Uerj - Notícias 49

Criada em 15/08/2006 18:39 por dirfen_biondi_ca | Marcadores: aluno fen func prof

Reproduzimos matérias publicadas no CLIPPING UERJ.

Resultado do Exame da Uerj na Internete - O Dia
Antônio e Cleópatra - O Globo
Chegada da família real inspira concurso - O Globo
O amor e o poder - Extra
Especialistas vêem nas crises ausência de profissionalização - Jornal do Brasil
Trabalhador e cidadão - Jornal do Brasil
"A sociedade tem medo dos pobres" - Jornal do Brasil
Até quando? - Jornal do Brasil
No Campus - Jornal do Brasil
Violência afasta moradores da área em volta ao maracanã - Jornal do Brasil
Workshop - O Dia
Negros - Folha de São Paulo
Paes: é preciso ser cruel com o mau - Tribuna da Imprensa

O Dia  -  Geral  -  pg. 02  -   12/8
Resultado do Exame da Uerj na Internete
 
Candidatos que fizeramo 1º Exame de Qualificação do Vestibular Estadual 2007 já podem ter acesso ao resultado das provas através do site
www.vestibular.uerj.br. As inscrições para o 2° Exame de Qualificação poderão ser feitas até dia 21 pela Internet ou em uma das agências bancárias credenciadas do Itaú. A taxa é de R$ 36. O resultado das provas sai no dia 8 de outubro.  
 
O Globo  -  Segundo Caderno  -  pg. 06  -   12/8
Antônio e Cleópatra

 
Texto: William Shakespeare. Direção e adaptação: Paulo José. Com Maria Padilha, Flávio Bauraqui e outros.

A peça recria livremente o clássico de Shakespeare que narra a história de amor entre o romano Marco Antônio e a rainha do Egito, em meio a disputas de poder.

Teatro Odylo Costa Filho (Uerj): Rua São Francisco Xavier 524, Maracanã — 2587-7481. Sex a dom, às 19h30m. R$ 5. 120 minutos. Até 20 de agosto. 18 anos.

O Globo  -  Prosa & Verso  -  pg. 05  -   12/8
Chegada da família real inspira concurso
Mànya Millen e Rachel Bertol

O Arquivo Nacional e a Comissão Luso-Brasileira para Salvaguarda e Divulgação do Patrimônio  Documental (Coluso) abriram inscrições para o  corcurso de monografias Prêmio D. João VI de Pesquisa, que receberá trabalhos até fevereiro de 2007. O concurso faz parte das celebrações pelos 200 anos, a serem festejados em 2008, da chegada da famíla real ao Brasil. Podem participar pesquisadores brasileiros e estrangeiros que apresentem trabalhos inéditos, redigidos em português, referentes ao período joanino. O júri será composto por comissões da Universidade de Coimbra e da Uerj e os vencedores terão a monografia publicada pelo Arquivo Nacional em 2008. O regulamento pode ser lido na página do  Arquivo Nacional (www.arquivonacional.gov.br).      
 
Extra  -  Sessão Extra  -  pg. 43  -   13/8
O amor e o poder

 
Um dos clássicos de Shakespeare, "Antônio e Cleópatra" ganhou sua primeira montagem brasileira, adaptada e dirigida por Paulo José. A peça, em cartaz no Teatro da Uerj, narra a história de amor entre o romano Marco Antônio e a rainha do Egito, vivida por Maria Padilha, em meio a disputas de poder.
Teatro Odylo Costa Filho (Uerj): Rua São Francisco Xavier 524, Maracanã — 2587-7481. Sex a dom, às 19h30m. R$ 5.
 
Jornal do Brasil  -  Esportes  -  pg. C2  -   13/8
Especialistas vêem nas crises ausência de profissionalização
 
Manhã de segunda-feira, 7, nas Laranjeiras. Um dia depois da derrota por 3 a 0 para a Ponte Preta, o presidente do clube, Roberto Horcades reúne-se com a direção tricolor e demite o técnico Oswaldo de Oliveira. Consultado sobre a medida, mas sem participar da reunião, o presidente da Unimed, Celso Barros, é apontado pelo treinador como o principal responsável pela sua saída. De acordo com Oswaldo, o patrocinador buscava influenciar na escolha da equipe titular. Celso Barros nega.

A demissão do treinador é uma das faces da conturbada relação entre patrocinadores, dirigentes e treinadores, que inclui ainda as negociações de jogadores e abrange também parcerias como a do Corinthians com a MSI. Na origem dos dois casos, segundo especialistas, a ausência de uma profissionalização do departamento de futebol.

