Reproduzimos as seguintes matérias publicadas no CLIPPING UERJ. Congresso Internacional - Extra Extra - Geral - Hoje - pg. 17 - 29/7 Professor de Literatura Brasileira da Uerj Ensaios de Alcides Villaça, reunidos em “Passos de Drummond”, trazem uma análise cuidadosa e precisa de um dos principais poetas brasileiros a partir de cursos ministrados na USP Nos anos 60 e 70 do século passado, os estudos literários sofreram uma significativa mudança: perderam o lastro filológico e ganharam status de ciência. Alguns especialistas, para os quais a leitura era uma atividade fundamental - como Leo Sptizer e Erich Auerbach - saíram de cena, e suas análises, próximas da estilística, deram lugar a estruturas lógicas de explicação. Nas décadas seguintes, houve nova alteração do cenário: não se tratava mais do paradigma da ciência, e sim do da cultura. No interior de enquadramentos geográficos, o objeto literário encontraria o seu lugar: dentro ou fora, no centro ou na periferia, ou mesmo entre. Diante desse vasto mundo multicultural, não é de se admirar que determinadas práticas de abordagem literária estejam em vias de extinção, notadamente a leitura de textos, o contato direto com a matéria literária. "São leituras de poemas", escreve o professor e poeta Alcides Villaça no preâmbulo de PaSsos de Drummond. Segundo o autor, os cinco ensaios que o compõem são provenientes de cursos que vem ministrando na Universidade de São Paulo (USP) desde a década de 1970. Um trabalho longo e meticuloso cujos resultados são análises precisas e iluminadoras, ou seja, leituras da obra de um dos principais poetas em língua portuguesa. Passos de Drummond pode ser dividido em duas partes: a primeira, contendo os três ensaios mais alentados do volume, cobre o período que vai da obra de estréia, Alguma poesia (1930), a Claro enigma (1951); a segunda, além de abordar a fase do memorialismo poético de Drummond, que corresponde à trilogia composta por Boitempo (1968), Menino antigo (Boitempo II, 1973) e Esquecer para lembrar (Boitempo II/, 1979), traz ainda um ensaio dedicado ao último livro do poeta, Farewell, publicação póstuma de 1996. Apresentado dessa forma, o livro de Villaça parece seguir a trajetória poética de Drummond passo a passo, livro a livro, à semelhança do que já fizera José Guilherme Merquior no importante Verso universo em Drummond (1975). Embora Villaça organize os ensaios segundo a cronologia de publicação dos poemas analisados, seu objetivo está muito bem expresso no título: são passos (sem artigo definido), momentos de leitura cuja finalidade não se encontra apenas na totalidade da obra do poeta de ltabira. Contudo, tal recorte não o impede de formular proposições mais gerais capazes de dar conta de uma poética drummondiana. É desse movimento dialético entre o particular e o geral que as leituras de Villaça se alimentam, sem perder de vista o fundamental do texto e - mais importante - o próprio texto. E na primeira parte, em momentos de análise de "O elefante", "A máquina do mundo" e "Poema de sete faces", que se percebe melhor o alcance do método empregado por Villaça. Da análise detida do último, a partir da emblemática imagem do gauche, o autor depreende o princípio essencialmente dialético e multifacetado da poesia do itabirano. Ou seja, sem poder afirmar ou negar, ao mesmo tempo, o eu e o mundo - na verdade, valendo-se permanentemente da contraposição de ambos -, a expressão do desajuste, ou gauchismo, mostra-se como estratégia lírica que se abre para a pluralidade do real, sem o possível estabelecimento de uma perspectiva única. Villaça conduz a leitura trilhando cada estrofe ou face como manifestação dessa estratégia na medida em que formula elos que permitam uma visão mais abrangente da integridade do poema, do livro - duas outras composições são utilizadas na análise, "Cidadezinha qualquer" e "Explicação" - de uma poética e, por fim, do contexto sociocultural. Esse último aspecto, por sinal, mostra-se mais significativo na análise de "O elefante", de A rosa do povo (1945), livro que, juntamente com Sentimento do mundo (1940) e José (1942), é