Dissertação de Mestrado:
Biotecnologia Aplicada à Remoção do Brometo de Etídio Por Ficorremediação
Heleno Cavalcante de Almeida
- PEAMB
- Orientador
Prof. André Luís De Sá Salomão , Professor Ph.D. - - Coorientador
- Profa. Dra. Lia Cardoso Rocha Saraiva Teixeira
- Coordenador
Profa. Maíra Kronemberg Lima - Banca
* Profa. Dra. Lia Cardoso Rocha Saraiva Teixeira - FEN/UERJ
* Prof. André Luís De Sá Salomão , Professor Ph.D. -
* Profa. Marcia Marques Gomes , Ph.D. 2000 - Royal Institute of Technology-KTH, Estocolmo/Suécia - k
* Dra. Maria Egle Cordeiro Setti - Escola Nacional de Saúde Pública - FIOCRUZ
* Dra. Andréia da Silva Oliveira - CEO da Empresa iBench
- Data - hora da defesa
- 01/01/2019
- Resumo
- Os resíduos químicos gerados por laboratórios de pesquisa e/ou de ensino
em universidades e centros de pesquisa, se não forem manuseados
adequadamente, geram uma grande preocupação, devido aos riscos ambientais.
Alguns resíduos de compostos orgânicos são descartados de forma incorreta
quando são provenientes de lavagem de vidraria e limpeza de equipamentos
laboratoriais. O brometo de etídio (EtBr) é um composto orgânico amplamente
utilizado como um intercalador de DNA em procedimentos de biologia molecular.
Este tem a capacidade de intercalar na molécula de DNA, tornando-o uma
substância tóxica. Entre as estratégias de tratamento de águas residuais, o uso de
microalgas (ficorremediação) tem sido considerado como uma opção potencialmente
eficaz para remoção de contaminantes. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito
ecotoxicológico do EtBr e a sua remoção em matriz aquosa por três espécies de
microalgas unicelulares individualmente (Chlorella vulgaris, Desmodesmus
subspicatus e Raphidocelis subcapitata) e em mistura (Mix). A concentração de EtBr
que causou efeito em 50% (EC50) da microalga D. subspicatus foi 0,375 mg/l e a
maior concentração que não causou efeito (NOEC) foi 0,25 mg/L. No primeiro ensaio
de tratabilidade de 24h a R. subcapitata quando exposta a concentração de 2,0 mg/l
de EtBr apresentou uma remoção total (microalgas + fotodegradação) de 34%,
sendo 13 % por fotodegradação e 21% pelas microalgas, sendo que 13 % de
remoção ocorreu nas primeiras 6 h. No segundo ensaio de tratabilidade não foram
observadas grandes variações no número de algas/mL após 3 h de exposição a uma
solução 0,5 mg / L de EtBr em água mineral, começando e terminando com 106
algas / mL, com exceção de R. subcapitata que terminou com 107 algas / mL. Os
resultados em valores absolutos de remoção de EtBr (medidos por fluorescência)
após 1 h de tratamento foram: Mix>D. subspicatus>C. vulgaris>R. subcapitata. Após
3 h os melhores resultados em valores absolutos (mg de EtBr) foram: Mix>D.
subspicatus>R. subcapitata>C. vulgaris. No entanto, se forem considerados dados
relativos de densidade de microalgas (mg/algas/mL), a classificação após uma hora
foi: C. vulgaris> Mix>D. subspicatus>R. subcapitata; após 3 h o ranking foi: D.
subspicatus>C. vulgaris> Mix>R. subcapitata. Concluiu-se que, apesar do baixo
percentual de remoção de EtBr (<11%) obtido com Mix, isso possivelmente esteve
relacionado com a baixa densidade de microalgas (106 algas/mL) nos ensaios de
tratamento. Com base nesses resultados, foi possível estimar a densidade de cada
espécie de microalgas necessária para a remoção total de EtBr, como segue: 1010
algas/mL para C. vulgaris, D. subspicatus e Mix; e 1011 algas/mL para R.
subcapitata.
Palavras-chave: Ficorremediação; Efluente de laboratório; Brometo de Etídio;
Biomassa de algas; Densidade de Microalgas.