Prof. Roberto Soares de Moura

É importante que a Universidade reconheça seu papel social, não somente formando profissionais com alto nível de conhecimento, mas que a inteligência e a criatividade destes novos cientistas sejam transformadas em produtos que vão impulsionar o crescimento econômico da nossa sociedade

Hoje as moedas mais valiosas do ser humano são, sem dúvida alguma, o conhecimento, a cultura, o pensamento amplo e abrangente. Cada vez mais, o desenvolvimento científico é a mola do crescimento de qualquer sociedade moderna. Neste particular, a Universidade ocupa um papel importante na estrutura social. É nela que se concentra a inteligência máxima, no sentido pleno de inter legere, ler dentro. Na Universidade reúnem-se indivíduos, apaixonados pelo saber, com o propósito profícuo de gerar, trocar, ampliar os conhecimentos, e principalmente, irradiar o conhecimento para a sociedade.

A UEZO (Centro Universitário Estadual da Zona Oeste) é mais um novo fruto da grande árvore mãe, a Universidade de Bolonha, plantada há quase mil anos, criada por professores e alunos, com a finalidade de agrupar e concentrar em um mesmo "campus" todos aqueles apaixonados pela cultura e pelo saber.

A Universidade tem não somente o escopo de transferir o saber, educando e formando profissionais de alta competência, de gerar novos conhecimentos mas principalmente, transformar o desenvolvimento científico em alavanca de crescimento social, em benefício direto da população.

Se de um lado, o Brasil se alinha entre os países responsáveis pelo crescimento da ciência, isto não acontece no campo da tecnologia aplicada, na medida em que esta ciência, assim chamada ciência pura não se transforma em produtos, empregos, lucros, e melhores condições sociais da nossa população. Neste contexto, países como o Japão, a Alemanha e os Estados Unidos, perceberam, há mais de cem anos, que era preciso levar as novas descobertas científicas das universidades para dentro das fábricas, para a obtenção de produtos de ponta, líderes dos mercados internacionais. A inovação tecnológica é o grande acelerador do desenvolvimento econômico e social das sociedades modernas. Em 1891 foi criado no Japão o Tokyo Institute of Technology e na Alemanha a Darmstadt University of Technology. Em 1885 é fundada a Michigan Technological University. Interessante, justamente estes países que pioneiramente levaram o conhecimento das universidades para as fábricas, para as indústrias, são hoje as maiores potências econômicas do planeta.

É fácil depreender que uma nova descoberta científica desenvolvida na Universidade, custa muito caro à sociedade, e não pode ficar guardada nas bibliotecas, mas deve ser transferidas para as indústrias com o objetivo de gerar novos empregos, gerar novos recursos e principalmente amplificar o bem estar social.

É importante que a Universidade reconheça seu papel social, não somente formando profissionais com alto nível de conhecimento, mas que a inteligência e a criatividade destes novos cientistas sejam transformadas em produtos que vão impulsionar o crescimento econômico da nossa sociedade.

O parque industrial do Estado do Rio de Janeiro precisa de novas pesquisas e desenvolvimento para sobreviver aos concorrentes nacionais e internacionais, Seja produzindo novos produtos, barateando os produtos jã industrializados ou mesmo aumentando o valor agregado de seus produtos. Evidentemente, tudo isto requer criatividade científica, somente encontrada nas Universidades, e estas precisam dialogar com as necessidades tecnológicas das empresas fluminenses. Neste particular a UEZO, com seus cursos tecnológicos e plenos apresenta-se como uma nova postura universitária, na medida em que tem seus programas educacionais modulados pela demanda do parque industrial do Estado do Rio de Janeiro. O diálogo entre a indústria e a universidade é fundamental para que os nossos alunos, ao terminarem seus cursos, sejam facilmente absorvidos pelo mercado de trabalho do Estado.

Roberto Soares de Moura
Reitor da UEZO (Centro Universitário Estadual da Zona Oeste)

http://www.uezo.rj.gov.br/

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Veja o resultado da pesquisa que o professor Roberto Soares de Moura desenvolveu na UERJ.