Apresentamos a seguir matéria com o Prof. Luiz Arthur Pecorelli Peres sobre a criação da ABVE - Associação Brasileira do Veículo Elétrico. A Direção da Faculdade de Engenharia da UERJ parabeniza o Prof. Pecorelli pelo seu esforço e dedicação na criação da ABVE e pelo seu trabalho em prol da Faculdade de Engenharia e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. A FEN se sente muito honrada em participar de forma marcante desse momento histórico, tendo a UERJ como sócia fundadora da ABVE.
"Os primeiros passos para a criação da Associação Brasileira do Veículo Elétrico – ABVE foram dados através da parceria estabelecida entre a Direção da Faculdade de Engenharia e do Instituto Nacional de Eficiência Energética – INEE em 2004. Nesta época, foi então formado o Comitê de Organização da ABVE, constituído pelo engenheiro Antonio Nunes Jr. do INEE e o Prof.Luiz Artur Pecorelli Peres, Coordenador do Grupo de Estudos de Veículos Elétricos – GRUVE da UERJ.
Tendo como ponto comum o desenvolvimento da tecnologia veicular elétrica no Brasil e os seus benefícios energéticos e ambientais, muitos foram os trabalhos realizados pelo Comitê visando a divulgação destas idéias junto às universidades, às empresas e ao público, em geral, para que se pudesse contar com o apoio necessário à oficialização da ABVE. Além disto, durante todo este período foi forjado no âmbito do Comitê, passo a passo, a proposta de estatuto da sociedade que contou com uma expressiva ajuda do Escritório Modelo da Faculdade de Direito da UERJ. Às vésperas do VE 2006 - Quarto Seminário e Exposição sobre Veículos Elétricos, dias 15 e 16 de Agosto deste ano, em S. Bernardo, São Paulo, organizado pelo INEE (www.ve.org.br), constatou-se que era um momento amadurecido para a constituição da ABVE, já que mais de uma centena de pessoas físicas, entre elas diversos professores e alunos da UERJ, e dezenas de pessoas jurídicas, haviam atestado ao longo deste período a disposição de efetivar a formalização desta importante entidade.
Conforme cerimônia na sede da AMPERJ, no Rio de Janeiro, realizada em 02 de Agosto que contou com a participação da UERJ, através do Magnífico Reitor Nival Nunes de Almeida, representado pelo Prof. Luiz Biondi Neto, Diretor da Faculdade de Engenharia, da Diretoria da Hidros Consultoria - Empresa Jr. de Engenharia da UERJ e de diversos alunos, a ABVE foi constituída. Seus associados englobam os especialistas e empresários de áreas afins, fabricantes de veículos e componentes automotores, empresas de energia elétrica, estudantes e Entidades de Direito Público. A Diretoria Executiva da entidade será presidida por Antonio Nunes Junior, e funcionará na rua Manuel de Carvalho 16, 8º andar, Centro, Rio de Janeiro (www.ABVE.org.br). Fazem parte do Conselho Diretor Jayme Buarque de Hollanda, Presidente do Conselho, Valter Luiz Knihs, da WEG, Eduardo Pires Cassus, da Petrobras, e o Professor Luiz Artur Pecorelli Peres da Faculdade de Engenharia da UERJ.
De acordo com o Prof. Pecorelli a ABVE é um marco decisivo para aglutinação de esforços do governo, das instituições de ensino e pesquisa, das empresas e da sociedade em prol do desenvolvimento sustentável uma vez que a matriz energética brasileira e a infra-estrutura industrial disponível é altamente propícia à introdução da tecnologia veicular elétrica no país. Acrescentou ainda, que considera inestimável o apoio da Direção da Faculdade de Engenharia nesta realização. A seguir é apresentado o Manifesto de Constituição da ABVE:
O advento do século XXI vem marcado por uma gama considerável de desafios não circunscritos, exclusivamente, às políticas internas e externas de cada país. A humanidade, de fato, se depara com problemas que transcendem estas relações uma vez que os recursos naturais para a preservação da sua existência correm riscos de escassez e até mesmo de extinção nas próximas décadas. Neste contexto é possível citar: a água, essencial à vida, as espécies animais e vegetais, bem como os combustíveis fósseis, que constituem a base das fontes atuais de energia do planeta. Paradoxalmente, a queima destes combustíveis, a partir das atividades antropogênicas, atingiram níveis nunca antes alcançados e as suas emissões para a atmosfera, consideradas excessivas, interagem, antevendo-se, como conseqüência efeitos climáticos desastrosos. Este fenômeno de caráter global vem acompanhado da poluição do ar com graves impactos ao meio ambiente, em especial, à saúde dos seres vivos.