- Há uma fragilidade de estrutura - diz o professor José Antônio Barros Alves, coordenador do MBA em Gestão Esportiva da Fundação Getúlio Vargas. - É preciso profissionalizar a gestão, o que é um processo complicado, mas urgente. No entanto, os clubes não necessariamente precisam virar empresas.

Barros Alves destaca que é necessário diferenciar os interesses de um parceiro e de um patrocinador, casos de Corinthians e Fluminense, respectivamente.

- Há muito descumprimento por conta de resultados, pressão da torcida e fatores que não integram o mundo empresarial - complementa o professor de mercadologia da Uerj, Manoel Marcondes Neto. - Isso acaba sendo ruim também para a marca, o ditado falem mal mas falem de mim não se aplica neste caso.

No Fluminense, a crise já provoca efeitos, Em entrevista ao site oficial do clube, Celso Barros afirma que é improvável novos investimentos este ano, que espera melhores resultados e ressalta que não há interferência da empresa no departamento de futebol. Procurado para tratar do tema, Oswaldo de Oliveira não quis se pronunciar. O presidente Roberto Horcades, não foi encontrado para comentar o assunto.

Jornal do Brasil  -  Opinião  -  pg. A11  -   13/8
Trabalhador e cidadão

 
O QUE PREFERIMOS: a formalidade ou a informalidade? A rigidez ou a flexibilidade? Pelo conteúdo que se costuma dar a essas palavras, seriamos induzidos a optar pelas. segundas alternativas, pela informalidade e pela flexibilidade.

No entanto, aplicadas às relações de trabalho, as palavras revelam seu perigoso poder de passar de contrabando sentidos enganosos. O que significa "trabalho informal"? O que significa "flexibilização laboral"? Na realidade, trabalho infonnal significa "trabalho precário", trabalho sem contrato de trabalho, sem direitos básicos: de garantia de que se vai continuar a receber salário nos próximos meses, de direito a férias, a licença maternidade, à seguridade social, à aposentadoria, a indenização. Além da cassação desses direitos, significa impossibilidade de se associar, de se sindicalizar, de apelar à justiça por seus direitos, de ter uma identidade social.

Em outras palavras, significa que o trabalhador que não tem contrato de trabalho não é cidadão, porque a definição de cidadão é a de que é aquele que é "sujeito de direitos". Quem não é sujeito de direitos, não tem cidadania social, que é aquela que responde pela vida cotidiana das pessoas.

Quando um documento divulgado esta semana diz que: "A informalidade passou a ser um traço estrutural do desempenho do mercado de trabalho a partir de 1955", deduzimos que o modelo econômico implementado pelo Plano Real é uma máquina de cassar direitos, de bloquear o acesso à cidadania dos trabalhadores. Em 2001, depois da aplicação sistemática das políticas de "flexibilização laboral", de "terceirização", pela primeira vez na história do Brasil a maior parte dos trabalhadores deixou de ter çarteira de trabalho. No campo, esse índice gira em tomo de 80%, isto é, quatro de cada cinço trabalhadores rurais estão expropriados de cidadania social.

O documento do Ipea caracteriza a preçarização rumo wn dos efeitos çolaterais do Plano Real. O governo Lula tem revertido a tendência, diminuindo a tercerização no serviço público, assim como em empresas como a Petrobras. A porcentagem de trabalhadores sem carteira de trabalho, que havia chegado a.54,95% da força de trabalho em 2001, foi diminuindo um pouco, até chegar a 48,39% em 2004. No entanto, o nível dos empregos formais criados tem sido com níveis salariais muito baixos.

A questão do nível e da qualidade do emprego é um dos índices sociais mais significativos da situação do país. Deve ser um dos objetivos sociais mais importantes para qualquer governo que pretenda avançar na implantação de uma democracia"social no Brasil - um país caracterizado pela profunda injustiça social – a promoção dos empregos formais. Nunca tanta gente viveu do trabalho, porém nunca o nível dos empregos foi tão ruim, inseguro, desprotegido.

De qualquer modo, um emprego formal é melhor do que um "flexível", "informal". O governo não deveria conceder nenhum crédito, nenhuma isenção fiscal, nenhum favor a empresas, que não se dê com contrapartida no nível de emprego - emprego formal, com salário digno, com direitos básicos. Para que todos os trabalhadores, que constroem a riqueza do país, tenham o direito elementar de ser cidadãos.