representativo da poesia dita engajada de Drummond. Na leitura de Villaça, o engajamento é considerado, mas não em sua dimensão sociologicamente redutora. O simbolismo que caracteriza essa fase do poeta é antes de tudo expressão de uma ausência decorrente da precariedade da posição do artista que insiste em projetar sobre o mundo seus objetos idealizados. É o gauche com sua nova "face" (ou "disfarce"), agora utópica, a do Sísifo reflexivo cujo intuito é "recomeçar para recomeçar". No capítulo dedicado à leitura de "A máquina do mundo", de Claro enigma, Villaça identifica o momento no qual a imagem do gauche sofre sua mais profunda transformação. Não é à toa que esta ocorra no livro em que Drummond volta aos modelos clássicos de construção poética (sonetos, elegias etc.) em detrimento das conquistas modernistas, retorno que, como se sabe, rendeu-lhe muitas críticas adversas; afinal, como conciliar a liberdade do sujeito lírico moderno com moldes tão rígidos? Nesse ponto, torna-se bastante evidente toda a perspicácia da leitura de Villaça: o gauchismo não desaparece, mas se atualiza "num símbolo clássico, perene e... paradoxal de seu trágico desajustamento". Nos dois últimos capítulos, a dinâmica da leitura de Villaça parece tomar outro rumo: o resultado interpretativo não retoma ao eixo do gauchismo. Na análise do poema "Coleção de cacos", de Esquecer para lembrar, é o tema da memória que prepondera; a respeito de Farewell, a imagem do gauche é apenas sugerida na menção ao poema "O malvindo", nada, porém, que enfraqueça o poder de suas leituras, muito menos seu alcance na construção de uma "poética drummondiana" . Novo filão da auto-ajuda no sucesso dos livros sobre atividade cerebral Nas últimas décadas o cérebro vem se tornando, mais do que um órgão, um ator social. O espetacular progresso das neurociências e o intenso processo de popularização pela mídia de imagens e informações que associam a atividade cerebral a praticamente todos os aspectos da vida produzem no imaginário social uma crescente percepção do cérebro como detentor das propriedades e autor das ações que definem o que é ser alguém. O cérebro responde cada vez mais por tudo aquilo que outrora nos acostumamos a atribuir à pessoa, ao indivíduo, ao sujeito. O termo “sujeito cerebral” adotado como lema do congresso internacional de Neurociências e Sociedade Contemporânea (ver informações ao lado) resume a redução da pessoa humana ao cérebro: a crença de que a essência do ser humano se encontra no cérebro. A reabilitação do hemisfério direito Atender às demandas da cultura corporal É surpreendente constatar que os best-sellers contemporâneos repetem recomendações sobre exercícios cerebrais e sobre a importância do exercício físico, da dieta equilibrada e do efeito de álcool, drogas e outras toxinas no cérebro feitas por autores oitocentistas, como as de John Harvey Kellog no seu “First Book in Physiology and Hygiene” (1887). Mas os contextos sócio-culturais são diferentes. No fim do século XIX, o cérebro “azeitado” de Kellog remete a um contexto de debilitamento e deslegitimação das regras sociais e da ordem moral, no qual o corpo físico, social e político estava fora de controle, só recuperável pela vontade individual. DA SUCURSAL DO RIO Objetivo é dar mais respeitabilidade a esse tipo de graduação de curta duração Alunos matriculados nesta modalidade representam somente 3,7% do total de estudantes no ensino de nível superior brasileiro Os cursos tecnológicos -de nível superior, mas com curta duração- agora também serão avaliados pelo Ministério da Educação por meio do Enade (exame que substituiu o Provão). Isso passará a ser possível a partir do anúncio que o MEC fará nesta segunda, quando será divulgado um catálogo de denominações desses cursos. A avaliação é mais uma tentativa do governo de fazer deslanchar uma modalidade de curso que ainda é vista com muita desconfiança por boa parte dos alunos e dos empregadores: os cursos de curta duração voltados para uma área de formação específica e com a finalidade de garantir inserção rápida no mercado de trabalho. Segundo o