O Vestibular da UERJ tem registrado
nos últimos anos aumento signifi cativo de
candidatos às vagas dos cursos de engenharia (ver Tabela 1). Entre as sete habilitações
proporcionadas pela Universidade (engenharia cartográfi ca, civil, de computação,
elétrica, mecânica, de produção e química),
algumas oferecem vagas em dois campi,
caso da engenharia mecânica (com cursos
no Rio de Janeiro, campus Maracanã, e em
Nova Friburgo, no Instituto Politécnico)
e da engenharia de produção (com cursos
no Rio, campus Maracanã, e em Resende, na
Faculdade de Tecnologia).
Algumas habilitações tiveram aumento
signifi cativo de candidatos (superior
a 50%) se forem comparados 2009 e
2013, por exemplo. É o caso da engenharia civil, da engenharia mecânica e
da engenharia química (ver Gráfi co 1),
todas oferecidas no campus Maracanã.
Nesse período de cinco anos, as áreas
com maior procura foram: engenharia
química, engenharia elétrica e engenharia civil – esta última, a mais procurada
entre 2011 e 2013. No Vestibular da UERJ,
pelo menos uma habilitação (engenharia química) fi cou entre os cinco cursos
mais disputados, enquanto outras três
(engenharia mecânica, de produção e
civil) estiveram entre os dez cursos com
maior alta na relação candidato/vaga. No
geral, os cursos mais disputados foram:
química, mecânica, civil e de produção.
Para a diretora da Faculdade de Engenharia, professora Maria Eugênia Gouvêa,
essas alterações se explicam pela mudança
ocorrida em âmbito nacional, que resultou
na maior procura por formações “tradicionais” da engenharia em detrimento
da procura pela área de engenharia de
computação, muito em voga na década de
1990: “Há 15 ou 20 anos, o Brasil era quase
totalmente usuário de tecnologia, o que
demandava a formação de engenheiros
de computação para impulsionar a gera-
ção de uma tecnologia própria no País.
Paralelamente, o mercado estava em baixa
para as outras especialidades. Isso fazia da
engenharia de computação uma profi ssão promissora, que muitas vezes servia
como recurso para ingresso em um campo
laboral mais amplo, envolvendo inclusive
a criação de programas de computador.
Pouco tempo depois, a engenharia de produção, ainda mais versátil, passou a suscitar maior interesse por se tratar de um
curso que prepara profi ssionais que são
fundamentais tanto para a indústria como
para empresas de quase todos os setores.
Atualmente há demanda por profi ssionais
que trabalhem com automação e também
dos setores de produção de petróleo e de
construção civil”.
Miguel Bruno, professor da Faculdade
de Ciências Econômicas, identifi ca como
motivo das mudanças o crescimento
econômico que, como regra geral, responde pelo aumento da demanda pelas
profi ssões. No caso brasileiro, “a procura
recente por profi ssionais da engenharia
civil se deve aos incentivos governamentais para investimento em infraestrutura
e aos fi nanciamentos habitacionais, além
daqueles relacionados aos grandes eventos esportivos. O aumento por profi ssionais de engenharia mecânica, química e
elétrica se deve em especial à expansão
dos investimentos da indústria extrativa
mineral, que inclui petróleo e commodities (matéria-prima, produtos in natura
ou com grau mínimo de industrialização)
metálicas”, explica o professor.