Jornal do Brasil  -  Segurança Pública  -  pg. A6  -   14/8
" A sociedade tem medo dos pobres"
 
Como o Brasil lida com a criminalidade?

- A criminalidade é vista como a maior violência da sociedade. Mas existe uma face oculta da violência, muito mais cruel. O capitalismo contemporâneo exclui pelo social, não fornecendo saúde, educação, habitação. E inclui pelo penal, já que é essa população excluída que abarrota as penitenciárias brasileiras. O neoliberalismo destruiu o Estado Previdenciário e o substituiu pelo Estado Penal. São Paulo é hoje o grande exemplo no país.


O que é o Estado Penal?

- É o Estado que deixa de investir no social e concentra recursos no sistema penal. Não dá garantias de sobrevivência para a população, o que a torna ainda mais insegura. Tem uma mentalidade punitiva: aumento das penas, Lei de Crimes Hediondos, cobrança por mais prisões. Se prendemos cada vez mais e a criminalidade não diminui é sinal de que algo está errado.


O que está errado?

- A criminalização da pobreza. No século XIX a elite tinha medo de uma possível revolta de escravos. Hoje, temos medo da favela, dos funkeiros, dos sem-terra. O inimigo continua o mesmo: a população pobre. O desempregado que começa a trabalhar como camelô para sobreviver é criminalizado. Um jovem de classe baixa preso com a mesma quantidade de droga que o adolescente de classe alta é taxado como traficante, o outro é dependente químico. A sociedade tem mais medo do menino pobre do que do deputado que roubou um país inteiro.


A classe média desistiu de cobrar medidas eficazes?

- O Brasil vive uma época de individualismo progressivo, com taxas de desigualdade social alarmantes. Quem tem condições, paga para se sentir seguro. A criminalização da pobreza gera miséria para as massas e lucro para as classes dominantes. Os produtos comercializados pela indústria do crime são altamente rentáveis: alarmes, cercas elétricas, câmeras de segurança. A perda da privacidade trazida com os equipamentos de segurança é encarada como um mal menor frente à violência, mas talvez esse seja o maior dos males. George Orwell, no livro 1984, achava que o socialismo controlaria as pessoas. Estamos tendo a prova de que é o chamado mundo livre que o faz.


Qual a solução para diminuir a criminalidade?

- A curto prazo é preciso organizar um mutirão para retirar das prisões quem não precisa estar lá, dar assistência à família dos presos e melhores condições de vida aos agentes penitenciários. Existem pessoas que precisam estar presas, mas prender não é a solução. Enquanto demonizamos os Marcolas, dezenas de outros iguais se formam nas ruas. Se essa mentalidade punitiva diminuísse a criminalidade eu concordaria com sua eficácia. Mas a prática prova que ela não produz os efeitos desejados.

Jornal do Brasil  -  Opinião  -  pg. A11  -   14/8
Até quando?
Ubiratam Iorio

A situação está, em uma só palavra, insuportável!

Até quando nossas instituições vão continuar funcionando precariamente, permitindo que o povo se sinta indefeso diante do crime organizado, inerme frente ao descaramento de autoridades de todos os níveis e inerte perante leis injustas? Que nível de gravidade deverá a corrupção, que brota de todos os cantos, atingir, para que os cidadãos-contribuintes, explorados por um Estado ineficaz, corrupto, devasso e politiqueiro resolvam tomar as necessárias providências, que só eles poderão reclamar? Quantos inocentes ainda terão que morrer - em taxas que rivalizam com as do Iraque e as do Líbano - para que nossas leis sejam mudadas, a probabilidade de punição aos infratores substancialmente aumentada, "ongueiros" festivos e sociólogos marxistas deixem de falar bobagens, presos deixem de ser liberados para almoçarem com pais que não souberam educá-los nos bons princípios morais, policiais corruptos sejam punidos de verdade e a dignidade das polícias resgatada? Quantos mensaleiros e sanguessugas serão julgados e presos? Quantos presídios seguros o governo federal vai construir, já que em quase quatro anos apenas erigiu um, que abriga apenas um solitário condenado? Quando teremos um ministro da Justiça que se envergonhe de afirmar que está amedrontado diante do quadro de violência?

