Uerj é Parceira na Construção da Primeira Estrada Parque do Estado

Criada em 22/07/2011 05:26 por maperna | Marcadores: fen geral


http://www.uerj.br/publicacoes/emquestao/UERJemQuestao88.pdf

Localizada em área de proteção ambiental na Serra da Mantiqueira, a região de Visconde de Mauá será contemplada com a primeira estrada parque do estado do Rio de Janeiro. O projeto, do qual a UERJ participa, vai ligar Capelinha a Visconde de Mauá (na estrada RJ 163) e atravessará um trecho da área de proteção procurando se adaptar ao local e evitando possíveis impactos ao meio ambiente. A estrada, de asfalto com material menos poluente, inclui mirantes e passagens subterrâneas e aéreas para a travessia de animais.

Esta foi a primeira participação da UERJ em um projeto do gênero. Josué Setta, professor do departamento de Construção Civil e Transportes da Faculdade de Engenharia, explica que existiam propostas para a construção de estradas entre Penedo e Visconde de Mauá, mas havia resistência dos moradores de Visconde de Mauá, que não desejavam o aumento do movimento de carros na região. O governo do estado optou então pelo conceito de estrada parque e elaborou um decreto determinando a construção do acesso à região sob essas condições. Depois do consenso – que envolveu o Instituto Estadual do Ambiente e o Departamento de Estradas de Rodagem  –  para que fossem feitos ajustes na construção da estrada, a Universidade foi convidada a participar orientando os técnicos e operários. A primeira tarefa da equipe da UERJ foi analisar o projeto apresentado por uma empresa privada e algumas proposições que dessem o perfil de estrada parque ao trecho. Em seguida, o mesmo grupo da Universidade sugeriu adequações, gerenciou projetos complementares e realizou um estudo sobre a tecnologia a ser utilizada.

Como ainda não existe um único conceito para esse tipo de estrada, a equipe levou em consideração modelos já existentes, como aqueles do Centro-Oeste
e desenvolvidos pelo Instituto Mata Atlântica. Segundo o professor Setta a maior contribuição da Universidade foi construir uma metodologia para projetos
de estrada parque, pois foram necessárias algumas adaptações em termos de soluções técnicas aos já existentes: “tivemos, por exemplo, que avaliar o tipo de
obra para contenção de encosta. Em alguns trechos havia a proposta de alargar muito a estrada e isso foi alterado por nós”. Ele observa que audiências públicas
com a comunidade local serviram para esclarecer dúvidas. Participaram dessa etapa do projeto multidisciplinar outros docentes da UERJ, consultores e estudantes.

Cultura ambiental
Na opinião de Josué Setta é preciso que a sociedade contribua no estabelecimento de um acordo para o conceito de sustentabilidade: “o grande desai o
dessas estradas são os confrontos cultural e conceitual. De um lado temos um ambientalismo preservacionista extremado, que não permite que se mexa
em nada e, de outro, órgãos executores que não foram formados nessa cultura e normalmente se preocupam mais com a relação custo / benefício”. Por isso é necessário que a conscientização ambiental seja internalizada pelos trabalhadores envolvidos (operadores de máquina, engenheiros, peões etc.), de modo que sejam explicadas a eles as peculiaridades da construção de uma estrada que demanda adaptações de acordo com o que é encontrado no decorrer da obra. No caso especial
das estradas parque é indispensável que os encarregados da sua execução enxerguem a obra de forma diferente, respeitando pedras e pontes antigas que por
acaso estejam no meio do caminho. Segundo o professor, “uma estrada tradicional é trabalho de intervenção que liga um ponto a outro e determina o trajeto no
qual somos passantes. Já a estrada parque é parte do lazer, do prazer de se movimentar, e deve ser encarada como etapa desse deslocamento. Nela faz sentido
reduzir o limite de velocidade, criar pontos de contemplação, ter informações sobre o tipo de fauna que habita a região, entre muitos outros detalhes”.

