Discurso do Novo Secretário de Ciência e Tecnologia do Estado do Rio de Janeiro

Criada em 19/06/2012 13:19 por maperna | Marcadores: fen geral

 

Discurso do Excelentíssimo Senhor Secretário de Estado de Ciência e Tecnologia do Estado do Rio de Janeiro, Engenheiro Luiz Edmundo Horta Barbosa da Costa Leite, proferido na cerimônia de sua posse, realizada na Academia Brasileira de Ciências, em 04 de junho de 2012.

Senhoras e Senhores.

Em primeiro lugar quero agradecer a todos que aqui vieram para prestigiar este ato de posse – amigos, parentes, colegas de trabalho, ilustres membros da ABC, representantes do MCT, das universidades, da FAETEC, da FAPERJ ... e dizer que me sinto imensamente honrado com a presença de todos vocês, constatando assim o apoio que a SECT granjeou nesses 5 anos e meio do governo Sérgio Cabral e da administração de Alexandre Cardoso, em que ficou patente o avanço na articulação dos dois principais eixos de trabalho da nossa Secretaria: o apoio à pesquisa e ao desenvolvimento tecnológico, com ênfase na inovação, e ao crescimento e aperfeiçoamento do ensino superior e do ensino profissionalizante e técnico em nosso estado.

Possivelmente muitos sabem, mas não custa enfatizar que, nestes pouco mais de 5 anos logramos ampliar o orçamento da FAPERJ em mais de 200%, chegando hoje a dispor de mais de 350 milhões de reais por ano para irrigar projetos de ciência, tecnologia e inovação no Estado do Rio de Janeiro. Em 2012, teremos, no mínimo, 34 editais, número recorde na história da Faperj, editais estes visando principalmente ao apoio a pesquisadores das universidades sediadas no Rio de Janeiro e a projetos de inovação atingindo todos os 92 municípios de nosso estado, além de possibilitar a execução de projetos de grande significação, como o Museu da Ciência e Vida em Duque de Caxias e a disseminação das redes de internet gratuita em comunidades com acesso através de um portal especialmente projetado para ampliar a inclusão social e permitir a capilarização dos benefícios do ensino a distância ao longo de todas as comunidades carentes do estado.

Com relação ao ensino técnico e profissionalizante, deve ser destacado que hoje temos cerca de 350.000 alunos na rede da FAETEC, em escolas técnicas reformadas e ampliadas, e em 35 Centros de Vocações Tecnológicas, construídos todos neste governo, sempre com foco na formação de mão de obra que felizmente está em alta demanda em nosso estado, que atravessa um excepcional crescimento econômico e social.

Não posso deixar de destacar a presença do Cecierj, experiência única na integração de todas as universidades públicas sediadas no estado, e que vem oferecendo desde o Pré-Vestibular Social como apoio ao acesso das camadas menos favorecidas de nosso população, até a formação de professores e graduados, através de 33 pólos espraiados ao longo de todo nosso território estadual, dando-lhe total cobertura, e alcançando a marca de 50 mil alunos matriculados.

E o que falar de nossas Universidades ?

a UERJ rompendo marcas e marcas de procura por seus cursos nos nossos vestibulares anuais, caminhando para cobrir nosso território com seus campi e se constituindo cada vez mais no suporte de reflexão e inovação de nossa administração estadual, 

a UENF, universidade impar no Brasil pelo nível de qualificação de seu corpo docente, agora focando pragmaticamente sua ação no desenvolvimento local, um piloto a ser expandido para todo o estado,
e, finalmente, nossa caçula, a UEZO, a primeira experiência no campo da tecnologia alinhada ao desenvolvimento local,

... o que falar, senão agradecer ao espírito público, suas visões e tenacidade de suas lideranças, corpos docente e discente, por estarem se construindo na argamassa de nosso futuro.