Quantos políticos comprovadamente corruptos serão reeleitos em outubro? Quantos atentados o PCC promoverá em São Paulo e em outras cidades? Quantas quadrilhas nos morros do nosso maltratado Rio ameaçarão invadir os pontos de venda de rivais, espalhando o terror entre inocentes? Quantas vezes o "movimento social" do senhor Bruno Maranhão - estranho caso de comunista que vive em um belo apartamento, sustentado regiamente pela mãe - bem como os bandoleiros do MST, ainda continuarão a ridicularizar a lei, sob a proteção de juízes que tisnam a honradez de suas funções e, até, da Escola Superior de Guerra, que parece acreditar que seu líder é um excelente palestrante e tem muito a ensinar?

Quando poderemos apagar de nossa horrenda Constituição, entre outras aberrações, o conceito de "função social da terra", solertemente incluído, para agasalhar verdadeiros marginais aproveitadores da ignorância alheia? Na melhor das hipóteses, é um pleonasmo, já que na sociedade tudo, rigorosamente, tem uma "função social", inclusive as galinhas, os peixes, os clubes de futebol, as vacas e os sapos...

O caso da corrupção em Rondônia excede em tudo os limites da tolerância, para transformar-se em uma vergonha nacional: praticamente toda a Assembléia Legislativa e - pasmem-se! - a principal autoridade do poder judiciário local, envolvidos naquele atentado à população que paga mais de sete dezenas de tributos!

Parece que o limite da paciência dos brasileiros honestos tende ao infinito: o presidente deverá ser reeleito, apesar do escândalo do mensalão; seu sustentáculo "ético" passa a ser o trio Orestes Quércia, Jader Barbalho e Newton Cardoso, algo equivalente a um técnico escalar três goleiros para jogarem como centro-avantes; governadores e prefeitos mentirosos, populistas e, na melhor das hipóteses, um tanto avessos à ética, deverão fazer seus sucessores; quadrilheiros apontados pelo Procurador da República e especialistas em ambulâncias furtadas à população concorrendo a cargos no legislativo, com razoável probabilidade de serem eleitos...

Até quando essa vergonha vai continuar manchando nossa sociedade? Pobres continuarão sem acesso à boa educação e a um bom sistema de saúde, aposentados continuarão a ter sua dignidade maculada e professores e médicos continuarão a viver como Dom Quixotes? Até quando o brasileiro continuará sendo explorado?

Jornal do Brasil  -  Idéias  -  pg. 03  -   14/8
No Campus

 
Curso de extensão Idosos escritores, reinventores de vida, na Uerj.
 
Jornal do Brasil  -  Cidade  -  pg. A16  -   14/8
Violência afasta moradores da área em volta ao maracanã
Juliana Cariello

Numa das poucas áreas de lazer ao ar livre na Zona Norte, a prática de esportes está impedida pela violência. A reclamação é de freqüentadores da ciclovia do Maracanã, onde menores de rua roubam celulares e carteiras dos pedestres. Os moradores, que reclamam também de assaltos na passarela que liga a Uerj ao metrô de São Cristóvão, atribuem o perigo à ausência de policiamento no local.

O gerente comercial Marcos Antônio Ferreira, 49 anos, convive com essa realidade há 18 - tempo em que mora na Rua Professor Eurico Rabelo, em frente ao portão 17 do estádio. Ele corre todos os dias, das 19h às 20h, na pista de cooper do Maracanã, onde vê assaltos freqüentemente.
- O Maracanã é terra de ninguém. Os pivetes aproveitam que não tem polícia no local e assaltam mesmo - conta Marcos. - Apesar de nunca ter sido roubado lá, conheço muita gente que já foi, inclusive meus filhos e dois sobrinhos.

O comandante do 6° BPM (Tijuca), Álvaro Garcia Rodrigues, disse ontem que, há duas semanas, um carro com dois policiais passou a ser destinado 24 horas tanto para o patrulhamento da passarela Uerj-metrô quanto para o Maracanã e adjacências.

- Entre as 12h e as 13h e de 22h e 23h, horários em que o fluxo de alunos é grande na Uerj, colocamos policiais perto da passarela para garantir a segurança dos estudantes assegura o comandante. - Durante o resto do dia, o carro se divide em rondas no Maracanã, no entorno do estádio e nas adjacências da Uerj.

Alunos e funcionários da universidade, contudo, dizem que só há policiamento na região em dias de jogo. O supervisor de laboratório da Uerj, Marcus Vinícius Santana, 21 anos, costuma fazer o trajeto em grupo para não ficar tão vulnerável.

