Gestão Ambiental é Exemplo de Trabalho da Uerj na Estrada-parque Paraty-cunha

Criada em 13/10/2014 22:46 por maperna | Marcadores: dir fen geral


UERJ Em Questão 104 - Setembro 2014

http://www.uerj.br/publicacoes/emquestao/104/

 

A Universidade do Estado do Rio de
Janeiro participa da direção da gestão
ambiental na obra de 9,5 quilômetros na
Estrada-Parque Paraty-Cunha (RJ 165)
realizada pelo governo do estado do Rio
de Janeiro. O trabalho envolve monitoramentos,
estudos e pesquisas para preservar
o ecossistema do Parque Nacional
da Serra da Bocaina. No total, são 47 quilômetros
de estrada ligando a cidade
de Paraty, na região da costa verde do
estado do Rio de Janeiro, ao município
de Cunha, no estado de São Paulo.
Para o trecho da obra no estado do Rio
estão previstos investimentos de cerca
de R$ 90 milhões para o período entre
março de 2013, quando a obra teve início,
até o começo de 2015, data prevista para a
sua fi nalização. Atualmente, cerca de 30%
da pavimentação dos 9,5 quilômetros já
estão concluídos. Estão em construção
duas pontes pequenas e já foram fi nalizadas
nove zoopassagens subterrâneas para
a passagem de animais – além de ligar as
duas margens da rodovia, elas devem
reduzir os atropelamentos dos bichos.
Quatro passagens aéreas com 13 metros
de extensão também serão construídas
para preservar a circulação dos animais
que se deslocam pelas copas das árvores.
A proposta é reforçar a segurança do
ambiente e dos usuários da estrada.
Participam da obra quase 60 profi ssionais
da UERJ – entre professores, pesquisadores
e auxiliares de áreas como
engenharia civil e ambiental, arqueologia,
biologia e educação ambiental.
Josué Setta, professor de Engenharia
da Universidade e supervisor do Programa
de Gestão Ambiental da Estrada-
-Parque, diz que a UERJ está mobilizada
na construção da Estrada-Parque: “Estamos
certos de que toda a diligência que
temos está valendo a pena. O controle
ambiental executado não detectou qualquer
dano grave ao meio ambiente até
o momento. Ainda há um tempo até a
conclusão da obra, mas os relatórios e
resultados obtidos indicam que estamos
no caminho certo”.
A construção da Estrada-Parque é considerada
uma obra diferenciada se comparada
à construção de outras rodovias,
pois acontece no interior de uma área que
demanda cuidados ambientais (o Parque
Nacional da Serra da Bocaina). Em obras
desse tipo, a principal preocupação

A Universidade do Estado do Rio de Janeiro participa da direção da gestão ambiental na obra de 9,5 quilômetros na Estrada-Parque Paraty-Cunha (RJ 165)

realizada pelo governo do estado do Rio de Janeiro. O trabalho envolve monitoramentos, estudos e pesquisas para preservar o ecossistema do Parque Nacional

da Serra da Bocaina. No total, são 47 quilômetros de estrada ligando a cidade de Paraty, na região da costa verde do estado do Rio de Janeiro, ao município

de Cunha, no estado de São Paulo. Para o trecho da obra no estado do Rio estão previstos investimentos de cerca de R$ 90 milhões para o período entre

março de 2013, quando a obra teve início, até o começo de 2015, data prevista para a sua finalização. Atualmente, cerca de 30% da pavimentação dos 9,5 quilômetros já estão concluídos. Estão em construção duas pontes pequenas e já foram finalizadas nove zoopassagens subterrâneas para a passagem de animais – além de ligar as duas margens da rodovia, elas devem reduzir os atropelamentos dos bichos.

Quatro passagens aéreas com 13 metros de extensão também serão construídas para preservar a circulação dos animais que se deslocam pelas copas das árvores.

A proposta é reforçar a segurança do ambiente e dos usuários da estrada.

Participam da obra quase 60 profissionais da UERJ – entre professores, pesquisadores e auxiliares de áreas como engenharia civil e ambiental, arqueologia,

biologia e educação ambiental. Josué Setta, professor de Engenharia da Universidade e supervisor do Programa de Gestão Ambiental da Estrada-

-Parque, diz que a UERJ está mobilizada na construção da Estrada-Parque: “Estamos certos de que toda a diligência que temos está valendo a pena. O controle

ambiental executado não detectou qualquer dano grave ao meio ambiente até o momento. Ainda há um tempo até a conclusão da obra, mas os relatórios e

resultados obtidos indicam que estamos no caminho certo”.

A construção da Estrada-Parque é considerada uma obra diferenciada se comparada à construção de outras rodovias, pois acontece no interior de uma área que

demanda cuidados ambientais (o Parque Nacional da Serra da Bocaina). Em obras desse tipo, a principal preocupação é minimizar impactos meio ambiente,

por isso foi mantido traçado original da estrada, de modo evitar grandes movimentações  de terra ou gerar alterações significativas na vegetação

existente. Uma técnica especial foi usada para desmonte de rochas: a massa expansiva, que consiste em fazer um furo na rocha para inserir uma massa que incha até a abertura da pedra, o que  evita barulho excessivo e o lançamento de fragmentos.