ministério, o catálogo permitirá que mais de 1.300 denominações diferentes sejam convergidas, inicialmente, para 95. Em muitos casos, são cursos com nomes distintos, mas que preparam o mesmo perfil de profissional. Os cursos tecnológicos passaram por um rápido crescimento, especialmente pela via privada, de 1998 a 2004. Nesse período, o número de matrículas aumentou 170%. Em 1998, eram 56.822 estudantes. Em 2004, passaram a ser 153.307. Esse total representa somente 3,7% do total de estudantes no ensino superior brasileiro. "Nos Estados Unidos, o percentual de cursos de curta duração ultrapassa 40% do total do ensino superior. O mesmo acontece em vários países europeus. O país precisa de tecnólogos. Em áreas como turismo, agronomia ou informática, por exemplo, há carência de pessoal qualificado, mas, em virtude de o diploma nesses cursos nem sempre ter respeitabilidade pública, as empresas acabam preferindo contratar um profissional que tenha feito um curso tradicional", afirma o ministro Fernando Haddad. A falta de receptividade do mercado a esse tipo de curso é clara quando se compara o percentual de vagas preenchidas nos últimos anos. Em 1998, era de 79%. Em 2004, caiu para 47% porque a oferta de vagas cresceu num ritmo maior do que a procura. Um exemplo disso ocorreu nesta semana, quando a PUC-SP cancelou sete dos seus dez novos cursos tecnológicos por falta de candidatos. Havia 1.050 vagas, mas apenas 295 foram preenchidas. Especialistas divergem em relação à eficácia das novas medidas, mas concordam que há, no Brasil, uma cultura do bacharelado, que valoriza apenas o diploma de cursos tradicionais de graduação. Para o consultor Carlos Monteiro, o controle da qualidade é necessário, mas depende de como será feito. "A idéia do MEC pode ser muito boa, mas há o risco de pasteurizar e inibir uma das principais características desses cursos, que é a capacidade de inovação." Na avaliação de Maria Tereza Franzin, diretora de graduação do Centro Universitário Senac, a avaliação era necessária: "Há um grande desconhecimento por parte dos alunos e das empresas sobre o que significa essa modalidade de curso." Jornalista DIFUNDIU-SE NA IMPRENSA o esquema que divide a América Latina entre uma esquerda boa e uma esquerda ruim. Quem faz a divisão é de direita, preocupado em dividir a esquerda e cooptar a que considera boa. A boa não sairia do modelo neoliberal, respeitaria a livre circulação do capital, assim como a propriedade privada, mesmo aquela improdutiva. Ela incluiria os governos brasileiro, uruguaio, argentino, chileno, peruano. A ruim afetaria a livre circulação, taxando o capital financeiro, nacionalizando recursos naturais, expropriando terras e até mesmo indústrias. Estariam nela os governos cubano, venezuelano e boliviano. As diferenças evidentemente existem, embora amalgamá-las em grupos não dá conta de todos os casos. O governo argentino, por exemplo, renegociou a dívida externa do país, interveio em alguns mercados - de carne, de gasolina - para pressionar os preços, entre outras medidas heterodoxas. Enquanto que o governo chileno é um exemplo extremo de aplicação ortodoxa do modelo neoliberal em todos os planos. Da mesma forma, Cuba é um país socialista; com um comando centralmente planificado da economia, enquanto a Bolívia e também a Venezuela possuem uma economia predominantemente capitalista. Mas o que esse esquema esconde e não explica é porque todas essas forças mantêm uma grande aliança na América Latina, constituindo um poderoso bloco de centro-esquerda. Isto se dá porque a verdadeira linha divisória na América Latina não é entre uma esquerda boa e outra ruim. A linha divisória se dá entre os que estão a favor das políticas de livre comércio - expressas nos tratados de livre comércio, que incluem sempre os Estados Unidos - e os que estão a favor dos processos de integração regional - Alca, Mercosul, Comunidade Sul-Americana de Nações. Esta linha colocou os governos brasileiro. Argentino, uruguaio, paraguaio, boliviano, venezuelano e cubano de um lado, a favor dos processos de integração regional. Do outro lado, o