Discurso de saudação proferido pelo Professor Dr. Egberto Gaspar de Moura, Titular de Fisiologia no IBRAG-UERJ e representante Titular do Centro Biomédico no Consun, por ocasião da posse dos conselheiros nos Conselhos
Magnifico Reitor, Prof. Ricardo Vieiralves, prezados Sub-reitores, Diretores de Centro, Diretores de Unidades, meus colegas dos Conselhos Universitário e de Ensino e Pesquisa, colegas docentes, funcionários técnico-administrativos, nossos alunos e alunas
Fui incumbido da honrosa e agradável tarefa de saudar meus colegas de Conselho, nesta cerimônia de posse dos novos conselheiros, para o biênio 2010-2012. É uma incubência que desempenho com grande felicidade, pois acredito que este novo Conselho terá enormes oportunidades a sua frente. Ao mesmo tempo, tenho consciência, assim como meus colegas que represento, da grande responsabilidade que temos pela frente, face aos desafios que teremos que enfrentar. Os desafios estão associados não só aos problemas crônicos de nossa Instituição, mas aos novos e inusitados problemas decorrentes da sucessão de crises porque passa o mundo. Porém, como a sabedoria milenar oriental nos ensina, crise e oportunidade são diferentes faces de uma mesma moeda. O novo Conselho deve ajudar a UERJ, através da sua Reitoria, a resolver alguns destes problemas, inclusive aproveitando as oportunidades atuais.
Apesar do entusiasmo pelas novas tarefas, sei que teremos que agir com coragem, mas também com prudência e, por isto procurarei escolher cuidadosamente as palavras com que me dirijo aos colegas aqui presentes, já que como num ritual de iniciação, espera-se que muito do que aqui se diga, venha a se concretizar. Para que muitos dos nossos anseios se concretizem, é necessário o esforço conjunto deste egrégio colegiado, trabalhando em harmonia, mas com toda a sua necessária diversidade. Não devemos em nenhum momento nos preocupar com as divergências de idéias. Elas são enriquecedoras para que alcancemos nosso propósito final. Este sim deve ser bem discutido, para que tenhamos uma definição clara de nossas metas, que cumpram a missão para a qual a UERJ é mantida pela Sociedade.
Antes de tudo, em nome dos que estão assumindo, gostaria de agradecer aos nossos colegas dos Conselhos que estão terminando seu mandato. O período que nos precede foi de intenso trabalho e algumas grandes realizações. Como exemplo, tivemos nosso plano de cargos e salários docente aprovado. Como qualquer plano, está longe da perfeição, assim como qualquer um de nós. Porém, é melhor um plano com alguma imperfeição do que nada. E era nada, o que tínhamos anteriormente. Esta decisão por realizar, mesmo com imperfeição e, depois gradativamente aperfeiçoar o que já existe, deveria ser tomado como exemplo a ser seguido, por nós, novos conselheiros.
Muitos dos Conselheiros do biênio anterior foram re-eleitos no próximo biênio. Esperamos contar com sua experiência, para que ocorra uma continuidade suave dos trabalhos que não puderam ser finalizados. Também alguns, como eu, já são veteranos de Conselhos anteriores e, trazem uma experiência de outra época, que também é enriquecedora, mas para a qual devemos ter cuidado, pois o momento histórico é diferente. Não vivamos o presente com os óculos do passado, para que não distorçamos a realidade e inviabilizemos o nosso futuro. Porém, estudemos nossa História, para que não repitamos os erros, nem tenhamos que reinventar os acertos.
O futuro da UERJ pode ser ainda mais brilhante, como por mais que possa parecer ufanista de minha parte, tem sido até o presente momento. A UERJ é uma das grandes Universidades Brasileiras. Não há como negar este fato. No Estado do Rio de Janeiro, em vários indicadores, só ficamos atrás da Universidade Federal do Rio de Janeiro, a primeira Universidade Federal do País, em uma série de indicadores.
Para que o nosso futuro continue brilhante, temos que estar antenados ao que acontece fora da UERJ, com nossas Instituições irmãs, no País e no exterior. Procuremos aprender pelas histórias de sucesso. Evitemos o que já se comprovou como malsucedido. Pelo País, constatamos o crescimento do sistema público de ensino superior, com o REUNI, revertendo uma tendência das últimas décadas, em que o sistema público foi relegado, em função da ampliação desordenada do sistema privado. Este último é essencial, como sistema complementar, mas não como sistema predominante. Porém, uma visão economicista, considerava mais econômico apostar no ensino privado e, tinha as IES públicas como ineficientes. Esta politica já foi cunhada por determinados círculos, como neoliberal, termo que particularmente não gosto muito, por ser impreciso, prefiro considerá-la atrasada ou escravocrata. O resultado de 8 anos desta aposta, foi a constatação do óbvio, que o sistema público é e continuará sendo por muitos anos, essencial para a formação de profissionais altamente qualificados, inclusive quase que exclusivamente, formando os que irão formar novos profissionais. Ou seja, a pós-graduação está bastante concentrada nas IES públicas, sendo que só 20% nas diferentes Instituições privadas, justamente o contrário do que se observa com o ensino de graduação. Na pós-graduação, a UERJ teve um crescimento fantástico, na última década, temos hoje 44 Programas de pós-graduação. Já na graduação o crescimento tem sido muito mais lento, sendo que contamos hoje, com apenas 32 cursos de graduação.
