Prof. Amaury Ribeiro Destri
A chuva torrencial na região metropolitana da cidade do Rio de Janeiro repetiu em abril de 2010 a
mesma e conhecida inundação: a Praça da Bandeira ficou submersa, todo o entorno com o trânsito
parado e muita gente refém da enchente. Tem sido assim há anos. O Grupo de Risco Ambiental,
criado na Sub-Reitoria de Pós-Graduação da UERJ, em seguida a esse temporal, começou a levantar
dados para que seja realizado um estudo completo sobre as bacias dos rios Maracanã, Joana e Trapicheiros,
desde as suas nascentes para, ao acompanhar os respectivos cursos, identificar os pontos
críticos e as causas das inundações. O grupo irá preparar um relatório para sugerir, sem qualquer intenção
política, as ações que poderiam corrigir os problemas de percurso desses rios e seus afluentes.
O Prof. Amaury Ribeiro Destri, doutor em Engenharia com especialização em Cartografia,
faz parte do núcleo físico do projeto, na mesma equipe do prof. Dr. Adacto Ottoni, engenheiro civil
com especialização em Hidrologia e do Dr. Miguel Tupinambá, geólogo. É o Prof. Amaury quem
fala sobre o projeto: “O Grupo de Risco Ambiental é amplo, com um núcleo que tratará dos
aspectos físicos e, outro, dos aspectos sociais. Estão envolvidos no primeiro profissionais das
engenharias cartográfi ca e civil, geologia, e geografia. No aspecto social, precisamos da área biomédica,
da medicina social e da assistência social, diz o professor. Precisamos gerar informações
importantes – como georeferências sobre cada superfície considerada (como se fossem palavraschave);
uma pesquisa com um banco de dados completo (como, por exemplo: a comunidade X
tem tantos habitantes, não tem tratamento de esgoto, nem coleta de lixo; nessa comunidade a situação
do rio é, etc). Trata-se de um exame minucioso que em médio e longo prazo poderá significar
uma ação simples e mais barata que qualquer outra: a prevenção”.
O Grupo de Risco Ambiental foi concebido como um trabalho abrangente, que depende de muitas
ações – e a educação é o motor de quase todas. Uma rotina doméstica pode servir de exemplo
de como se trata o lixo, de como se evita o desperdício de água. As bacias inferiores dos rios que são
objetos da pesquisa – Maracanã, Joana e Trapicheiros, além dos seus afluentes – apresentam açodamento.
Além disso, a poluição é visível, sem contar alguns verdadeiros depósitos de lixo como
é o caso do Córrego do Lagarto, onde se vê móveis, sucata de ferro e metais.
As campanhas educativas voltadas para o ensino fundamental são cada vez mais importantes
nesse processo. É um trabalho diário de conscientizar a população e mudar comportamentos. Para
o Prof. Amaury, o objetivo do projeto é levantar dados e fazer o reconhecimento dos problemas
e a sua localização. Depois disso, é esperar que surjam as propostas e que sejam criadas políticas públicas
de ação. Até lá, a UERJ está fazendo a sua parte.
Publicado em: UERJ em Questão, Abril/Maio/Junho 2010, pág. 4.
Fonte: http://www.uerj.br/arq/UERJemQuestao83.pdf