Dissertação de Mestrado:
Estudo Sobre a Viabilidade de Incorporação do Lodo de Estação de Tratamento de Água no Substrato Para Produção de Espécies Nativas da Mata Atlântica (Brasil)

Cleonice Lucia Barbosa Mattos da Cruz

PEAMB
Orientador
Profa. Elisabeth Ritter , D.Sc. 1998 - COPPE/UFRJ - Currículo Lattesk
Coorientador
Profa. Ana Silvia Pereira Santos , D.Sc. 2010 - COPPE/UFRJ - Currículo Lattes
Banca
* Profa. Elisabeth Ritter , D.Sc. 1998 - COPPE/UFRJ - Currículo Lattesk
* Profa. Ana Silvia Pereira Santos , D.Sc. 2010 - COPPE/UFRJ - Currículo Lattes
* Prof. Marcelo Obraczka Currículo Lattesk
* PProfa.Dra. Renata de Oliveira Pereira - Fac. de Engenharia - UFJF
Data - hora da defesa
23/08/2018
Resumo
O lodo é o principal resíduo de uma estação e tratamento de água (ETA) e sua destinação inadequada pode acarretar danos à saúde humana e ao meio ambiente. Diversas alternativas de disposição do lodo de ETA podem ser empregadas e principalmente alternativas que permitam a valorização de resíduos como matéria-prima. Neste trabalho foi avaliada a incorporação do lodo de ETA no substrato para produção de mudas de espécies nativas da Mata Atlântica. O lodo utilizado no experimento é proveniente da ETA Porto das Caixas, localizada no município de Itaboraí/RJ. Já o viveiro florestal localiza-se no município de Magé/RJ e ambos são operados pela Companhia Estadual de Águas e Esgotos (CEDAE). Foram utilizadas as espécies Schinus terenbinthifolius (Aroeira Pimenteira) e Pterocarpus violaceus (Aldrago). Atualmente o viveiro utiliza no substrato 50% de lodo proveniente de estação de tratamento de esgoto (ETE) e 50% de um solo adquirido comercialmente. O objetivo do presente trabalho foi a substituição do solo comercial pelo lodo de ETA. Para isso foram produzidos percentuais de lodo de ETA com percentuais de lodo de ETE. O primeiro traço, traço testemunho (T1), corresponde ao utilizado no viveiro, os demais possuem as seguintes composições: T2 com 100% de lodo de ETA, T3 com 75% de lodo de ETA e 25% de lodo de ETE, T4 com 50% de lodo de ETA e 50% lodo de ETE, T5 com 25% de lodo de ETA e 75% lodo de ETE e T6 com 100% lodo de ETE. Algumas análises foram realizadas para verificação da possibilidade de incorporação do lodo da ETA. Analisando os resultados verificou-se que é possível incorporar o lodo de ETA para produção de mudas, porém a composição do traço é primordial para a utilização. O traço que apresentou melhores resultados foi o traço T5, pois foi o único que alcançou 100% de sobrevivência e maiores taxas de crescimento em relação à altura e ao diâmetro do coleto, assim como o maior Índice de Qualidade de Dickson (IQD). Um fator limitante verificado para o uso do lodo em produção de mudas é o teor de umidade que está diretamente relacionado à quantidade de lodo de ETA incorporado ao traço. Quanto maior o teor de umidade mais difícil é a trabalhabilidade dos traços, o que afeta a produção nos viveiros florestais. Foi verificado que os traços com maior porcentagem e lodo de ETA não possuem nutrientes suficientes para a produção das mudas, visto que as concentrações de nutrientes como Cálcio e Fósforo necessários para crescimento das mudas, ficaram abaixo das concentrações encontradas no lodo de ETE. Em relação aos benefícios econômico e ambiental, verificou-se que é possível evitar o uso anual de aproximadamente 7.500 m3 de solo, gerando uma economia na compra desse material de aproximadamente R$ 432 mil reais ao ano. Considerando o volume de lodo de ETA que deixaria de ser disposto em aterro sanitário, seria possível obter uma economia anual acima de R$ 290 mil. Assim, de maneira global, a economia anual para a produção de mudas atualmente poderia ser superior a R$ 720 mil reais. Desta forma o trabalho contribui com uma importante ferramenta de gestão do lodo gerado em estações de tratamento de água, que até os dias atuais ainda apresenta deficiência na destinação ambientalmente adequada.Palavras-chave: Lodo de estação de tratamento de água; Produção de mudas florestais; Uso benéfico de resíduos sólidos.

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