A valorização de engenheiros pelo
mercado resulta em um fator que estimula a escolha da engenharia como
profi ssão: melhores salários. Estudo
recente divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) com
base no Censo Demográfi co do IBGE
de 2010, mostra que cinco entre os dez
maiores salários estão ligados à área de
engenharia. A análise, que comparou 48
carreiras universitárias, avalia o desempenho no trabalho de pessoas com atributos semelhantes – como idade, gênero,
estado e tamanho da cidade – que seguiram carreiras diferentes. O piso salarial
de um engenheiro registrado no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA) ou no Conselho Federal de
Engenharia e Agronomia (CONFEA) e,
no caso do engenheiro químico, registrado no Conselho Regional de Quí-
mica (CRQ) ou no Conselho Federal de
Química (CFQ) é determinado pela Lei
4.950-A, de 1966. A norma defi ne o piso
salarial do engenheiro contratado por
empresa privada ou empresa pública/
autarquia, exceto o servidor público da
área federal sujeito ao regime estatutá-
rio. Pela Lei, um engenheiro com registro no CREA/CONFEA ou no CRQ/
CFQ deve receber, em valores de 2013,
R$ 4.068,00 pela jornada de seis horas
de trabalho e R$ 6.102,00 pela jornada de
oito horas. Assim, o mínimo fi xado para
o engenheiro corresponde a seis vezes o
maior salário mínimo do País para uma
jornada diária de seis horas (ver Tabela 2).
O trabalho após a sexta hora é remunerado com acréscimo de 50% sobre cada
hora adicional (no cálculo para a jornada
diária de oito horas já estão incluídas as
duas horas adicionais).
Segundo o professor Marco Antônio
da Costa, diretor do Instituto de Química,
alguns pontos se destacam entre os fatores que contribuem para o maior índice de
candidaturas às vagas de engenharia quí-
mica da UERJ – sendo o principal deles a
segunda colocação da Universidade entre
as instituições de ensino do estado no
ranking mais recente do Exame Nacional
de Desempenho de Estudantes – Enade
2011, atrás apenas do IME – Instituto Militar de Engenharia (ver Tabela 3). Outros
fatores citados pelo professor são: oferecimento de curso noturno com duração
estendida (um ano a mais em relação ao
curso diurno) para evitar que aulas sejam
ministradas no primeiro tempo (das 18h
às 18h45), horário difícil para o aluno
que trabalha; a localização da UERJ em
perímetro urbano, que facilita seu acesso;
um número signifi cativo de professores do quadro do Instituto com projetos
ligados à Petrobras e os bons resultados
de empregabilidade alcançados pelos graduados em engenharia química da UERJ.
“Ex-alunos nossos muitas vezes conseguem as primeiras colocações em concursos da Petrobras, ‘sonho de consumo’ de
grande parte dos engenheiros químicos.
Houve inclusive um concurso no qual
o primeiro e o segundo lugares foram
de alunos da UERJ, um deles que sequer
havia concluído o 10º período”, comenta
o professor. Marco Antônio registra
ainda que em breve (em dois ou três anos)
haverá uma intensifi cação na demanda
por engenheiros de várias especialidades,
“sobretudo por engenheiros químicos,
com a entrada em operação do Complexo
Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), o maior do estado”, que representa
investimentos de cerca de R$ 10 bilhões,
no município de Itaboraí.
Outra situação que se destaca no contexto de maior procura pelos cursos de
engenharia é o desempenho dos candidatos no Vestibular da UERJ. Entre 2009 e
2013, pelo menos quatro candidatos tiveram notas entre as dez maiores registradas no período (iguais ou acima de 90 em
uma escala de 100). No Vestibular 2013, as
dez maiores notas foram alcançadas por
candidatos às vagas de engenharia, sendo
as cinco maiores da classifi cação geral dos
cursos obtidas por candidatos da área de
engenharia mecânica. No Vestibular de
2012, o primeiro lugar geral havia sido
conquistado por uma candidata ao curso
de engenharia química.