Politicas acertadas desenvolvidas pelas últimas Administrações, entre as quais vale citar, o Programa de capacitação docente, o PROCIENCIA e o Programa de Visitantes, impulsionaram o desenvolvimento da pós-graduação na UERJ. Externamente, o fortalecimento recente das agências de fomento federais e a nossa Estadual, a FAPERJ. Esta com a sugestão do Deputado Alexandre Cardoso, Secretario de Ciência e Tecnologia, na época, conseguiu que o Governador Sergio Cabral, logo no inicio de seu governo, em 2007, autorizasse o repasse constitucional de 2% da renda liquida do Estado, o que possibilitou a FAPERJ aumentar muito o seu grau de financiamento e, aliado a gestão eficiente, do nosso colega de UERJ, Prof. Ruy Garcia Marques, fez com que a UERJ conseguisse uma parte substancial destes recursos, que é mérito exclusivo de seus pesquisadores e alunos.
Cumpre que este novo Conselho reflita e sugira estratégias para o desenvolvimento da graduação no nosso Estado, que possam atenuar a diferença que existe entre o número de cursos oferecidos pelas Instituições privadas e pelas públicas. Temos que ser criativos na sugestão de novos cursos, que não só atendam ao mercado atual, mas como formem profissionais para o imprevisível futuro. Um mundo em constante mudança exige um profissional que pense e saiba executar tarefas as mais diversificadas, inter e multidisciplinares. Assim é um visão míope rotular permanentemente um curso. Cursos interinstitucionais, ensino a distância, reciclagem profissional e a formação de tecnólogos, deverão passar a ser nossa preocupação. A valorização do professor em sala de aula e seu aperfeiçoamento didático devem estar em primeira pauta deste novo Conselho.
A UERJ deve aproveitar a oportunidade do crescimento para outros municípios do Estado do Rio de Janeiro. Há uma grande demanda da população destes municípios e, hoje, muitos dos prefeitos e o Governo do Estado compreendem a importância da oportunidade de ensino superior fora das grandes capitais. Não devemos temer a falta crônica de recursos. Ao oferecer serviços essenciais, os recursos aparecerão, como pode exemplificar o sucesso do sistema UNESP, em São Paulo, e o provável sucesso desta política na UFRJ e UFF. Cumpre aproveitar esta oportunidade, inclusive pela presença de mais um Professor da UERJ, o Professor Regazzi, um dos grandes promotores da interiorização da UERJ, como subsecretário de Ciência e Tecnologia do Estado.
Estou certo, Magnifico Reitor, que com todo o dinamismo que tem caracterizado a sua Administração, o Conselho será parceiro de todas as suas propostas para que a UERJ dê um salto qualitativo, atingindo um novo patamar em sua História.
Por fim gostaria de ler mensagem do nosso colega Luiz Carlos Guimarães Serafim, servidor da UERJ, do setor de Segurança: Desejo que as conselheiras e conselheiros eleitos tenham força e compromisso com a instituição, para se construir o melhor para a comunidade acadêmica e a sociedade de uma forma geral. A Uerj tem uma importância ímpar para a população brasileira, basta apenas ocupar seu espaço institucional na sociedade fluminense. De um ex-conselheiro, que reconhece o valor desse espaço.
É com este espírito desta singela mensagem, em que não há sombra de antagonismos desnecessários, que faço minhas considerações finais:
Em época de Copa, além de torcer muito pelo Brasil, vamos torcer para que o novo CONSUN possa gerar idéias que levem a UERJ a um mais alto nível de desenvolvimento, assim garantindo um melhor serviço para a população do Estado do Rio de Janeiro. Que a diversidade de idéias, sempre saudável no CONSUN, possa ser trabalhada com harmonia dentro da realização de nossos propósitos comuns, que visam cumprir a missão da UERJ com a sociedade, na busca da justiça social, através da Educação de alto nível, geração de novos conhecimentos e transmissão destes a Sociedade como um todo.
Docentes e servidores técnicos-administrativos devem estar unidos neste ideal, para propiciar que nossa principal clientela e produto, os alunos, possam cada vez mais ajudar o desenvolvimento do nosso país.
Muito obrigado pela atenção de vocês e um excelente biênio para todos nós. Fonte: Professor Egberto Gaspar de Moura |
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