Ao Amigo (Mestre) Com Carinho

Criada em 06/04/2022 16:36 por maperna | Marcadores: art ESTR fen fotos geral

 

Rio de Janeiro, 06/04/2022
ue dor imensa... Nunca poderia imaginar que um dia estaria a es-crever este texto, mas, infeliz-mente, este dia chegou... Muitas coisas poderiam ser ditas aqui sobre a carreira brilhante que o Prof. Pedro Vel-lasco teve mas isso, todos já sabem. Foram muitas orientações de IC, TCCs, Mestra-dos, Doutorados, etc. Muitos comitês, muitos corpos editorais de revistas nacio-nais e internacionais. Muitos projetos em agências de fomento. Um dos idealizado-res do PGECIV...
Foi sim, uma brilhante carreira mas acima de tudo, por trás do Professor, existia o Pedro, amigo, amável, gentil, educado, cortês, de uma simplicidade enorme, literalmente um lord inglês. Lem-bro-me certa vez, enquanto seu orientado de IC, em meados de 1996, quando entrei em sua sala e lá estava ele, de joelhos, con-sertando uma tomada solta. E eu pensei comigo: este “cara”, PhD do Imperial College estava ali com seu jeito despojado, dando um verdadeiro exemplo. Os títulos não transformam a essência de uma pes-soa.
Sempre esteve disposto a ajudar todos que passaram pelo seu caminho, sem exceção. Lembro-me quando ainda era seu orientado de Doutorado, ele me incentivando a participar dos congressos internacionais (mesmo que de penetra – sim, eu não tinha dinheiro para pagar as taxas de inscrição absurdas e ele na época também não tinha os projetos que temos hoje) para ir “pegando” o gostinho por uma das coisas que ele mais amava fazer... estabelecer parcerias ou como ele mesmo dizia, deixar as portas sempre abertas. Ele amava viajar, conhecer lugares novos, no-vas culturas, novas experiências. Amante incondicional de uma boa música (fã dos Beatles desde sempre) e de um bom con-certo nas mais distintas casas de espetá-culo mundo afora. Em Londres, foi a todas,

Rio de Janeiro, 06.04.2022 (obs: fotos e texto original no pdf anexo)

Que dor imensa... Nunca poderia imaginar que um dia estaria a escrever este texto, mas, infelizmente, este dia chegou... Muitas coisas poderiam ser ditas aqui sobre a carreira brilhante que o Prof. Pedro Vellasco teve mas isso, todos já sabem. Foram muitas orientações de IC, TCCs, Mestrados, Doutorados, etc. Muitos comitês, muitos corpos editorais de revistas nacionais e internacionais. Muitos projetos em agências de fomento. Um dos idealizadores do PGECIV...

Foi sim, uma brilhante carreira mas acima de tudo, por trás do Professor, existia o Pedro, amigo, amável, gentil, educado, cortês, de uma simplicidade enorme, literalmente um lord inglês. Lembro-me certa vez, enquanto seu orientado de IC, em meados de 1996, quando entrei em sua sala e lá estava ele, de joelhos, consertando uma tomada solta. E eu pensei comigo: este “cara”, PhD do Imperial College estava ali com seu jeito despojado, dando um verdadeiro exemplo. Os títulos não transformam a essência de uma pessoa.

Sempre esteve disposto a ajudar todos que passaram pelo seu caminho, sem exceção. Lembro-me quando ainda era seu orientado de Doutorado, ele me incentivando a participar dos congressos internacionais (mesmo que de penetra – sim, eu não tinha dinheiro para pagar as taxas de inscrição absurdas e ele na época também não tinha os projetos que temos hoje) para ir “pegando” o gostinho por uma das coisas que ele mais amava fazer... estabelecer parcerias ou como ele mesmo dizia, deixar as portas sempre abertas. Ele amava viajar, conhecer lugares novos, novas culturas, novas experiências. Amante incondicional de uma boa música (fã dos Beatles desde sempre) e de um bom concerto nas mais distintas casas de espetáculo mundo afora. Em Londres, foi a todas, várias vezes. Pedro a conta quantos shows do Elton John ele assistiu junto com a Marley, sua grande companheira. Adorava visitar museus e igrejas quando viajava. Ele nos dizia que essa cultura e conhecimentos adquiridos, ninguém roubaria dele. E era verdade. As coisas materiais ficaram agora para trás e ele levou para sempre, esse baú cheio de conhecimento e experiências de vida. Quanto exemplo!!!

