa. Renata de Oliveira Pereira - UFJF
* Profa. Juacyara Carbonelli Campos - UFRJ
* Profa. Bianca Ramalho Quintaes - COMLURB
Data - hora da defesa
02/12/2020
Resumo
Os bioensaios têm sido recomendados para o monitoramento de desreguladores endócrinos no meio ambiente. Com isso, há um crescente interesse em ensaios com baixos limites de detecção e quantificação. O ensaio Yeast Estrogen Screen (YES) permite a análise de xenoestrogênios pela ativação transcricional do ER, fornecendo informações de atividade estrogênica total em bioequivalência (equivalente 17β-estradiol – EQ-E2). Este estudo teve como objetivo avaliar os interferentes das respostas desse ensaio. Fatores como: variação na densidade celular inicial, tempo de incubação, comprimento de onda usado para a leitura e veículo da substância de referência do ensaio foram analisados. Além disso, amostras ambientais (água potável, água superficial, efluente e afluente de estação de tratamento de esgoto, lixiviado bruto e tratado de aterro sanitário e sedimento), compostos orgânicos isolados (17β-estradiol, 17α-etinilestradiol, estrona, estriol, bisfenol-A, etilparabeno, butilparabeno, metilparabeno, propilparabeno, fulvestrant, atrazina, simazina, triclosan, cafeína e nonilfenol) e misturas de estrogênios (17β-estradiol, 17α-etinilestradiol, estrona, estriol) e bisfenol-A foram usados para o estudo desses fatores. A densidade celular inicial e o tempo de incubação do ensaio influenciaram diretamente na sensibilidade do método. No entanto, os resultados expressos em EQ-E2 e em potência relativa (PR) não sofreram influência. Amostras de água superficial, por exemplo, apresentaram resultados semelhantes para os testes de 48 e 72h de incubação do ensaio. Em contrapartida, os resultados da CE50 (concentração que efetiva 50% da resposta do ensaio) variaram dependentemente desses fatores e o uso da carta-controle para a substância de referência conferiu maior confiabilidade aos resultados, garantindo o monitoramento da média da CE50 e sua dispersão. O menor limite de detecção calculado para o método foi de 7 ± 3 ng L-1 e atingiu o valor de 0,28 ± 0,12 ng L-1 após a divisão pelo maior fator de concentração final (500 x) aplicado à matriz ambiental. Da mesma forma, o menor limite de quantificação calculado foi 21 ± 10 ng L-1, atingindo 0,84 ± 0,4 ng L-1 após considerar o fator de concentração final da amostra (500 x). Esses limites atendem ao máximo limite de detecção proposto pelo documento 2018/840/UE para o monitoramento do 17β-estradiol em águas superficiais por métodos cromatográficos, o que destaca a aplicabilidade do ensaio. Ademais, com a avaliação dos fatores interferentes na análise da estrogenicidade de amostras ambientais, compostos orgânicos e misturas, um protocolo otimizado e uma lista de recomendações para a implementação e realização do ensaio YES com segurança e confiabilidade nos resultados foram elaborados. Palavras-chave: Ensaio YES (Yeast estrogen screen); Atividade estrogênica; Desreguladores endócrinos; Estrogênios; Xenoestrogênios; Matrizes ambientais.

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