Dissertação de Mestrado:
Avaliação da Qualidade de Águas Superficiais e de Sedimentos Quanto à Toxicidade e Atividade Estrogênica

Linha de Pesquisa:
Saneamento Ambiental - Controle da Poluição Urbana e Industrial

Giselle Gomes

PEAMB
Orientador
Profa. Daniele Maia Bila , D.Sc. 2005 - COPPE/UFRJ - Currículo Lattesk
Coorientador
Profa. Dra. Adriana Sotero Martins
Banca
* Profa. Daniele Maia Bila , D.Sc. 2005 - COPPE/UFRJ - Currículo Lattesk
* Dra. Adriana Sotero Martins - ENSP - FIOCRUZ
* Dr. Enrico Mendes Saggioro - ENSP - FIOCRUZ
* Dr. Geraldo Lippel Sant'Anna Junior - FEN - UERJ
Data - hora da defesa
01/01/2015
Resumo
Uma série de compostos químicos tem sido classificada como desreguladores endócrinos, tais como pesticidas, produtos químicos empregados e produzidos por indústrias e estrogênios naturais e sintéticos. A presença destes compostos em matrizes ambientais tem gerado cada vez mais preocupação na comunidade científica, em virtude dos seus potenciais efeitos adversos à saúde de várias espécies, uma vez que estas substâncias interferem na produção, liberação, metabolismo e eliminação de hormônios, podendo ainda simular a ação destes. Para a determinação da presença de desreguladores endócrinos podem ser utilizadas diferentes metodologias. Um dos principais ensaios in vitro utilizados para determinação da atividade estrogênica é o ensaio YES (Yeast Estrogen Screen), um método desenvolvido por Routledge e Sumpter que utiliza a levedura Saccharomyces cerevisiae geneticamente modificada. Neste trabalho foi analisada a presença de atividade estrogênica, através do ensaio YES, em água bruta e potável provenientes do Rio Guandu, localizado no estado do Rio de Janeiro, Brasil, e em água bruta e sedimentos do Rio Santa Lucía localizado no Uruguai. Análises cromatográficas também foram realizadas para as amostras de águas provenientes do Rio Guandu. Testes de ecotoxicidade e parâmetros físico-químicos também foram determinados. Com base nos resultados desse estudo, pode-se dizer que o ensaio YES se mostrou uma importante ferrramenta de monitoramento e avaliação da qualidade de águas e sedimentos quanto à presença de atividade estrogênica, sendo 10,13 ± 3,65 ng.L-1 o limite de detecção do ensaio. Das amostras do Rio Guandu, 75% apresentaram atividade estrogênica, sendo que 20% das amostras de água bruta apresentaram EQ-E2 superior a 1 ng.L-1. O que é motivo de preocupação, visto que essa concentração já é responsável por efeitos danosos aos seres vivos. As amostras de água potável também apresentaram estrogenicidade, o que indica que o tratamento da água deveria ser otimizado a fim de alcançar a remoção desses micropoluentes prejudiciais à saúde humana e de outros animais. Valores de EQ-E2 inferiores a 1 ng.L-1 foram detectados nas amostras do Rio Santa Lucía, o que não descarta a necessidade de atenção, dado que o efeito sinérgico, em matrizes ambientais, desses micropoluentes é sempre preocupante. Nas amostras submetidas à cromatografia líquida de alta eficiência com detector de fluorescência, foi possível detectar o composto 17αetinilestradiol em 95% delas. Os testes de toxicidade aguda foram ineficientes para predizerem os efeitos causados no meio ambiente por essa classe de micropoluentes. Assim, os ensaios de atividade estrogênica, são os mais indicados para avaliar os efeitos em potencial dos desreguladores endócrinos, por isso, suas metodologias deverão ser completamente dominadas e implantadas como ensaios necessários para avaliar os efeitos de efluentes descartados. Palavras-chave: Desreguladores endócrinos, ensaio in vitro YES, toxicidade aguda, matrizes ambientais

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