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Para Luiz Bevilacqua, ex-secretário executivo do Ministério da C&T e professor emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), as universidades brasileiras têm feito muito para melhorar o nível de suas pesquisas, mas não para melhorar a administração de suas unidades

"Os funcionários administrativos têm a mesma formação de 20 anos atrás. Precisamos modernizar a gestão das universidades", afirmou Bevilacqua, atualmente coordenador do Núcleo de Cognição e Sistemas Complexos da Universidade Federal do ABC (UFABC).

A análise foi feita durante seminário sobre pós-graduação na 4ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CNCTI), realizado na sexta-feira (28/5).

De acordo com o professor, as instituições de ensino superior brasileiras têm investido fortemente na melhoria de suas pesquisas, mas esbarram em muitas burocracias e em problemas de formação de pessoal administrativo. Estes funcionários seriam essenciais para liberar professores do exercício de tarefas de gestão, o que concederia aos pesquisadores mais tempo de dedicação ao laboratório. Para ele, é essencial que a universidade se modernize como um todo.

"Poderíamos ter programas de capacitação para esses funcionários", sugere Bevilacqua.

Durante o seminário, que contou com a participação dos presidentes da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Jorge Guimarães, e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Carlos Aragão, não houve comentários diretos sobre a sugestão de Bevilacqua.

No entanto, a análise foi corroborada por Aragão. Segundo ele, a universidade precisa melhorar sua gestão e uma das formas de fazer isso é acabar com a divisão das unidades em departamentos. "A pós-graduação precisa se preocupar com a criatividade", afirmou.

Fonte: Marcelo Medeiros, do Jornal da Ciência