Dissertação de Mestrado:
Avaliação de Risco Ecológico em Área Alagada Contaminada Por Gasolina

Linha de Pesquisa:
Saneamento Ambiental- Controle da Poluição Urbana e Industrial

Maíra Peixoto Mendes

PEAMB
Orientador
Profa. Marcia Marques Gomes , Ph.D. 2000 - Royal Institute of Technology-KTH, Estocolmo/Suécia - Currículo Lattesk
Coorientador
Profa.Dra.Julia Carina Niemeyer
Banca
* Profa. Marcia Marques Gomes , Ph.D. 2000 - Royal Institute of Technology-KTH, Estocolmo/Suécia - Currículo Lattesk
* Profa. Daniele Maia Bila , D.Sc. 2005 - COPPE/UFRJ - Currículo Lattesk
* Prof.Dr.Ricardo Gonçalves Cesar - Instituto de Geociências - UFRJ
Data - hora da defesa
05/04/2016
Resumo
A Avaliação de Risco Ecológico (ARE) é uma importante ferramenta para o gerenciamento de áreas contaminadas pois inclui a identificação dos efeitos adversos dos contaminantes ao ambiente. Benzeno, tolueno, etilbenzeno e xileno (BTEX), principais componentes da gasolina, são comumente encontrados em solos e águas subterrâneas contaminados em função de acidentes em dutos de transporte ou tanques de armazenamento. O objetivo do presente estudo foi desenvolver um modelo de ARE englobando os compartimentos ambientais água superficial, sedimentos e água subterrânea, em uma área de alagamento intermitente, atingida pelo derrame acidental de gasolina. O modelo foi baseado na Metodologia Tríade que inclui a integração dos resultados das linhas de evidência (LoE) química, ecotoxicológica e ecológica, para a estimativa do Risco Ambiental (RIAmb). Foram selecionados 9 pontos de água superficial e sedimentos dentro da área alagada; o 10º ponto foi considerado referência de área não afetada pela contaminação. Para a água subterrânea, 8 poços de monitoramento foram selecionados e um 9º poço foi considerado como referência. As campanhas foram realizadas em dezembro de 2012, julho e outubro de 2014 e fevereiro de 2015. A LoE química contou com resultados das análises de metais, BTEX e naftaleno; a LoE ecotoxicológica com bioensaios agudos (Aliivibrio fischeri, Hyalella azteca e Daphnia similis) e crônicos (Artemia salina, Desmodesmus subspicatus e D. similis). Em amostras de água, para a construção da LoE ecológica, utilizou-se biomarcadores de desregulação endócrina e de genotoxicidade em Oreochromis niloticus (Tilápia-do-Nilo) e, em sedimentos, o potencial de biodegradação de petróleo pela microbiota autóctone. Os resultados da LoE química indicaram que o nível de risco associado à contaminação por gasolina foi reduzido de maneira acentuada na água superficial e nos sedimentos da área alagada entre 2012 e 2015. A água subterrânea, no entanto, foi o compartimento ambiental mais afetado pelo acidente, exibindo fase livre de gasolina, elevadas concentrações de BTEX e naftaleno, e manteve um nível do risco químico extremo. Os resultados dos bioensaios agudos e crônicos da LoE ecotoxicológica indicaram redução no nível de risco na água superficial e nos sedimentos, entre 2012 e 2015. Para água subterrânea, o nível de risco ecotoxicológico apresentou redução inferior a 10%, mantendo-se extremo. O resultado dos ensaios com biomarcadores indicou efeitos de desregulação endócrina e de genotoxicidade em O. niloticus expostos às amostras de água superficial e subterrânea, em todas as campanhas, inclusive nos pontos/poços considerados referências de área não contaminada. Em 2015, mesmo na ausência de BTEX em valores acima dos limites de detecção, o nível de risco ecológico pouco variou para a água superficial. Houve aumento do risco ecológico em 35% para a água subterrânea. O resultado dos ensaios com a microbiota degradadora de petróleo sugere ausência de potencial de biorremediação da área alagada. O RIAmb da água superficial e dos sedimentos manteve-se moderado/ausente. Entretanto, o resultado das três LoEs para a água subterrânea apontam para nível de risco extremo, indicando a necessidade de medidas urgentes de remediação. Palavras–chave: Derramamento de gasolina; Avaliação de risco ecológico; Metodologia Tríade; Ecotoxicologia aquática; Biomarcadores.

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