A sociedade brasileira não está alheia e insensível a este quadro. É consciente do papel importante para o mundo do seu patrimônio em termos da sua biodiversidade, da sua cultura, da sua economia e da história do seu povo, cuja preservação da vitalidade está engajada. O arcabouço de leis do país e tratados internacionais assinados retratam de maneira indiscutível esta consciência. Reconhece, também, que o setor de transportes é um dos que mais afetam os sistemas ecológicos tendo em vista que se concentra na utilização maciça dos derivados do petróleo. Para a alteração deste cenário, diferentes formas de propulsão dos veículos são factíveis e viáveis. Os avanços tecnológicos em diversas áreas do conhecimento permitem opções mais eficientes do ponto de vista energético utilizando-se o motor elétrico para tração. Com isto, independentemente, do tipo de fonte de energia destes veículos, isto é, sejam baterias, ou células a hidrogênio, ou combinando o funcionamento de motores elétricos e a combustão interna, nas mais diversas possibilidades dos chamados veículos elétricos híbridos, há consideráveis ganhos, para o que na sua generalidade é denominado neste documento como veículo elétrico. Esta constatação vem impelindo, tanto em nível nacional como internacional, a uma efetiva mudança de paradigma.
As iniciativas neste país para o uso do veículo elétrico datam do início do século passado. Por volta de 1918, por exemplo, a cidade do Rio de Janeiro já contava com uma linha de ônibus elétrico somente a bateria, entre a Praça Mauá e o Palácio Monroe, este demolido posteriormente, conforme atestam fotos da época. As dificuldades tecnológicas da época e o preço baixo do petróleo permitiram a intensificação do uso crescente da combustão interna em todo mundo. As crises do petróleo dos anos 70 vieram interromper este ciclo permitindo a retomada do veículo elétrico como opção de transporte. Esta nova situação influenciou a pesquisa e o desenvolvimento destes veículos também no Brasil que, nas décadas de 70 e 80 chegou a fabricar modelos de passeio e furgões. Os diversos fenômenos causados pelo aumento da poluição e emissões para a atmosfera que em muitos casos causaram prejuízos consideráveis às atividades econômicas e ao meio ambiente provocaram novas posturas. De fato, a ênfase centrada na eficiência energética, na harmonia ecológica e na justiça social sintetiza o conceito de Desenvolvimento Sustentado, emergente do Relatório Brundtland, Nosso Futuro Comum, em 1987. Este documento veio então a subsidiar e desempenhar o eixo dominante da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, ocorrida no Rio de Janeiro, em 1992, na qual participaram mais de uma centena de chefes de estado. Entre as convenções assinadas na ocasião constam: a Convenção da Biodiversidade, da Floresta, da Mudança Climática e ainda a Agenda XXI, carta de compromisso para ações futuras.
Seguiu-se a este evento diversas pesquisas, desenvolvimentos técnicos, legislações, conferências no Brasil e no exterior, assim como novos tratados dos quais se destaca o de Kyoto. É importante assinalar que atualmente neste país são fabricados ônibus elétricos híbridos, motocicletas elétricas, carros elétricos de pequeno porte e uma grande quantidade de componentes que reúnem as condições de infra-estrutura para a utilização mais intensa dos veículos elétricos e a sua penetração no mercado brasileiro. Os benefícios decorrentes referem-se à maior eficiência energética e o bem-estar da sociedade com amplas possibilidades de utilização de fontes renováveis de energia tais como o etanol, o biodiesel, a eólica e a solar.
Todavia, percebe-se nesta trajetória uma lacuna a ser preenchida. São imprescindíveis a aglutinação e a convergência de esforços dos novos atores e agentes deste processo num país de dimensões continentais. Para isto, faz-se necessário a existência de um organismo autônomo e independente que possa reunir os interesses e ideais em prol do desenvolvimento da tecnologia veicular elétrica no Brasil. Com este fim, desde 2004, o Comitê, constituído, inicialmente, pelos engenheiros Antonio Nunes Jr. e Luiz Artur Pecorelli Peres, tendo como ponto de partida estas idéias, compartilhadas com colaboradores, vem organizando, divulgando e recebendo um apoio significativo para oficializar a Associação Brasileira do Veículo Elétrico – ABVE. O pronunciamento e concordância por escrito de mais de uma centena de pessoas físicas e dezenas de pessoas jurídicas, atestam a disposição de efetivar a formalização desta importante entidade.
Tendo em vista participar das suas atividades cuja missão é “promover a ampla adoção pela sociedade e pelo mercado de veículos elétricos para o transporte limpo e eficiente de pessoas e bens, visando benefícios ao conjunto dos seus associados, o bem–estar geral e a preservação do meio ambiente”, firmam, em anexo, o Termo de Adesão a este manifesto, conforme estabelece o Artigo 9°, § 1°, do seu estatuto que confere a categoria de Sócio Fundador da ABVE aos seus signatários. Rio de Janeiro, 2 de agosto de 2006" Direção da FEN Gestão Participativa |
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