Homenagem feita ao Prof. David Martins Vieira dando seu nome a uma das salas de seu ambiente de trabalho, o LEE Laboratório de Engenharia Elétrica. A cerimônia ocorreu dia 27.04.2023.
Abaixo o discurso da Profa. Leny Medeiros Silva
.
Homenagem ao Prof. David Martins Vieira
Qual David viemos homenagear hoje? Sobre qual vamos falar? Sim, sem sombra de
dúvida, viemos prestar uma homenagem merecida a nosso colega engenheiro, professor
muitas vezes homenageado pelos alunos, e, em especial para mim, aquele que considero
um amigo bastante querido.
Mas, é impossível não traçar um paralelo com o outro Davi, aquele citado na Bíblia e que
ficou famoso por derrotar o gigante Golias. Na narrativa bíblica, os filisteus ameaçavam
Israel e propuseram um desafio: se algum guerreiro israelita enfrentasse Golias numa luta
e o derrotasse, os filisteus seriam submissos a Israel e, se o contrário ocorresse, os
israelitas seriam escravos dos filisteus. Nenhum guerreiro, nem mesmo o rei Saul, que era
guerreiro habilidoso, achou que era capaz de enfrentar o gigante Golias,
assustadoramente grande e forte. Então, Davi, um jovem pastor de ovelhas, dispondo
apenas de uma funda, um bastão e algumas pedras, voluntariou-se, munido e alimentado
por sua fé, para enfrentar o referido Golias. Ele o venceu, numa vitória tão improvável
quanto heróica.
Por que me lembrei daquele Davi? Porque, talvez, todos nós, em nossas vidas, tenhamos
enfrentado alguns gigantes, que são as dificuldades e desafios da existência. E esta
história, verídica ou romanceada, serve-nos de metáfora e nos convida à reflexão.
No dia de hoje, traço um paralelo com nosso colega Prof. David.
Em minha memória de ex-aluna da UERJ tenho presente o papel preponderante que ele
desempenhou na história dos Laboratórios de Engenharia Elétrica da UERJ: no meu
tempo de aluna, na década de 1980, havia uma cultura de que os alunos não deviam
trabalhar sozinhos no Laboratório. Os laboratoristas da época: Sr. Acácio, Sr. Guilherme e
Sr. Dirceu cuidavam da manutenção dos equipamentos e nós, alunos, só deveríamos
estar no Laboratórios nos horários das aulas. Quando o prof. David chegou, esta forma de
pensar e agir começou a se transformar. Na verdade, este, talvez, tenha sido o primeiro
gigante que ele conseguiu enfrentar, com tranquilidade e competência, e vencer... O
projeto final que fiz, em dupla com o Nival (Prof. Emérito e Ex- Reitor da UERJ) só pode
ser realizado porque trabalhamos muitas horas no Laboratório, orientados pelo Prof.
Flávio Joaquim de Souza, que também chegava à UERJ, juntamente com o prof. David.
Sou particularmente grata a esta vitória do prof. David, a qual representou uma mudança
de paradigma. Pelo que me lembro, nosso Projeto Final inaugurou uma nova fase em
que Projetos passaram a ser realizados e testados utilizando os Laboratórios.
Além disso, no processo de mudança dos laboratórios da Fonseca Teles para o Campus
Maracanã, o trabalho do prof. David foi fundamental e incansável, auxiliado, sim, por
muitos outros, como por exemplo, o Prof. Valmir, o prof. Nival, os laboratoristas, dentre
tantos outros, E eis mais um gigante enfrentado por ele, em sua trajatória profissional.
Na época em que o prof. Flares ministrava a disciplina de Máquinas Elétricas, por muitas
vezes, o prof. David permanecia com os alunos, fora do horário das aulas, para tirar
dúvidas do Laboratório desta disciplina. Eu mesma, por muitas vezes, tirei dúvidas com
ele, em assuntos pertinentes à área de Engenharia Elétrica, uma vez que minha formação
é em Eletrônica e havia assuntos em que tinha interesse, mas não eram de minha
vivência profissional.