- Passo pela passarela duas vezes por dia, de manhã e à noite, mas evito andar sozinho por lá - conta Marcus, que nunca foi assaltado, mas conhecê várias vítimas da violência no local. - Policiamento mesmo, só quando tem jogo.

Segurança maior em dia de jogo

O policiamento do Maracanã, da Uerj e adjacências é feito, diariamente, por dois homens do 6° BPM (Tijuca), segundo o comandante do batalhão. Em dias de jogos entre times cariocas, de acordo com ele, são cerca de 350 PMs - de diversos batalhões da cidade. Quando o jogo é entre um time do Rio e outro de fora, o efetivo da PM gira em torno de 250 policiais.
Já a Guarda Municipal atua na área com seis agentes, diariamente.
Quando há jogos, atuam, em média, 15 guardas de trânsito no entorno do estádio. Em carros, outros guardas percorrem a área.
Silmara de Fátima Cardoso, 28 anos, que estuda pedagogia na Uerj e mora no Maracanã, não circula à noite em certos trechos da área - como o paredão localizado abaixo da passarela nem mesmo quando o policiamento está reforçado.

- Se passar por aquele muro, no mínimo, vou ser assaltada - acredita.

O Dia  -  Viva Mais e Melhor  -  pg. 14  -   14/8
Workshop
 
O psicólogo Wallace dos Santos vai ministrar na Unati/Uerj o workshop " A terceira idade é a melhor idade?". O objetivo é promover a integração dos idosos, estimulando-os a exercer uma nova visão sobre o envelhecimento. A aula acontece no dia 23, às 14h, no auditório 33, 3º andar da Uerj, Bloco F. Mais informações pelo site
www.unati.uerj.br ou pelos telefones 2587-7121/ 7236/ 7199.
 
Folha de São Paulo  -  Opiniâo  -  pg. A3  -   14/8
Negros

 
"Causa-me espanto, quando se debate sobre a atribuição de cotas para o ingresso dos irmãos de raça negra nas universidades, no serviço público etc., a falta de um pronunciamento contundente das inúmeras associações, pretensamente defensoras dos direitos dos negros no Brasil, sobre a atuação dos personagens "Foguinho" e Ellen na novela "Cobras e Lagartos", exibida pela Rede Globo. Reclamou-se durante muito tempo de que aos atores negros só eram atribuídos papéis de serviçais, motoristas e outros de menor gabarito social, embora seus personagens tivessem um procedimento moral inatacável. A Ellen e o "Foguinho", mercê da excepcional atuação de Taís Araújo e Lázaro Ramos, nos mostram dois indivíduos absolutamente amorais, recalcados, chegando próximo ao limite da deficiência mental, contrariando tudo aquilo que se poderia esperar de qualquer cidadão, independentemente da cor de sua pele, que tivesse alcançado, por qualquer meio que fosse, a tão sonhada chance de ascensão social."
CARLOS TORRES (Curitiba, PR)

Tribuna da Imprensa  -  Nacional  -  pg. 07  -   14/8
Paes: é preciso ser cruel com o mau
Carla Giffoni

Candidato tucano ao governo do Rio promete mudar o quadro da política de segurança pública

Com a experiência de ter sido vereador, subprefeito da Barra e de Jacarepaguá, secretário municipal de Meio Ambiente e deputado federal por duas vezes, sendo um dos mais votados, com mais de 182 mil votos, o deputado federal Eduardo Paes (PSDB) espera convencer a população fluminense de que seu nome é o melhor para governar o Palácio Guanabara.

Aos 36 anos, casado, pai de Bernardo (dois anos) e Isabela (seis meses), ele terá de reverter a situação atual que dá aos seus adversários Sérgio Cabral Filho (PMDB), Marcelo Crivella (PRB) e Denise Frossard (PPS) os três primeiros lugares, respectivamente, nas pesquisas sobre intenções de voto.

Paes, que não tem ultrapassado os 4%, é o quarto colocado, e promete, caso saia vitorioso, mudar o quadro da segurança pública, "sendo muito cruel e duro com os maus", e tirar as "patas dos políticos" da máquina pública. Se compromete também a não nomear afilhados para batalhões de polícia, diretorias de escolas, postos de saúde e de hospitais.

TRIBUNA DA IMPRENSA - Como será seu relacionamento com o governo federal? Caso Geraldo Alkmin (PSDB) ganhe, a estrada será muito mais "pavimentada", mas se for Lula (PT) ou mesmo Heloísa Helena (PSOL) que ganharem?

