Dissertação de Mestrado:
Avaliação de Risco Ecológico Decorrente da Presença de Micropoluentes na Sub-bacia Hidrográfica Urbanizada do Rio João Mendes, Niterói – Rj
Juliana Azevedo Sabino
- PEAMB
- Orientador
Prof. André Luís De Sá Salomão , Professor Ph.D. - - Banca
* Prof. André Luís De Sá Salomão , Professor Ph.D. -
* Profa. Marcia Marques Gomes , Ph.D. 2000 - Royal Institute of Technology-KTH, Estocolmo/Suécia - k
* Prof. Dr. Fábio Veríssimo Correia - Instituto de Biociências - CCBS - UNIRIO
- Data - hora da defesa
- 03/04/2018
- Resumo
- A sub-bacia hidrográfica do rio João Mendes é um dos mais importantes contribuintes do sistema lagunar Piratininga/Itaipu na região oceânica de Niterói, no entanto, vem sofrendo com o constante lançamento de esgoto. A Avaliação de Risco Ecológico (ARE) é uma importante ferramenta para o gerenciamento de áreas contaminadas, pois avalia a probabilidade de ocorrência de efeitos ecológicos adversos como resultado da exposição a fatores de estresse. O objetivo deste trabalho foi contribuir para o diagnóstico ambiental a partir da avaliação dos riscos ecológicos da possível presença de micropoluentes nas águas superficiais dos rios que compõem a sub-bacia do rio João Mendes. Quatro coletas de monitoramento foram realizadas em 4 pontos, sendo um de referência (sem contaminação) e 3 com suspeita de contaminação por lançamento de esgoto. O modelo de ARE utilizado foi o proposto por Mendes, baseado na Tríade Holandesa, o qual integrou as linhas de evidência (LoE) química e ecotoxicológica para estimar o risco ambiental da área de estudo. Foram realizados o monitoramento dos parâmetros físico-químicos e de um grupo de substâncias de interesse químico (SQI) por cromatografia. Os ensaios ecotoxicológicos que integraram a LoE ecotoxicológica foram: avaliação de toxicidade crônica através da frequência de micronúcleos em peixes da espécie Oreochromis niloticus (Tilápia do Nilo) após 5 dias de exposição às amostras de água superficial, avaliação da inibição de crescimento da microalga Raphidocelis subcapitata após 4 dias de exposição, avaliação da reprodução em microcrustáceos da espécie Ceriodaphnia dubia após 7 dias de exposição às amostras de água superficial e verificação de atividade estrogênica através de ensaios realizados com cepa modificada da levedura Saccharomyces cerevisiae expostas às amostras ambientais de água superficial após 3 dias de exposição, utilizando a metodologia YES. O ponto amostral P0 não apresentou diferença significativa quando comparado aos controles específicos dos ensaios de ecotoxicologia, e apresentou baixas concentrações das SQI e nos parâmetros de físico-química. Com isso, pode ser utilizado como ponto de referência no cálculo das LoE e da ARE para os 3 pontos de monitoramento (P1, P2 e P3). Os 3 pontos amostrais apresentaram Risco extremo (>0,75) em todas as coletas para ambas LoE (química e Ecotoxicológica), assim como no Risco Ecológico Integrado (P1>0,89, P2>0,88 e P3>0,88). Os maiores riscos foram verificados nos pontos onde ocorreram as maiores concentrações de Bisfenol A e sulfametoxazol, sendo estes considerados como alguns dos possíveis responsáveis pelo risco extremo atribuídos a esses pontos e que tiveram no alto grau de toxicidade crônica nos ensaios ecotoxicológicos.
Palavras-chave: Tríade Holandesa, Risco Ambiental, Água Superficial, Descarga de Efluentes, Toxicologia Aquática.