Todas estas conquistas e contribuições do prof. David só foram possíveis graças a sua
competência e dedicação. Como professor, cabe ressaltar que ele tem um talento próprio
para explicar, de forma clara, conceitos, muitas vezes complexos ou de difícil
visualização. Mas, associada a esta capacidade de professor nato, há uma característica
que o faz destacar-se ainda mais, se possível : a capacidade de “cativar” as pessoas; esta
foi uma palavra usada em conversa informal entre mim e Nival, quando falamos sobre o
David outro dia. Com um jeito sempre bem humorado e tranquilo, sem se impor aos
demais como aquele que muito sabe, ou que se considera melhor que outros, ele chegou
ao Departamento de Engenharia Elétrica, trazido pelo saudoso Prof. Flávio Pimentel de
Lemos, tornando-se o primeiro professor de 40 horas do Departamento e conquistando,
com sua atuação, um lugar especial na História de nosso Depertamento.
Com certeza, o David que homenageamos hoje enfrentou muitos “gigantes” em sua vida:
como disse inicialmente, refiro-me aos desafios cotidianos de ser bom filho, bom marido,
bom pai, bom amigo e bom profissional, tudo isso, junto e misturado... Certamente, em
muitos momentos, houve as tristezas inerentes a acompanhar os familiares, quando
ficaram doentes, os momentos de perdas de entes queridos, as dificuldades de conciliar
as múltiplas tarefas de diferentes trabalhos, os desafios de tentar alcançar a excelência,
fazendo um esforço infinito, num tempo finito... Mas,como disse anteriormente, conheço
o David desde a década de 80, época em que ainda era estudante da UERJ e, durante
todo este tempo, jamais o vi de mau humor, com fisionomia amuada, jamais o vi deixar
um aluno ou colega sem resposta, ou atenção.
Fica, então, uma reflexão: será que o verdadeiro gigante da História bíblica não era Davi,
em vez de Golias? Será que crescer como ser humano e profissional e agigantar-se não
é, exatamente, viver a vida fazendo além do possível? Acreditando que é possível vencer
os desafios, com fé, coragem, disposição e dedicação ao trabalho, além e em conjunto
com a competência e brilhantismo?
Eu acho que sim.
Lembro-me de um texto que li, certa vez e que já citei em outras ocasiões:
Fídias era um famoso arquiteto grego responsável pelas esculturas que adornam o teto
do Partenon, em Atenas. Contava o texto que li que o prefeito de Atenas, quando foi pagar
pelas obras, questionou seu preço, dizendo: “não justifica o preço pedido, até porque não
era necessário fazer a parte de trás das esculturas, pois ninguém as vê, lá em cima, onde
estão!” Ao que Fídias teria respondido: “os Deuses as vêem”!
Penso que, se Fídias pudesse escolher um discípulo, nos tempos atuais, acho que uma
excelente escolha teria sido o David, porque, inegavelmente, sempre fêz todas as suas
tarefas, sem cultivar qualquer vaidade pessoal, sem esperar reconhecimento ou aplausos,
mas sempre perseguindo a execelência, ou seja, para que Deus as visse! Dentro de
minha concepção de Deus, tenho a certeza de que Ele, onipresente e onipotente,
princípio criador e força organizadora do Universo, esteve em cada momento desta
trajatória de vida de nosso amigo David e há de acompanhar seus passos na nova fase
de vida que se inicia, para ele, agora.
E, neste momento, na certeza de representar, com muita honra, nossos colegas de
Departamento, digo a você, David: muito obrigada, por ter estado aqui e compartilhado
conosco seu saber e competência, por você ser você, esperando, também, que os laços
de amizade construídos por nós continuem, conseguindo vencer o afastamento do
convívio cotidiano que ocorrerá, a partir de agora.
Ficam nossos votos de que esta nova fase seja repleta de saúde, de novas atividades que
lhe tragam muita alegria, de hobbies revisitados, como a fotografia, por exemplo, sempre
cercado de muito amor de seus entes queridos. Que Deus o acompanhe, agora e sempre!
