Flavio Grynszpan A Apple é a empresa mais inovadora do mundo.Esta foi a conclusão do Boston Consulting Group, publicada pela revista Business Week, em artigo que já comentei. E esta liderança se mantém desde 2006. O que diferencia a Apple das demais? Não é inovação em produto ( é claro que o iPod, iPhone e o iPad são produtos de primeira linha) nem de processo: a Apple inova pelo seu ” modelo de negócios”.Com o iPod a Apple desconstruiu a indústria da música, com o iPhone a indústria da telefonia celular ( hoje só se fala em smartphones) e com o iPad está virando a indústria de propaganda de cabeça para baixo. O conceito da “loja de aplicativos” é revolucionário, pois atrai um sem número de especialistas, de todos os países, que trabalham para a Apple, sem custo, e deixam o resultado, em consignação, na loja da Apple. As nossa operadoras de comunicação móvel já estão utilizando o mesmo conceito. Mas e os outros setores? Será que o modelo pode servir de ensinamento e de oportunidades para o Brasil? Os modelos do Open Innovation e da “loja da Apple” mostram que precisamos reavaliar o enfoque do nosso desenvolvimento tecnológico. Hoje é tão importante desenvolver tecnologia internamente como absorver e integrar tecnologias desenvolvidas externamente, por terceiros, e que estão disponíveis. Será que a inovação está caminhando para ser mais integração do que desenvolvimento? Os defensores desta tese dizem que, na relação fabricantes – mercado, o poder está cada vez mais com os usuários e que inovar é atender aos clientes com novidades. O P&D interno é fundamental para a inovação tecnólogica, mas nem toda inovação depende do P&D interno. Qual a opinião de vocês? Conheci uma empresa mineira, a International Sys ( conhecida pela sua plataforma Metasys, baseada em Linux) que está sendo bem sucedida com um modelo similar na área de educação. A “loja da Metasys” abriga um grande número de aplicativos educacionais que foram feitos por terceiros e que são públicos. A empresa adequa estes aplicativos à sua plataforma e os coloca para uso pelos alunos. O sistema educacional das escolas públicas de Minas Gerais usa Metasys. A Intel, parceira da Metasys, está , agora, levando esta solução a diversos países do exterior. Um exemplo a ser seguido. Flavio Grynszpan é consultor de empresas, especializado em Inovação, Empreendedorismo e Outsourcing. Foi presidente da Motorola do Brasil e professor titular da COPPE/UFRJ. Leia também: Porque as subsidiárias brasileiras das multinacionais não patenteiam? Fonte: http://inovacaonobrasil.wordpress.com |
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| Em 22/06/10 02:53 Marco Antonio Perna disse:Meu primeiro computador "decente" foi um clone do Apple ][ plus, fabricado pela Milmar no Brasil. Dava realmente para usar, embora em atividades sérias tivéssemos que colocar placa CP/M. Depois conheci a revolução do primeiro Macintosh. Mouse, interface gráfica etc. Mas, depois disso a Apple afundou e levantou e os recentes sucessos mercadológicos, sucessos de marketing, são especialmente feitos para o povo leigo e não especializado em tecnologia/informática. Não troco meu Nokia N82 por nenhum iPhone e nunca comprarei um equipamento tão limitado como um iPad. E não é por não usar Flash, pois concordo com Steve Jobs. Mas quantos são como eu que querem algo realmente poderoso e útil ? O povo quer é algo bonito, fácil de usar e que atenda às suas pequenas necessidades. E nisso Jobs é um gênio. Em 21/06/10 18:58 Weber Figueiredo da Silva disse:Este artigo do Fávio Grynszpan me lembra o quanto a Apple merece esse reconhecimento. Há 20 anos só uso Mac, que une alta tecnologia com inovação. |