Tradicionalmente, em uma obra de engenharia é feito um estudo técnico de viabilidade que leva em consideração a relação “maior benefício pelo menor custo”. Em uma estrada parque esse conceito não pode prevalecer, defende o professor: “se for preciso que a estrada, em vez de ter um leito de sete metros de largura, tenha
um leito de seis metros e meio em determinado trecho porque queremos deixar à vista uma vegetação ou se precisarmos fazer uma contenção de encosta por um método mais lento e custoso em favor da preservação das características locais, vale a pena o sacrifício, mesmo que a obra leve mais tempo para ser concluída.” Para que a percepção dos envolvidos nesse tipo de obra seja alterado é papel da Universidade disseminar a informação e interagir com a sociedade e os órgãos executores. Trata-se de um processo de conscientização e de formação cultural que leva tempo, porque os trabalhadores precisam estar conscientes de que   participam de um tipo diferente de construção.

Cronograma
A Secretaria de Estado de Obras informa que a estrada parque tem 16 km de pavimentação, saindo de Capelinha e chegando à Vila dos Imigrantes em Visconde de Mauá, com um custo estimado de R$ 49 milhões. A fase de terraplanagem está concluída e a pavimentação em estágio avançado. As zoopassagens subterrâneas,
instaladas ao longo do trajeto, começam a mostrar a sua importância ao servir de caminho para os animais silvestres, que antes se aventuravam na estrada. A previsão é de que o projeto, que inclui ainda a urbanização da Vila e a adequação ambiental da estrada, “esteja  finalizado até outubro de 2011”, segundo o subsecretário de projetos de urbanismo da Secretaria de Estado de Obras, Vicente Loureiro.  O DER, órgão vinculado à Secretaria, está encarregado de executar a obra.

Loureiro acrescenta que além de melhorar o acesso à região, a rota Capelinha-Mauá inclui projetos de saúde, de conectividade e de qualificação proi ssional: “hoje,
se uma pessoa passa mal em Visconde de Mauá durante a noite deve esperar até a manhã seguinte para seguir a um hospital em segurança. Com a nova estrada haverá melhor qualidade no acesso de turistas e no trânsito de moradores entre a região e os municípios de Resende e Itatiaia”. Ele destaca a parceria com a UERJ ao ai rmar que é “de suma importância” a participação da universidade na elaboração de projetos, porque traz para o âmbito do governo experiências novas e projetos antenados com o que há de mais avançado nas áreas de engenharia e arquitetura. A implantação de asfalto com polímeros, por exemplo, mostra a preocupação com o impacto e a preservação do meio ambiente.

A meta comum de todas as partes envolvidas na obra é entregar à população uma estrada parque construída com preocupação ambiental, na qual se destacam as zoopassagens subterrâneas, e que permita uma vista privilegiada dos vales do Rio Paraíba (pelo lado de Resende) e do Rio Preto (no trecho voltado para Visconde de Mauá).

Fonte: http://www.uerj.br/publicacoes/emquestao/UERJemQuestao88.pdf

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Em 19/12/12 17:43 Rui Takeguma disse:

Na página 05 do PDF consta: "A implantação de ASFALTO COM POLÍMEROS, por exemplo, mostra a preocupação com o impacto e a preservação do meio ambiente." - Como morador e editor local afirmo que a UERJ E SEOBRAS NÃO SE PREOCUPARAM COM O MEIO AMBIENTE, POIS NÃO COLOCARAM O ASFALTO DE POLÍMEROS... A estrada é conhecida como a FALSA estrada-parque... Isso não é denúncia e sim constatação.

Em 24/09/11 13:32 Rui Takeguma disse:

http://bloquetesnarj151.blogspot.com/2011/09/fatos-e-fotos-02.html Aqui uma comprovação de que o traçado foi alterado, comprovando que não foi construída uma estrada-parque e sim uma RODOVIA... Tanto que a obra está PARADA JUDICIALMENTE com multa diária de 100 mil reais, caso o DER e UERJ queiram manter a mentira desta obra...

Em 27/08/11 13:17 Rui Takeguma disse:

QUEM MORA NA REGIÃO CHAMA DE ESTRAGA-PARQUE... Esse texto é uma documento da mentira prometida... "A estrada, de asfalto com material menos poluente" divulgaram asfalto com polímeros, e NÃO FIZERAM, veja divulçgação oficial http://www.rj.gov.br/web/imprensa/exibeconteudo?article-id=565636

Em 26/07/11 16:24 Ulisses disse:

Prezados Mestres, Quem circula pela região, sabe que diferença está fazendo esse projeto da FEN/UERJ. A estrada Parque já é uma realidade, trazendo inúmeros benefícios para a população local e para os turistas. PARABENS a equipe de CIVIL. Ulisses