Também adorava idiomas. Falava um inglês fluente lapidado nos cinco anos que morou em Londres, capital que ele também amava. Fazia questão de apresentar a cidade para todos que ali estavam pela primeira vez. Mas além do inglês, também se virava bem em francês, espanhol, um pouco de alemão e, às vezes, até “tentava” arranhar outras línguas como chinês e italiano. Muitas lembranças dessas tentativas. Uma vez em Roma, ele queria ir jantar em um restaurante onde a recepcionista do hotel ia com sua família nos finais de semana, algo que não fosse para turista. Então, começou a arranhar seu italiano com a moça como se fosse um verdadeiro ragazzo italiano. De repente, a moça se vira para nós e pergunta: - Se falássemos em inglês não seria mais fácil para nos entendermos? Quanta risada!!!!!!!!!!!! Esse era o jeito dele. Ao tentar falar italiano, estaria aprendendo uma outra língua, e mais do que isso, estaria valorizando o idioma local, a cultura local. Quanta gentileza.

Desde sempre, foi um grande exemplo para mim. Sempre me motivou a crescer, a buscar meu espaço. Quantas viagens de congresso fizemos juntos pelos quatro cantos deste mundo. Com seu incentivo, fomos a lugares que jamais poderia imaginar que conheceria. Quantas risadas, quantas gargalhadas, quantos perrengues, quantos jantares, quantas taças de vinho. Por falar em vinho, foi graças ao doutorado sanduíche que fiz em Coimbra, por intermédio dele, que comecei a “degustar” tal iguaria. A última garrafa que ele me ofereceu tinha o meu nome, recebida em uma entrega do Uber no meio dessa pandemia desgraçada que nos afastou do convívio quase que diário dos últimos 20 anos.

Como era agregador. Nestes dois últimos anos, ligava-me todos os dias... seja para falarmos de assuntos profissionais ou simplesmente para jogarmos conversa fora, para falarmos de futebol (claro, isso não poderia faltar: pegava no meu pé por eu ser fã do Messi e ele não; eu ser fã do futebol argentino, ele não; ele ser Botafoguense e eu tricolor). Queria sempre saber como eu estava... sem os cafés diários na UERJ, era a forma que ele tinha de manter nosso grupo motivado para continuar trabalhando, tocando nossas orientações, publicações, pesquisas, etc. Um verdadeiro líder!!!!! No dia em que foi internado, ainda falamos pela manhã e ele se queixava de dores no nervo ciático. Foi nossa última conversa e ele ainda me perguntou: Não vai comprar seu ingresso para ir ao Maracanã ver o primeiro jogo da Final do Cariocão? Respondi que estava perigoso e encerramos ali aquela que seria nossa última conversa. De onde estiver, sei que comemorou o fato de o Fluminense ter vencido seu arquirrival e ter se sagrado campeão!!!!!!

Meu amigo Pedro, quanta falta você vai nos fazer. Seu exemplo ficará entre nós e tentaremos continuar o seu legado. Não será fácil porque o que você fazia, fazia com tanta maestria que não sei se seremos capazes. Mas nos esforçaremos ao máximo para continuarmos tudo o que você deixou para trás.

Descanse em paz...

Luciano Lima

Muito Obrigado por Tudo!

Thank you so much for everything!

Merci beaucoup pour tout!

Grazie mille per tutto!

Herzlichen Dank für alles!

非常感谢你的一切!

何から何まで、本当にありがとうございました!

Heel erg bedankt voor alles!

شكرا جزيلا على كل شيئ !

 

 

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