EDUARDO PAES - A lógica que será pautada é a do princípio da cooperação institucional. Ou seja: o Rio de Janeiro precisa parar com esta história de ser sempre o estado do conflito institucional. O governador aqui sempre está brigando muito com o presidente e com os prefeitos. Vou fazer muita campanha para o Geraldo Alkmin, acredito que ele é o melhor para o Brasil, será muito bom que ele ganhe a eleição, mas se por ventura algum adversário dele vençer, a partir do dia 1º de janeiro de 2007 o governador do Rio, Eduardo Paes, será um parceiro do presidente da República, seja ele quem for.

Deputado, todos os candidatos falam isso, dizendo que terão um ótimo relacionamento com o presidente, mas chega na hora, depois de assumir, a maioria se queixa do governo federal. O que fará efetivamente diferente?

Acho que isso é muito do espírito das pessoas. Tenho 36 anos de idade, não sou um político que se alimenta de rancores, quero olhar para frente. Tanto que vamos governar de maneira diferente. Vamos mudar um pouco esta lógica de se fazer política aqui no Rio. O passado mostra que a gente sabe fazer. Se você for olhar para todas as áreas, os candidatos falam sempre a mesma coisa, a diferença está na sinceridade ou não deles.

E a Prefeitura do Rio?

A Prefeitura do Rio terá parceria total porque, primeiro, o governador Eduardo Paes não será esta coisa que os governadores têm sido ao longo dos tempos, que é uma espécie de "prefeito de luxo" da capital. Ficam querendo disputar com o prefeito suas atribuições. Vamos dar autonomia especial para o Cesar Maia (PFL) naquilo que a prefeitura quiser tocar para frente. O governador se concentrará em suas tarefas: segurança pública, saneamento, ensino médio, que são os papéis do governo. Quem cuidará das coisas da cidade é o prefeito. O governador trabalhará junto, fazendo parceria no Favela Bairro, etc. Tenho uma série de projetos que vão ser desenvolvidos em parceria com as prefeituras e com a Prefeitura do Rio, especificamente.

O senhor saiu do PFL em 2003. Então seu relacionamento será sem ressentimento?

Não tive nem conflito pessoal algum com o prefeito Cesar Maia. Temos nossas diferenças políticas, sou do PSDB, ele é do PFL, mas o relacionamento é muito bom. Não tem a menor dificuldade de fazer isso, como faço. Nesta eleição ele escolheu outro caminho. Acho que ele escolheu o caminho errado, mas isso é um direito seu. Não é por isso que a gente não se relacionará muito bem. Acho que, ao contrário, vamos tocar muito mais de ouvido do que qualquer outro governador, dada a história que nós temos juntos. Foi com Cesar Maia que comecei (na política). Conheço bem o estilo dele, sei como lidar. Ele sabe como lidar comigo. Talvez possamos resgatar alguns dos sonhos para o Rio lá atrás, em 1992, quando ele se elegeu prefeito pela primeira vez.

Então a coligação entre PSDB e PFL não aconteceu não foi devido a ressentimentos?

De jeito nenhum. É uma questão de estratégia política, de percepção política, enfim... Eles acharam melhor apoiar a candidata Denise Frossard (PPS), não sei os motivos, mas sei os motivos mais pragmáticos. Mas tenho certeza que no fundo, terá muita gente ali votando em mim.

O Rio tem mais de 90 municípios. Que tipo de relacionamento o senhor terá com o interior?

Vamos fazer totalmente diferente do que faz o governo Rosinha Garotinho (PMDB), que é uma relação de subordinação que a governadora tenta manter com os prefeitos. Quase que os obriga... os prefeitos são só bem tratados se estiverem filiados ao partido da governadora. Não quero que ninguém se filie ao PSDB porque simplesmente o governador é do PSDB.

O senhor teve mais de 182 mil votos como deputado federal, é muito conhecido na capital, mas no interior não é tanto assim. Como fará para ser conhecido nesta campanha?

A campanha eleitoral resolve isso. Daqui a pouco começa a propaganda partidária, vai se expondo, dá entrevista aos jornais, etc.. Portanto, a campanha eleitoral vai ajustando este desconhecimento altíssimo que tenho. As pesquisas demonstram um desconhecimento de 65%. Por isso a gente não se assusta com sondagem eleitoral agora porque ela mostra um
nível de conhecimento das pessoas.