Cursos
No exame de ingresso para a UERJ os
estudantes podem hoje optar entre nove
habilitações de engenharia. Criada em 1961,
a Faculdade de Engenharia mantém cinco
cursos no campus Maracanã: engenharia
cartográfi ca, civil (que inclui estruturas
http://www.uerj.br/publicacoes/emquestao/99/ O Vestibular da UERJ tem registrado nos últimos anos aumento signifi cativo de candidatos às vagas dos cursos de engenharia (ver Tabela 1). Entre as sete habilitações proporcionadas pela Universidade (engenharia cartográfica, civil, de computação, elétrica, mecânica, de produção e química), algumas oferecem vagas em dois campi, caso da engenharia mecânica (com cursos no Rio de Janeiro, campus Maracanã, e em Nova Friburgo, no Instituto Politécnico) e da engenharia de produção (com cursos no Rio, campus Maracanã, e em Resende, na Faculdade de Tecnologia). Algumas habilitações tiveram aumento signifi cativo de candidatos (superior a 50%) se forem comparados 2009 e 2013, por exemplo. É o caso da engenharia civil, da engenharia mecânica e da engenharia química (ver Gráfi co 1), todas oferecidas no campus Maracanã. Nesse período de cinco anos, as áreas com maior procura foram: engenharia química, engenharia elétrica e engenharia civil – esta última, a mais procurada entre 2011 e 2013. No Vestibular da UERJ, pelo menos uma habilitação (engenharia química) fi cou entre os cinco cursos mais disputados, enquanto outras três (engenharia mecânica, de produção e civil) estiveram entre os dez cursos com maior alta na relação candidato/vaga. No geral, os cursos mais disputados foram: química, mecânica, civil e de produção. Para a diretora da Faculdade de Engenharia, professora Maria Eugênia Gouvêa, essas alterações se explicam pela mudança ocorrida em âmbito nacional, que resultou na maior procura por formações “tradicionais” da engenharia em detrimento da procura pela área de engenharia de computação, muito em voga na década de 1990: “Há 15 ou 20 anos, o Brasil era quase totalmente usuário de tecnologia, o que demandava a formação de engenheiros de computação para impulsionar a gera- ção de uma tecnologia própria no País. Paralelamente, o mercado estava em baixa para as outras especialidades. Isso fazia da engenharia de computação uma profissão promissora, que muitas vezes servia como recurso para ingresso em um campo laboral mais amplo, envolvendo inclusive a criação de programas de computador. Pouco tempo depois, a engenharia de produção, ainda mais versátil, passou a suscitar maior interesse por se tratar de um curso que prepara profissionais que são fundamentais tanto para a indústria como para empresas de quase todos os setores. Atualmente há demanda por profi ssionais que trabalhem com automação e também dos setores de produção de petróleo e de construção civil”. Miguel Bruno, professor da Faculdade de Ciências Econômicas, identifica como motivo das mudanças o crescimento econômico que, como regra geral, responde pelo aumento da demanda pelas profi ssões. No caso brasileiro, “a procura recente por profi ssionais da engenharia civil se deve aos incentivos governamentais para investimento em infraestrutura e aos fi nanciamentos habitacionais, além daqueles relacionados aos grandes eventos esportivos. O aumento por profi ssionais de engenharia mecânica, química e elétrica se deve em especial à expansão dos investimentos da indústria extrativa mineral, que inclui petróleo e commodities (matéria-prima, produtos in natura ou com grau mínimo de industrialização) metálicas”, explica o professor. A valorização de engenheiros pelo mercado resulta em um fator que estimula a escolha da engenharia como profi ssão: melhores salários. Estudo recente divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) com base no Censo Demográfi co do IBGE de 2010, mostra que cinco entre os dez maiores salários estão ligados à área de engenharia. A análise, que comparou 48 carreiras universitárias, avalia o desempenho no trabalho de pessoas com atributos semelhantes – como idade, gênero, estado e tamanho da cidade – que seguiram carreiras diferentes. O piso salarial de um engenheiro registrado no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA) ou no Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (CONFEA) e, no caso do engenheiro químico, registrado no Conselho Regional de Química (CRQ) ou no Conselho Federal de Química (CFQ) é determinado