Chile, a Colômbia, o Peru, países da América Central e outros do Caribe, que já assinaram ou estão em processo de assinar tratados de livre comércio bilaterais com os EUA. O Equador esteve próximo de assinar um com os americanos, mas as mobilizações dos movimentos populares - prioritariamente os indígenas - de abril e maio deste ano, impediram que isso acontecesse, até que o atual presidente, Alfredo Palácios, atendendo a uma das demandas das mobilizações, expulsou a empresa de petróleo norte-americana Occidental, com o que Washington rompeu as negociações para assinar o tratado. O governo que assinar um tratado de livre comércio condena, a longo prazo, o país a não poder legislar sequer sobre meio ambiente, menos ainda sobre sua moeda e, principalmente, estará atado a uma relação de subalternidade com a economia mais forte do mundo, a dos EUA. Daí a importância da continuidade da política externa brasileira, que funciona como eixo de unidade da linha divisória da integração contra os tratados de livre comércio linha que define o futuro dos países do continente. A pesquisa, coordenada pelo professor Wei-Jung Chen, foi feita com ratos: os cientistas serviram aos roedores um coquetel de álcool e tabaco e constataram que este último provocou uma redução imediata e significativa da concentração de álcool no sangue. Segundo os pesquisadores, a nicotina parece promover uma queima mais rápida do álcool. Mas essa é uma mistura cujos perigos vão além do efeito bola de neve, com o cigarro pedindo mais álcool e mais cigarro e mais álcool: segundo os cientistas, ela favorece a síntese de substâncias tóxicas como o acetaldeído. E reduz também o efeito dos medicamentos no organismo. O médico Flávio Cure, professor de cardiologia da Uerj, lembra ainda aqueles efeitos mais do que conhecidos dessas drogas: — O álcool em excesso vai elevar a pressão arterial e o peso. Conseqüentemente aumentará a predisposição a doenças coronarianas e diabetes. Além disso, o uso do cigarro eleva e muito a probabilidade de desenvolver algum tipo de câncer. A tese do deputado Miro Teixeira de que o artigo XIV da Constituição Federal, em seu parágrafo 10, permite que seja impugnada a posse de um político eleito que tenha contra si provas “de abuso do poder econômico, fraude ou corrupção” através de uma ação de impugnação de mandato eletivo autônoma, que não depende da existência de processo anterior, e muito menos do trânsito em julgado, é uma resposta encontrada na própria Constituição para casos como os de políticos envolvidos em escândalos como os do mensalão ou dos sanguessugas, que permanecem na política sendo reeleitos apesar de responderem a diversos processos, transmitindo uma sensação de impunidade que desnorteia a sociedade. Essa aplicação direta das normas constitucionais, independentemente da existência de uma lei específica, é uma tendência nova no direito constitucional e já prevaleceu no caso do nepotismo, em que a tese do Tribunal de Justiça do Rio era que não havia lei nem definindo o que era nepotismo, nem o impedindo. O advogado Luís Roberto Barroso sustentou em ação no Supremo Tribunal Federal que o princípio da moralidade que está na Constituição já produz como conseqüência a vedação do nepotismo, não havendo necessidade de lei para explicitar a proibição. Constitucionalista respeitado, Barroso escreveu um trabalho recentemente onde diz que “o constitucionalismo democrático foi a ideologia vitoriosa do século XX. Nele se condensam as promessas da modernidade: poder limitado, dignidade da pessoa humana, preservação e promoção dos direitos fundamentais, realização da justiça material, respeito à diversidade. Ao longo desse período, o direito constitucional — e o direito de uma maneira geral — passou por um processo profundo de transformação, que afetou drasticamente o modo como é compreendido e praticado”. Foi esse entendimento do direito constitucional moderno que norteou a ação contra o nepotismo. Apesar disso, porém, Luís Roberto Barroso acha que, em situações que envolvam “uma restrição drástica a um direito fundamental como é o exercício de um direito