Homenagem ao Prof. David Martins Vieira
Qual David viemos homenagear hoje? Sobre qual vamos falar? Sim, sem sombra de dúvida, viemos prestar uma homenagem merecida a nosso colega engenheiro, professor muitas vezes homenageado pelos alunos, e, em especial para mim, aquele que considero um amigo bastante querido. Mas, é impossível não traçar um paralelo com o outro Davi, aquele citado na Bíblia e que ficou famoso por derrotar o gigante Golias. Na narrativa bíblica, os filisteus ameaçavam Israel e propuseram um desafio: se algum guerreiro israelita enfrentasse Golias numa luta e o derrotasse, os filisteus seriam submissos a Israel e, se o contrário ocorresse, os israelitas seriam escravos dos filisteus. Nenhum guerreiro, nem mesmo o rei Saul, que era guerreiro habilidoso, achou que era capaz de enfrentar o gigante Golias, assustadoramente grande e forte. Então, Davi, um jovem pastor de ovelhas, dispondo apenas de uma funda, um bastão e algumas pedras, voluntariou-se, munido e alimentado por sua fé, para enfrentar o referido Golias. Ele o venceu, numa vitória tão improvável quanto heróica. Por que me lembrei daquele Davi? Porque, talvez, todos nós, em nossas vidas, tenhamos enfrentado alguns gigantes, que são as dificuldades e desafios da existência. E esta história, verídica ou romanceada, serve-nos de metáfora e nos convida à reflexão. No dia de hoje, traço um paralelo com nosso colega Prof. David. Em minha memória de ex-aluna da UERJ tenho presente o papel preponderante que ele desempenhou na história dos Laboratórios de Engenharia Elétrica da UERJ: no meu tempo de aluna, na década de 1980, havia uma cultura de que os alunos não deviam trabalhar sozinhos no Laboratório. Os laboratoristas da época: Sr. Acácio, Sr. Guilherme e Sr. Dirceu cuidavam da manutenção dos equipamentos e nós, alunos, só deveríamos estar no Laboratórios nos horários das aulas. Quando o prof. David chegou, esta forma de pensar e agir começou a se transformar. Na verdade, este, talvez, tenha sido o primeiro gigante que ele conseguiu enfrentar, com tranquilidade e competência, e vencer... O projeto final que fiz, em dupla com o Nival (Prof. Emérito e Ex- Reitor da UERJ) só pode ser realizado porque trabalhamos muitas horas no Laboratório, orientados pelo Prof. Flávio Joaquim de Souza, que também chegava à UERJ, juntamente com o prof. David. Sou particularmente grata a esta vitória do prof. David, a qual representou uma mudança de paradigma. Pelo que me lembro, nosso Projeto Final inaugurou uma nova fase em que Projetos passaram a ser realizados e testados utilizando os Laboratórios. Além disso, no processo de mudança dos laboratórios da Fonseca Teles para o Campus Maracanã, o trabalho do prof. David foi fundamental e incansável, auxiliado, sim, por muitos outros, como por exemplo, o Prof. Valmir, o prof. Nival, os laboratoristas, dentre tantos outros, E eis mais um gigante enfrentado por ele, em sua trajatória profissional. Na época em que o prof. Flares ministrava a disciplina de Máquinas Elétricas, por muitas vezes, o prof. David permanecia com os alunos, fora do horário das aulas, para tirar dúvidas do Laboratório desta disciplina. Eu mesma, por muitas vezes, tirei dúvidas com ele, em assuntos pertinentes à área de Engenharia Elétrica, uma vez que minha formação é em Eletrônica e havia assuntos em que tinha interesse, mas não eram de minha vivência profissional. Todas estas conquistas e contribuições do prof. David só foram possíveis graças a sua competência e dedicação. Como professor, cabe ressaltar que ele tem um talento próprio para explicar, de forma clara, conceitos, muitas vezes complexos ou de difícil visualização. Mas, associada a esta capacidade de professor nato, há uma característica que o faz destacar-se ainda mais, se possível : a capacidade de “cativar” as pessoas; esta foi uma palavra usada em conversa informal entre mim e Nival, quando falamos sobre o David outro dia. Com um jeito sempre bem humorado e tranquilo, sem se impor aos demais como aquele que muito sabe, ou que se considera melhor que outros, ele chegou