pela Lei 4.950-A, de 1966. A norma defi ne o piso salarial do engenheiro contratado por empresa privada ou empresa pública/ autarquia, exceto o servidor público da área federal sujeito ao regime estatutário. Pela Lei, um engenheiro com registro no CREA/CONFEA ou no CRQ/ CFQ deve receber, em valores de 2013, R$ 4.068,00 pela jornada de seis horas de trabalho e R$ 6.102,00 pela jornada de oito horas. Assim, o mínimo fi xado para o engenheiro corresponde a seis vezes o maior salário mínimo do País para uma jornada diária de seis horas (ver Tabela 2). O trabalho após a sexta hora é remunerado com acréscimo de 50% sobre cada hora adicional (no cálculo para a jornada diária de oito horas já estão incluídas as duas horas adicionais). Segundo o professor Marco Antônio da Costa, diretor do Instituto de Química, alguns pontos se destacam entre os fatores que contribuem para o maior índice de candidaturas às vagas de engenharia química da UERJ – sendo o principal deles a segunda colocação da Universidade entre as instituições de ensino do estado no ranking mais recente do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – Enade 2011, atrás apenas do IME – Instituto Militar de Engenharia (ver Tabela 3). Outros fatores citados pelo professor são: oferecimento de curso noturno com duração estendida (um ano a mais em relação ao curso diurno) para evitar que aulas sejam ministradas no primeiro tempo (das 18h às 18h45), horário difícil para o aluno que trabalha; a localização da UERJ em perímetro urbano, que facilita seu acesso; um número signifi cativo de professores do quadro do Instituto com projetos ligados à Petrobras e os bons resultados de empregabilidade alcançados pelos graduados em engenharia química da UERJ. “Ex-alunos nossos muitas vezes conseguem as primeiras colocações em concursos da Petrobras, ‘sonho de consumo’ de grande parte dos engenheiros químicos. Houve inclusive um concurso no qual o primeiro e o segundo lugares foram de alunos da UERJ, um deles que sequer havia concluído o 10º período”, comenta o professor. Marco Antônio registra ainda que em breve (em dois ou três anos) haverá uma intensifi cação na demanda por engenheiros de várias especialidades, “sobretudo por engenheiros químicos, com a entrada em operação do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), o maior do estado”, que representa investimentos de cerca de R$ 10 bilhões, no município de Itaboraí. Outra situação que se destaca no contexto de maior procura pelos cursos de engenharia é o desempenho dos candidatos no Vestibular da UERJ. Entre 2009 e 2013, pelo menos quatro candidatos tiveram notas entre as dez maiores registradas no período (iguais ou acima de 90 em uma escala de 100). No Vestibular 2013, as dez maiores notas foram alcançadas por candidatos às vagas de engenharia, sendo as cinco maiores da classifi cação geral dos cursos obtidas por candidatos da área de engenharia mecânica. No Vestibular de 2012, o primeiro lugar geral havia sido conquistado por uma candidata ao curso de engenharia química. Cursos No exame de ingresso para a UERJ os estudantes podem hoje optar entre nove habilitações de engenharia. Criada em 1961, a Faculdade de Engenharia mantém cinco cursos no campus Maracanã: engenharia cartográfi ca, civil (que inclui estruturasconstrução civil e transporte), elétrica (que inclui eletrônica, de telecomunicações, sistemas de computação e sistemas de potência), mecânica e de produção. A engenharia química, em funcionamento desde 1971, também está localizada no campus Maracanã e integra o Instituto de Química. O Instituto Politécnico (IPRJ), em Nova Friburgo, oferece engenharia mecânica e de computação e a Faculdade de Tecnologia (FAT) oferece engenharia de produção no campus regional de Resende. No Vestibular de 2014, com a primeira fase já realizada, a Faculdade de Engenharia passa a oferecer no campus Maracanã o novo curso de engenharia ambiental sanitária. Na Faculdade de Tecnologia em Resende também haverá a possibilidade de cursar engenharia mecânica. O novo campus da Universidade no município de Queimados, que começa a ser construído ainda em 2013 segundo a coordenadora de estudos estratégicos e desenvolvimento Tatiane Alves Baptista, vai oferecer curso de engenharia civil com ênfase em urbanismo. http://www.uerj.br/publicacoes/emquestao/99/
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