político, essa interpretação não deve prevalecer”. No caso do nepotismo, diz ele, “não estava em jogo um direito fundamental, pois ninguém tem um direito fundamental de nomear parentes no trabalho”. Mesmo correndo o risco de abusos, Barroso acha que “ninguém pode ser impedido de se candidatar, a menos que haja uma expressa interdição”. Na ausência de uma condenação, ele admite até “flexibilizar a ponto de não exigir o trânsito em julgado, mas se não houver um elemento objetivo, uma condenação em primeira instância pelo menos, você passa a ficar à mercê da total discricionariedade do juiz eleitoral”. Estado não repassa verba do SUS e Fiocruz suspende teste necessário para início do tratamento de hepatite C Além do baque de se descobrirem portadores de uma doença que pode se tomar crônica, pacientes de quatro hospitais públicos do Rio com diagnóstico de hepatite C não estão podendo começar o tratamento. Sem receber o repasse de uma verba do SUS pela Secretaria estadual de Saúde, a Fiocruz interrompeu, no início do mês, a realização de um exame essencial para que os médicos possam prescrever as medicações. Quanto mais tarde o tratamento for iniciado, pior pode ser a resposta do organismo. De 10% a 20% dos casos de hepatite C evoluem para cirrose. A Fiocruz é referência para o teste de genotipagem do vírus HCV para os hospitais da Lagoa, de Ipanema, Gaffrée e Guinle, e Geral de Bonsucesso (HGB). O instituto, que vinha mantendo o atendimento com verbas destinadas a pesquisas, teve que suspender os exames no último dia 10. Em laboratórios particulares, o teste custa entre R$ 400 e R$ 600, dependendo da técnica utilizada. - Não tenho condições de fazer os exames na rede particular. Estou desesperada, mesmo não estando na fase avançada da doença, porque quero controlá-la. Imagine quem já teve o diagnóstico em fase avançada! Se ninguém fizer nada, vamos padecer - desabafou uma paciente do HGB, de 58 anos. Medicamentos variam segundo o tipo do vírus Segundo o secretário geral da Sociedade Brasileira de Hepatologia, Cláudio de Figueiredo Mendes, o Ministério da Saúde detennina que o paciente só comece a ser tratado após ter o resultado da genotipagem. - Há seis tipos do vírus da hepatite C. O tipo 1 é tratado por 48 semanas, com um medicamento que custa, em média, R$ 1 mil por semana. Já o genótipo 3 pode ser tratado com três ampolas, que custam R$ 22,50 cada, por semana, durante seis meses - explica. Além de aumentar o custo para os cofres públicos, o tratamento prolongado expõe o paciente aos efeitos colaterais dos remédios (cansaço, febre, vômitos, diarréia e emagrecimento) por mais tempo. Recursos estão atrasados desde fevereiro de 2005 Os problemas no repasse de recursos pela Secretaria estadual de Saúde vêm ocorrendo desde fevereiro de 2005, de acordo com a chefe do Laboratório de Hepatites Virais da Fiocruz, Clara Yoshida: - A gente vinha realizando os testes com a verba da pesquisa, mas interrompemos justamente para aguardar a chegada dessa verba específica. Além da Fiocruz, a genotipagem do HCV também pode ser feita no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (Hospital no Fundão/UFRJ) e na Policlínica Piquet Carneiro, da Uerj. Essas unidades, porém, só podem receber pacientes vindos de determinados hospitais. - Recebemos verba para realizar uma cota mensal de exames de pacientes vindos do Hospital Pedro Emesto e do Hospital dos Servidores do Estado. Tivemos problemas com o repasse no ano passado, durante a transição da gestão do SUS do município para o estado. Hoje, estamos recebendo, mas o mês de fevereiro de 2005 ainda está pendente - disse o patologista clínico Luís Cristóvão Porto, coordenador do laboratório da Policlínica Piquet Carneiro. Segundo a assessoria de imprensa do Hospital do Fundão, o exame de genotipagem está sendo realizado normalmente na unidade. A assessoria de imprensa da Secretaria estadual de Saúde informou que o problema será investigado hoje. Economista EM TEMPOS DE CAMPANHA eleitoral, o verbo prometer é, certamente, o mais conjugado pelos candidatos, em sua condenável caça de votos, não importando