Tendo alcançado tamanho sucesso, que me resta fazer? Substituir Alexandre Cardoso é impossível: todos que o conhecem sabem de sua capacidade de trabalho, pertinácia, objetividade,  além de sua habilidade para encontrar soluções para os mais diversos problemas e conseguir apoios para seus projetos, encarnando, sem saber, a máxima de Augusto Comte: Amar-Pensar-Agir.

Mas,  se Alexandre vai levar, temos certeza, toda essa sua capacidade de trabalho para construir mais segurança, saneamento, mobilidade, saúde e educação para aquela parte da população fluminense que mais precisa e que certamente terá nele uma real possibilidade de mudar suas vidas, ficamos nós aqui com a missão de empunhar o bastão e seguir avançando, consolidando todos estes programas de sucesso, e procurando manter seu espírito vivo, pautando nossos passos com a sabedoria e a criatividade que nos transmitiu, não apenas perseguindo novas fronteiras, mas principalmente sempre questionando se caminhamos em direção a nosso objetivo maior: o bem comum.

Para consolidar e ordenar essas atividades, de modo que o crescimento da C&T seja harmônico e sustentável, e passe a se constituir em política de Estado, mais do que política de governo, temos a obrigação de deixar um legado de continuidade, pelo que se impõe e é chegado o momento de traduzir todas estas experiências vividas em um  farol: um Plano Estadual de Ciência e Tecnologia,  que atue como elemento de apoio e sinergia aos destinos do desenvolvimento e alcance de nosso bem comum, traçados e perseguidos  desde os primórdios de nosso 2007.

E, para isto, contamos com o apoio de todos os senhores.

Finalmente, gostaria de compartilhar com todos aqui a visão maior e mais profunda que Alexandre nos passou: a de que a Ciência e a Tecnologia não podem se furtar a se constituir na alavanca da superação da desigualdades que caracterizam nossos dias.

Mas, para tanto, precisamos nos aprestar. 

Apesar dos avanços recentes na área da pesquisa científica, o Brasil ainda apresenta níveis modestos de pesquisadores por habitante, se comparado com os países centrais e com os principais emergentes, especialmente a Coréia do Sul e a China. E o que nos deve emular é a constatação do nosso imenso potencial de crescimento, como demonstra, por exemplo, a olimpíada da matemática com mais de 19 milhões de inscritos, olimpíada essa onde um dos vencedores, já por diversos anos destacado, é de uma escola de Cocal dos Alves a 400 quilômetros de Teresina. 

Este é o desafio que temos pela frente pois se não conseguirmos transformar um país que hoje tem nos  produtos de baixo valor agregado a sua principal pauta de exportação em um país inovador com capacidade tecnológica, com base em toda sua população tão criativa e que dá constantemente demonstrações de capacidade de trabalho,  nosso crescimento pode se resumir a mais um episódio passageiro e o que é pior, mais uma vez “estaremos perderemos o bonde da história”,  e nos  condenando a viver em um país prisioneiro desta chaga da iniqüidade que apresenta segundo Ricardo Paes e Barros,  uma “estabilidade inaceitável”. 

Para ilustrar, quando tratamos dos índices de desigualdade e pobreza no Brasil,  a renda de um indivíduo entre os 10% mais ricos é até 30 vezes maior do que a renda apropriada por um indivíduo entre os 10% mais pobres.

Finalmente, e em resumo, esperamos fazer jus a confiança em nós depositada pelo governador Sérgio Cabral e pelo Deputado Alexandre Cardoso, trabalhando, com toda a equipe da SECT, e às vésperas da Rio +20, para nosso desenvolvimento social e econômico sustentável, através do avanço da C&T em nosso estado, promovendo a inclusão e dando oportunidade a todos.

Muito Obrigado.

 

 



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Em 19/06/12 13:45 Weber Figueiredo disse:

" ... o desafio ... transformar um país que hoje tem nos produtos de baixo valor agregado a sua principal pauta de exportação em um país inovador com capacidade tecnológica, ..." É bom ouvir isso de um secretário de C&T.