Dissertação de Mestrado:
Lixiviação de Potássio em Latossolo Amarelo na Amazônia Central Brasileira
Clayton Veríssimo Hashimoto
- PEAMB
- Orientador
- Prof. Dr. Wenceslau Geraldes Teixeira - Embrapa
- Banca
* Prof. Dr. Wenceslau Geraldes Teixeira - Embrapa
* Profa. Elisabeth Ritter , D.Sc. 1998 - COPPE/UFRJ - k
* Prof. Dr. Sílvio Roberto de Lucena Tavares
* Prof.Dr. Guilherme Kangussú Donagemma - Embrapa
- Data - hora da defesa
- 28/06/2018
- Resumo
- O conhecimento da dinâmica dos nutrientes adicionados em adubações é
imprescindível para o correto manejo da fertilidade e nutrição das plantas, bem como
para avaliar possíveis fontes de contaminação do solo e das águas subterrâneas. O
presente trabalho teve como objetivo avaliar a lixiviação de potássio em um
Latossolo Amarelo muito argiloso na Amazônia Central Brasileira, sob cobertura de
dendezais adubados e não adubados e na floresta primária. Para isso, foi realizada
a caracterização físico-química do solo estudado para determinação dos parâmetros
da curva de retenção de água e a realização de ensaios em colunas para obtenção
das curvas de distribuição de efluentes (breakthrough curves) utilizando amostras de
duas profundidades do solo amazônico. A partir destas curvas, foram determinados
os parâmetros de transporte de solutos utilizando o programa computacional
STANMOD. Simulações dos fluxos de água no solo também foram realizadas
utilizando o modelo HYDRUS-1D, onde foram consideradas as características do
solo, condições de contorno e dados de precipitação efetiva e evapotranspiração da
cultura. Os resultados obtidos para os fluxos de água acumulados durante
determinados períodos foram utilizados para estimar a quantidade de potássio
lixiviada. A concentração de K na solução do solo foi coletada periodicamente nas
profundidades de 20, 40 e 100 cm. Os resultados mostraram que o potássio
apresentou baixa interação com o solo e alto potencial de lixiviação, atingindo as
maiores concentrações no dendezal adubado, principalmente após grandes
precipitações, com uma concentração acumulada de 45,11 kg K ha-1 aos 100 cm de
profundidade. No dendezal não adubado foi estimada uma lixiviação total de 34,48
kg K ha-1 a 100 cm. Esta quantidade relativamente elevada de K deve ser oriunda de
efeito acumulativo de fertilizações potássicas anteriores e decomposição da rica
liteira em K dos dendezais. Na floresta, a lixiviação de K foram as menores
registradas, com 8,39 kg K ha-1, possivelmente oriunda da decomposição da matéria
orgânica do próprio ambiente. O restabelecimento da concentração de K na solução
do solo a valores similares às condições anteriores à fertilização no dendezal
adubado ocorreu cerca de 90 dias após a aplicação do fertilizante, tendo havido
neste período uma precipitação de 627 mm. Conclui-se pela necessidade de
extensão do estudo incluindo períodos de menor pluviosidade. Ressalta-se a
importância da obtenção de dados de evapotranspiração do cultivo e da utilização
de dados de precipitação efetiva em simulações de fluxo de água em programas
computacionais. Para otimização do uso de fertilizantes, recomenda-se observar
fertilizações anteriores, assim como as características do solo e o regime de chuvas
da região. A lixiviação de K e contaminação de lençol freático, apesar de registrada
no Brasil apenas quando da aplicação intensiva de vinhaça no solo em usinas de
processamento de cana-de-açúcar, apresenta também um potencial risco em águas
residuárias em usinas de extração de óleo de dendê.Palavras-chave: Breakthrough curves; Adubação; Simulações; STANMOD;
HYDRUS-1D.