a que preço. Mesmo porque aquele que deveria ser alto e inexorável - o da desmoralização futura por conta do não cumprimento do prometido - possui, em um país que nunca deu a devida importância ao capital humano e em que o sistema cultural parece inerme de cansaço e débil de valores morais, uma probabilidade de ocorrência bem perto de zero. Para não recuarmos muito no tempo, o presidente Lula e o PT estão aí mesmo para comprovar esta afirmativa. Por isso, a maioria dos candidatos promete com todas as suas forças e cumpre segundo todas as suas fraquezas. Assim, o partido que fazia da ética a sua bandeira e que, uma vez no poder, proporcionou o espetáculo mais triste de corrupção da história, ainda mostra uma falta completa de autocrítica ao pedir votos para o presidente que nada viu, de nada soube e tampouco nada escutou. Pede também para seus parlamentares e pretendentes a tais. Deputados, senadores e ministros sanguessugas, aparentemente não satisfeitos com o sangue tirado dos contribuintes, imploram a estes para cederem, cada um, mais alguns litros, ao longo dos próximos anos. A combativa candidata do partido cuja sigla por si só já é uma contradição total, promete que vai reduzir a taxa de juros pela metade, adotar o câmbio fixo, mas nada diz sobre cortar gastos correntes do Estado, e ainda anuncia que não provocará inflação, façanha que, certamente, se concretizada, lhe garantiria o Nobel de Economia por unanimidade e aclamação. A essência do jogo democrático representativo é a confiança que os eleitores precisam depositar naqueles que postulam os diversos cargos, credibilidade que só pode ter alicerces em programas bem elaborados, com pé e cabeça, princípio, meio e fim. Sem isso, corre-se o risco da encenação do triste espetáculo - da farsa - que presenciaremos até o fim de setembro. Como é lamentável ver a ambição subir morros, sob a proteção de seus donos, e prometer migalhas. O populismo galgar palanques e anunciar restos. A falta de ética pôr-se à frente de uma câmera e assegurar benefícios. Migalhas, restos e benefícios que soam como palavras ao vento, mas que, infelizmente, ainda servem para garantir a muita gente divesas regalias a que os cargos a que concorrem lhes dão direito. Para que a democracia não seja uma farsa, é necessário que os mentirosos, demagogos, malversadores do erário e congêneres sejam, a cada pleito, expurgados do poder, algo que dificilmente acontece na terra do futebol, onde milhões sequer sabem o que significam as expressões mensalão, sanguessugas e outras que denotam práticas semelhantes. Convido o leitor a verificar se o passado de alguns parlamentares e ocupantes de cargos executivos é limpo ou tisnado por práticas imorais e, em seguida, a investigar quantas vezes foram reeleitos. A conclusão será lamentavelmente triste e, se não atinarmos para o fato de que é errando que se aprende, poderemos ser tomados por uma total desesperança. Nossa democracia ainda é uma farsa e tudo indica que continuará a sê-lo por bastante tempo. Temos o dever moral de aperfeiçoá-la, porque, mesmo sendo assim, é melhor do que qualquer sistema totalitário. A tarefa do eleitor é separar o joio do trigo. O Dia - Opinião - pg. 06 - 31/7 A discussão sobre cotas raciais e/ou sociais em universidades federais transformou-se em queda de braço, despertando interesses dos que desejam ser pais da inclusão como Lula, que assim resumiu a questão: quem é contra as cotas age "por preconceito': Também acho. Por isso, é incompreensível termos atravessado quatro anos sem que a exclusão tenha sido atacada pela raiz, sem ver assegurado atendimento a partir de zero ano. Afinal, a faixa de zero a cinco concentra o maior percentual de indigentes do País, e nem a quarta parte está na escola ou tem perspectivas de, um dia, ingressar no Ensino Superior. A educação infantil é responsabilidade dos municípios. A esfera federal crê que fez sua parte criando o Fundeb. Mas é justo que crianças dependam da arrecadação municipal, quando 2 mil municípios sequer têm arrecada? O déficit do serviço, porém, é gritante: em 2004, 3 milhões de crianças de 4 a 