O senhor é deputado e tem uma experiência no Legislativo. Sabe como acontecem as pressões contra o Executivo. Como será seu relacionamento com os deputados estaduais?

O melhor possível. Já fiz parte do parlamento por três vezes, como vereador, deputado federal duas vezes. Como casa do povo, deve ser respeitada. Os deputados que ali estão têm o direito e o dever de apontar as prioridades de obras e ações do governo. Agora, será uma relação política com "P" maiúsculo. Não vamos ficar aceitando pressões para, por exemplo, ficar nas tarefas de estado, de segurança pública, arrecadação, fiscalização ficar na mão de fulano e beltrano. Jamais será uma relação prostituída como se vê hoje. As garras dos políticos serão retiradas destas áreas da saúde, segurança pública, etc.

A violência pública é um dos grandes debates desta eleição. O que tem efetivamente de proposta nesta área?

Em primeiro se tem um pressuposto nesta área, que é o fato do que gera a violência é a impunidade e está ser fruto da ineficácia da polícia. Este mau funcionamento se dá principalmente porque partidarizaram a segurança pública. Porque ela não é entendida como uma tarefa de estado, que tem que ser permanente e que perpasse governos e que independente da facção política que esteja naquele momento. Esta é a questão principal. De outro lado, as ações policiais. Não há dúvida que se precisa reforçar a inteligência e perícia, melhorar os quadros, pagar, etc. Não há dúvida de que o estilo de policiamento do Rio tem que ser mais bem identificado. É necessário prestigiar o bom e ser muito cruel e duro com o mau. Do outro lado, há duas vertentes de ação também: uma é o pacote de ações sociais que vamos introduzir em todas as áreas de conflito no estado, que inclua transferência de renda para as pessoas, ações com os jovens, alternativas como a escola pública com o ensino integral. Duas cestas de ações, uma social e outra física, no espaço geográfico. Então são três linhas de ações: ação policial, propriamente dita, ações social e de intervenção física e todas elas ancoradas num pressuposto: que política de segurança pública não se faz com políticos, mas sim com profissionais.

Na área de saúde há um grave problema. Há déficit não só de profissionais, mas também de equipamentos e de hospitais. Como pretende reverter isso?

A primeira coisa é aplicar em saúde os recursos que a Constituição determina e não falsear estes gastos como o governo do candidato do Sérgio Cabral (PMDB) faz neste momento, é simplesmente pegar programas que nada têm a ver com saúde e incluir como se fossem gastos com a saúde. Isso não acontecerá. Os recursos do Cheque Cidadão e do Restaurante Popular continuarão, mas não serão contabilizados como gastos de saúde. Os recursos da saúde são para a saúde, faremos um choque de gestão. Depois, o estado tem que ser o grande articulador da política de saúde no Estado do Rio, fazendo este papel nos diversos municípios, permitindo que se formem consórcios. O terceiro aspecto, obviamente, é a gestão da saúde, que tem a ver com a profissionalização.

É freqüente a greve dos profissionais de educação. O estado é responsável pela educação em nível médio, mas o problema atinge também o 1º grau. Além disso, foram reduzidas em 40% as verbas para as universidades, como no caso da Uerj. Como resolver a situação?

O Estado não tem responsabilidade direta no que chamo aqui em educação infantil, mas o problema de nossas crianças é tão grande que vamos criar um fundo estadual para a educação infantil. São recursos que serão repassados aos municípios para investimento em creche, em pré-escola, etc. Depois temos o ensino fundamental, que é responsabilidade dos municípios. O estado já tem uma rede grande, quase 1,4 mil escolas. O ideal é que se possa repassar aos municípios e identificar como fica a situação dos profissionais do estado que estão nesta rede do ensino fundamental. No ensino médio, que é atribuição direta do estado, começaremos a implantar o ensino integral onde a violência é maior, como, por exemplo, o Complexo do Alemão. A idéia é ao longo do governo ir ampliando o número de escolas com ensino integral.

Faremos a valorização do magistério, aumentando o piso absurdo de R$ 400. Há também a questão do ensino universitário e um grande problema que é a Uerj. O que falta é dinheiro. A governadora tirou a autonomia financeira da universidade, não conversa com o reitor. A Uerj não dispõe de liberdade para gastar estes recursos.

A classe artística se queixa de uma redução de R$ 20 milhões nos programas culturais, principalmente no interior, além de maior transparência na utilização das verbas. Como pretende reverter isso?

