Dissertação de Mestrado:
A Certificação Ambiental e a Sustentabilidade em Arenas Esportivas Brasileiras
Paulo Antonio Bisaggio Junior
- PEAMB
- Orientador
Prof. Elmo Rodrigues Da Silva , D.Sc. 1998 - ENSP/FIOCRUZ - k- Banca
* Prof. Elmo Rodrigues Da Silva , D.Sc. 1998 - ENSP/FIOCRUZ - k
* Prof. André Luís De Sá Salomão , Professor Ph.D. -
* Profa Dra. Maria Isabel Lopes da Costa - Engenharia Ambiental e Sanitária - Centro Universitário Serra dos Órgãos (UNIFESO)
* Profa Dra. Rosane Cristina de Andrade - FEN/UERJ
- Data - hora da defesa
- 04/09/2019
- Resumo
- O conceito de desenvolvimento sustentável proposto nas Conferências Mundiais de
Meio Ambiente diz respeito ao uso racional dos recursos naturais em harmonia com o meio
ambiente e para garantir a sustentabilidade planetária das gerações atuais e futuras. Assim, a
cadeia produtiva da Construção Civil tem um papel importante nesse sentido, devido ao
consumo elevado de recursos naturais e a poluição gerada. Para se avaliar a sustentabilidade
na Construção Civil foram criadas certificações ambientais, como a Leadership in Energy and
Environmental Design (LEED). Essa certificação foi utilizada na Copa do Mundo de 2014 no
Brasil para certificar as arenas esportivas a serem construídas ou reformadas em doze cidadessede,
por exigência da Fédération Internationale de Football Association (FIFA). A questão
que motivou esta pesquisa foi saber se esse processo efetivamente tornou melhor o
desempenho ambiental dos estádios certificados e se eles podem ser considerados “mais
sustentáveis”. O objetivo da pesquisa foi avaliar o processo da certificação ambiental pelo
organismo internacional LEED utilizado nas arenas esportivas brasileiras, segundo os critérios
de sustentabilidade para a Construção Civil. O estudo teve uma abordagem qualitativa,
exploratória e descritiva. Para a análise da sustentabilidade e do desempenho ambiental foram
selecionados dez estádios brasileiros certificados pelo LEED (versão 3.0 - 2009). A relevância
desse tema diz respeito ao papel do futebol no país: em um fim de semana, mais de 200 mil
pessoas vão aos estádios, utilizando transporte público ou particular, produzindo resíduos e
consumindo recursos naturais, água e energia. Além disso, existe o grande público espectador
fora dos estádios. As três dimensões da sustentabilidade (aspectos ambientais, econômicos e
socioculturais) devem ser contempladas, sem as quais não se pode falar de sustentabilidade
nos estádios, embora esses tenham sido certificados e obtido avanços nesse sentido. Do ponto
de vista econômico, alguns estádios poderiam ter um desempenho ambiental melhor, com
custos e despesas de operação e manutenção menores, sobretudo dando continuidade às ações
ambientais adotadas. Mesmo os estádios que obtiveram ganhos, ainda assim eles têm
dificuldades para se tornarem rentáveis, pois exigem um público grande e permanente para
cobrir os custos operacionais. O aspecto sociocultural poderia ser contemplado em todas as
certificações das arenas esportivas, sobretudo em campanhas para a sensibilização do público,
como, por exemplo: incentivo à preservação do meio ambiente, reciclagem de resíduos,
redução do consumo de água e energia, estímulo ao uso de transporte público ou alternativo,
combate ao racismo, à violência, dentre outras. A limitação deste trabalho diz respeito à
impossibilidade de se verificar o que restou efetivamente de legado dos estádios que sediaram
a Copa do Mundo de 2014. Para estudos futuros, sugere-se desenvolver indicadores para se
avaliar empiricamente o que restou das ações ambientais realizadas nas arenas certificadas
para a Copa de 2014, além de se desenvolver uma metodologia mais adequada à realidade
brasileira para se certificar os estádios de pequeno e médio portes, independente das
certificações como o selo LEED, a fim de se implementar ações sustentáveis com ganhos
ambientais, econômicos e sociais.
Palavras-chave: Sustentabilidade; Construção Civil; Certificação Ambiental; LEED; Estádio
de Futebol; Arena Esportiva; Copa do Mundo; FIFA