O professor Luís Fernando Monteiro, do Departamento de Engenharia Eletrônica da UERJ, explica como a recarga rápida (em até 18 minutos) foi ganhando espaço dentro dos padrões USB: "Uma característica particularmente importante nos semicondutores [chips] corresponde à sua largura de banda (bandgap), que está diretamente relacionada à eficácia de um determinado material, como silício ou nitreto de gálio (GaN), por exemplo. Basicamente, quanto maior o bandgap de um material, maior o 'potencial condutor', pois há uma menor resistência interna do material. Neste contexto, como o nitreto de gálio tem um bandgap maior quando comparado ao do silício, há uma tendência natural na substituição do silício pelo nitreto de gálio na fabricação dos semicondutores. Como vantagens no uso do GaN na produção dos semicondutores, podemos mencionar maior densidade de potência com redução de volume e a possibilidade de operar com frequências de chaveamento mais altas. Neste contexto, com o avanço na tecnologia dos semicondutores, foi possível o desenvolvimento dos carregadores para os dispositivos eletrônicos que utilizamos no dia a dia. A título de comparação, carregadores que fazem uso das [portas] USBs convencionais 2.0, ou mesmo 3.0 e 3.1 suportam, no máximo, 5 watts, enquanto os que utilizam as USBs do tipo C podem chegar a 15 W de potência. Recentemente, foram desenvolvidos os carregadores que utilizam a porta USB-PD (USB Power Delivery) capazes de suportar 240 W de potência, de acordo com o anúncio feito pela USB-IF (USB Implementers Forum) feito em 2021", explica. Ou seja, seu futuro smartphone pode ir além dos 200 W de recarga! Ele completa: "Particularmente, com relação aos smartphones, tablets, power banks e laptops, a primeira grande vantagem consiste no carregamento muito rápido destes dispositivos com uso dos USB-PD. De fato, há smartphones que são apresentam tempo de carregamento total inferior a 45 minutos, considerando que se encontravam com pouca energia ou nenhuma energia. Outras vantagens no uso do USB-PD consistem em uma maior transmissão de dados, o que permite um controle melhor quanto à transferência de energia para o carregamento das baterias, por exemplo. Genericamente falando, de acordo com a USB-IF, o uso da USB-PD apresenta outras características que convergem para o conceito das redes elétricas inteligentes, como a capacidade de transferência de energia bidirecional associado a um gerenciamento de energia inteligente e flexível. Assim, é notório que estamos tratando de uma tecnologia que irá se disseminar em um futuro próximo nos dispositivos eletrônicos. Ou seja, independente das vantagens em se ter ou não carregadores com USB-PD, os convencionais ficarão obsoletos, desaparecendo do mercado. No entanto, é importante ter em mente que estes [carregadores] devem ser utilizados com equipamentos que estejam preparados para esta tecnologia, até mesmo para o seu melhor aproveitamento. Do contrário, pode ocorrer problemas como a redução da vida útil das baterias, sobre aquecimento, entre outros. Há outros problemas que podem surgir com a disseminação desta tecnologia nas redes elétricas, particularmente nas redes de distribuição que não estejam devidamente preparadas, como a deterioração da qualidade da energia elétrica, por exemplo", conclui. Por 26/03/2022 Veja o artigo na íntegra com professores da Puc-Rio e da UVA, além do prof. Luís Fernando Monteiro da FEN-UERJ.
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