A pavimentação da pista também foi feita de modo diferenciado, em blocos intertravados (peças modulares de concreto com formas diversas que, dispostas 

em conjunto, criam grandes áreas pavimentadas de superfícies) e adaptada às condições locais de modo a preservar o entorno.

Segundo o professor Setta, tão importante quanto os cuidados de engenharia praticados na obra é a conscientização daqueles que vão trafegar ali: “A consciência

do tráfego em uma Estrada--Parque é fundamental, pois é preciso ter atenção com animais, com a vegetação nativa – com o ambiente de forma geral.

Se queremos um ambiente melhor, cada um precisa fazer a sua parte. Não basta o cuidado dos governos na execução das obras. Todos devem compreender que

trafegam em um espaço privilegiado, repleto de riquezas naturais”.

As pesquisas e o acompanhamento da fauna da região estão a cargo de 24 especialistas da área de Zoologia da UERJ, que analisam constantemente diversos tipos

de animais. Os profi ssionais se distribuem em quatro grupos: ictiofauna (peixes); herpetofauna (anfíbios e répteis); aves e mamíferos (pequenos, médios,

grandes e mamíferos voadores), além da equipe formada por dois biólogos e uma veterinária que cuida dos bichos atropelados e da realocação dos animais encontrados durante a realização da obra.

“O trabalho na Estrada-Parque é de grande importância para que possamos conheceras espécies viventes naquele habitat.

A equipe de herpetofauna, por exemplo, descobriu uma população muito rara de anfíbio: a Paratelmatobius gaigeae.

Também ocorreu o primeiro registro da espécie de morcego Lampronycteris brachyotis no estado do Rio de Janeiro.

Entre as espécies ameaçadas, foram capturados dois roedores Blarinomys breviceps, classificados como provavelmente extintos no estado”, relata o professor

Oscar Rocha-Barbosa, do departamento de Zoologia da UERJ e coordenador geral dos estudos sobre a fauna na obra da Estrada-Parque.

As variações na qualidade da água da bacia Perequê-açu e das sub-bacias dos rios do Sertão e Estiva Preta, próximos às obras da Estrada-Parque Paraty-Cunha,

também estão sendo monitoradas por equipes da UERJ a fi m de evitar danos. Integrantes do Programa de Controle de Qualidade da Água analisaram as eventuais

variações na água, para verificar se a obra tem provocado danos ao meio ambiente. “Atualmente são acompanhados 12 pontos de coleta de água defi nidos

pelo IBAMA. Para cada ponto são analisados 24 parâmetros de controle como odor, cor, turbidez e pH”, informa o professor Setta. Além da conservação

da natureza, os profi ssionais envolvidos na obra da Estrada-Parque também têm cuidado da história da região com a preservação dos bens arqueológicos

que podem ser encontrados na área, conhecida como “Caminho do Ouro” ou “Estrada Real”. Já foram encontradas no trecho da obra relíquias da época do

império, da fase dos tropeiros, da circulação de ouro, de mercadorias e de escravos, que foram isoladas e identificadas.

 

 

Em setembro de 2014 as obras na Estrada-Parque foram paralisadas por uma discussão

entre o Ministério Público Federal e os órgãos ambientais IBAMA e ICMBio.

Segundo o professor Josué, “essa discussão é de natureza processual, visto que o MPF

entende que os órgãos ambientais não cumpriram adequadamente os trâmites necessários

para a concessão da licença de obra. São questões isoladas, independentes, mas

que afetaram o que vinha sendo feito”. No fi nal de setembro a obra estava no seguinte

estágio: aproximadamente 30% da pavimentação pronta, 100% da drenagem pronta,

aproximadamente 60% da contenção de encosta pronta, zoopassagens subterrâneas praticamente

prontas e quatro zoopassagens aéreas não iniciadas. Os serviços de gestão

ambiental continuavam em curso, com campanhas de monitoramento de fauna e flora

sendo realizadas.

A paralisação da obra, ainda segundo o professor Josué, “traz riscos na medida em

que a interrupção abrupta por ordem judicial não permite nem mesmo que se programe a

paralisação. Assim, há material solto, frentes de obras abandonadas, encostas mexidas,

restos de pedras ao longo da estrada. As chuvas podem carrear material para os cursos de

água. Caso os recursos para a gestão ambiental sejam suspensos haverá interrupção nas

pesquisas em curso, o que traz danos na construção das séries históricas de levantamentos,

além de nos obrigar a retirar equipamentos. Também há riscos com a aproximação da

temporada de chuvas (é uma região muito chuvosa e úmida)”.

No momento em que a obra estava paralisada, a equipe ambiental da UERJ recebeu a a

notícia de que está entre aqueles que irão receber no dia 14 de outubro o Prêmio Crea-RJ de

Meio Ambiente 2014 pelos estudos realizados na Estrada-Parque Paraty-Cunha.

 

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