A política cultural deve ter um foco. Primeiro, o Rio de Janeiro é um centro cultural do Brasil. Você tem um foco de política cultural entendida como ação de desenvolvimento econômico. Cultura significa um grande negócio e por isso deve se tratada como tal. Se tem também um outro aspecto: democratizar o acesso, que hoje é restrito às áreas nobres da cidade do Rio e alguns outros pontos de ação. Vamos democratizar e interiorizar o acesso à cultura. Além disso, faremos parceria com a iniciativa privada.

O senhor falou de todas estas propostas para a segurança pública, saúde e etc, mas de onde virá o dinheiro?

Do imposto que a população paga, que é altíssimo e que não se reverte em benefícios para esta população porque o índice de corrupção no governo é enorme, porque a arrecadação cai, porque as inspetorias estão distribuídas para os deputados, porque há 30 e tantas secretarias no governo do estado que não funcionam. É necessário reduzir o número de secretarias e de cargos em comissão. Há um grau de corrupção enorme e estes recursos acabam indo parar no bolso dos políticos, o que acaba gerando até uma greve de fome de vez em quando, e porque a máquina do estado não está azeitada. Portanto, vamos recuperar esta máquina, a arrecadação, fazendo crescer o estado, e criando um ambiente menos hostil para os investimentos.

Reduzirá impostos?

De saída, não. De saída vamos tratar de criar para as micro e pequenas empresas um sistema simples de verdade, com quatro faixas. Uma taxa de isenção até R$ 240 mil. Na área da micro e pequena empresa vamos diminuir muito a carga tributária, até para atrair este enorme setor de informalidade para dentro da formalidade. Nas grandes empresas, nossa lógica é de primeiro reforçar a fiscalização e ver como a coisa está acontecendo. O grau de corrupção e de desmando é tão grande que não se consegue nem saber de que maneira se pode equilibrar a carga tributária do estado. Agora, a carga tributária é elevada e ela de fato precisa ser reduzida. Não será uma ação imediata não.

O senador Sérgio Cabral propôs zerar o imposto da microempresa e diminuir para 2% o cobrado da pequena empresa. O senhor pretende fazer algo semelhante?

O senador Sérgio Cabral é governo agora e neste momento neste governo não tem nenhuma micro ou pequena empresa beneficiada com qualquer faixa de isenção. Todas pagam impostos, até aquelas com faturamento de R$ 100 por ano. Ele poderia começar já neste governo, que é dele. Esta Assembléia Legislativa, que majoritariamente vota com ele, já poderia ter esta iniciativa há muito tempo. É o que digo: candidato em campanha é um perigo! Fala tudo o que vem na cabeça, mas na hora de botar em prática não faz. É importante que se levantem informações para ver se o senador Sérgio Cabral, a deputada Denise Frossard (PPS) ou o senador Marcelo Crivella (PRB) têm alguma iniciativa em Brasília na área tributária para diminuir imposto, ao contrário do meu caso. O Supersimples, que é a lei geral da micro e pequena empresa e que está para ser votada, é da minha autoria, junto com o deputado Juthaí Júnior (PSDB-BA). E a emenda constitucional que permitiu que a micro e pequena empresa existissem é uma emenda de minha autoria. Portanto, tenho um histórico de luta de carga tributária menor, que não é o caso do senador Sérgio Cabral. Portanto, é mais uma mentira dele nesta eleição. Se ele quisesse fazia agora, por que não faz?

"Os recursos da saúde são para a saúde, faremos um choque de gestão. Depois, o estado tem que ser o grande articulador da política de saúde no Estado do Rio, fazendo este papel nos diversos municípios, permitindo que se formem consórcios"

"Será uma relação política (com os deputados) com "P" maiúsculo. Não vamos ficar aceitando pressões para, por exemplo, ficar nas tarefas de estado, de segurança pública, arrecadação, fiscalização ficar na mão de fulano e beltrano"

"Tenho um histórico de luta de carga tributária menor, que não é o caso do Sérgio Cabral. Portanto, é mais uma mentira dele (diminuir impostos) nesta eleição. Se ele quisesse fazia agora, por que não faz?"

"Nas grandes empresas, nossa lógica é de primeiro reforçar a fiscalização e ver como a coisa está acontecendo. O grau de corrupção e de desmando é tão grande que não se consegue nem saber de que maneira se pode equilibrar a carga tributária do estado"

Luiz Biondi e Carlos Alberto
Direção da FEN
Gestão Participativa



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