ao Departamento de Engenharia Elétrica, trazido pelo saudoso Prof. Flávio Pimentel de Lemos, tornando-se o primeiro professor de 40 horas do Departamento e conquistando, com sua atuação, um lugar especial na História de nosso Depertamento. Com certeza, o David que homenageamos hoje enfrentou muitos “gigantes” em sua vida: como disse inicialmente, refiro-me aos desafios cotidianos de ser bom filho, bom marido, bom pai, bom amigo e bom profissional, tudo isso, junto e misturado... Certamente, em muitos momentos, houve as tristezas inerentes a acompanhar os familiares, quando ficaram doentes, os momentos de perdas de entes queridos, as dificuldades de conciliar as múltiplas tarefas de diferentes trabalhos, os desafios de tentar alcançar a excelência, fazendo um esforço infinito, num tempo finito... Mas,como disse anteriormente, conheço o David desde a década de 80, época em que ainda era estudante da UERJ e, durante todo este tempo, jamais o vi de mau humor, com fisionomia amuada, jamais o vi deixar um aluno ou colega sem resposta, ou atenção. Fica, então, uma reflexão: será que o verdadeiro gigante da História bíblica não era Davi, em vez de Golias? Será que crescer como ser humano e profissional e agigantar-se não é, exatamente, viver a vida fazendo além do possível? Acreditando que é possível vencer os desafios, com fé, coragem, disposição e dedicação ao trabalho, além e em conjunto com a competência e brilhantismo? Eu acho que sim. Lembro-me de um texto que li, certa vez e que já citei em outras ocasiões: Fídias era um famoso arquiteto grego responsável pelas esculturas que adornam o teto do Partenon, em Atenas. Contava o texto que li que o prefeito de Atenas, quando foi pagar pelas obras, questionou seu preço, dizendo: “não justifica o preço pedido, até porque não era necessário fazer a parte de trás das esculturas, pois ninguém as vê, lá em cima, onde estão!” Ao que Fídias teria respondido: “os Deuses as vêem”! Penso que, se Fídias pudesse escolher um discípulo, nos tempos atuais, acho que uma excelente escolha teria sido o David, porque, inegavelmente, sempre fêz todas as suas tarefas, sem cultivar qualquer vaidade pessoal, sem esperar reconhecimento ou aplausos, mas sempre perseguindo a execelência, ou seja, para que Deus as visse! Dentro de minha concepção de Deus, tenho a certeza de que Ele, onipresente e onipotente, princípio criador e força organizadora do Universo, esteve em cada momento desta trajatória de vida de nosso amigo David e há de acompanhar seus passos na nova fase de vida que se inicia, para ele, agora. E, neste momento, na certeza de representar, com muita honra, nossos colegas de Departamento, digo a você, David: muito obrigada, por ter estado aqui e compartilhado conosco seu saber e competência, por você ser você, esperando, também, que os laços de amizade construídos por nós continuem, conseguindo vencer o afastamento do convívio cotidiano que ocorrerá, a partir de agora. Ficam nossos votos de que esta nova fase seja repleta de saúde, de novas atividades que lhe tragam muita alegria, de hobbies revisitados, como a fotografia, por exemplo, sempre cercado de muito amor de seus entes queridos. Que Deus o acompanhe, agora e sempre!
|
Copie o link desta notícia para compartilhar:
www.eng.uerj.br/noticias/1683163963-Homenagem+ao+Prof+David+Martins+Vieira+dando+a+sala+do+LEE+Laboratorio+de+Engenharia+Eletrica+o+seu+nome+
Todos os campos são obrigatórios
Regras para comentários:
|