6 anos não estiveramestiveram em escolas e, dos 11,5 milhões até três anos, só 1,5 milhão esteve em creches. Outro dado preocupante: para pais e professores, bons estabelecimentos são os que oferecem alimento e cuidados básicos. Aspectos pedagógicos pouco são considerados. A conclusão, de pesquisa da Fundação Carlos Chagas, não poderia ser outra neste País, onde uma entre cinco pessoas precisa de recursos de programas sociais para viver. A educação infantil aqui se relaciona à sobrevivência, e ainda não reservamos vagas para isso. Membro do Conselho Estadual de Educação do Rio de Janeiro RIO - O Programa Universidade para Todos (ProUni), do Ministério da Educação, vai divulgar nesta segunda-feira a lista dos aprovados em reclassificação na seleção de bolsas de estudo em universidades privadas. O resultado será disponibilizado no site www.mec.gov.br/prouni . São oferecidas 43.614 vagas neste segundo semestre. - Os reclassificados devem comparecer à instituição em que foram selecionados para confirmar seus dados socioeconômicos e garantir a bolsa do ProUni - explica Celso Ribeiro. As inscrições para o processo seletivo de 2007 serão abertas em novembro. Os interessados devem ter feito o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2006, cursado o ensino médio em escola pública ou escola particular com bolsa integral, ter renda familiar per capita de até um salário mínimo e meio (R$ 525), para concorrer à bolsa integral, e de até três salários mínimos por pessoa da família (R$ 1.050), para concorrer à bolsa de 50% da mensalidade. Folha de São Paulo - Folhateen - pg. 08 - 31/7 DA SUCURSAL DO RIO Mais adolescentes vão às urnas neste ano; segundo o TSE, o número de jovens com título de eleitor aumentou 38,3% Mesmo sem obrigatoriedade, os jovens de 16 e 17 anos têm cada vez mais vontade de votar. Entre 2002 e este ano, o número de adolescentes com título aumentou 38,3%, segundo dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), passando de cerca de 2,2 milhões em outubro de 2002 para pouco mais de 3 milhões neste ano. O engajamento político dos jovens começa no discurso. "Tirei o título quando fiz 16 anos porque é um direito do cidadão votar em quem vai ajudar a democracia do país", bradou a estudante do 2º ano do ensino médio, Elisa Fish, 17. Para a pesquisadora do Ibase e professora da Faculdade de Educação da Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), Eliane Andrade, os jovens valorizam a política pois acreditam que podem mudar a realidade por meio dela. Numa pesquisa feita entre 2004 e 2005 com 8.000 jovens, ela concluiu que, apesar de os jovens "não acreditaram nos políticos e criticarem a atuação deles, há uma valorização da política". Segundo ela, a maioria dos entrevistados se mostrava disposta a votar e grande parte estava bem informada sobre os assuntos que afetam o país, como a corrupção e as CPIs. "Está crescendo o nível de consciência da juventude e a busca pelo título pode estar dentro desse contexto", considera. Consciente, mas descrente, Viviane Thomazini Ramos, 16, diz que até pensou em tirar o título, mas desistiu. "Não dá vontade de votar. Eu votaria nulo, por isso preferi não votar", diz. Na escola dela, houve muita discussão de política neste ano, mas a maioria decidiu esperar. Como se vê, o interesse parece ser o de dar o diploma de nível superior a todos, sem verificar chances no mercado de trabalho ou qualidade de ensino Paulo Ghiraldelli Jr. é filósofo. Artigo publicado no “Estado de SP”: O governo brasileiro anunciou no começo deste mês de julho um conjunto de medidas para o ensino. Boas medidas? Se olharmos de perto, veremos o que poucos querem enxergar. Na educação básica o governo diz que o investimento será de R$ 400 milhões. O repasse de recursos deverá atender aos Estados enquanto não é aprovado o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). Os problemas básicos para o uso dos recursos, que em geral se transformam em materiais sofisticados (computadores, DVDs, etc.), são três: as escolas não têm professores para lidar com o material e dele cuidar, a administração do dinheiro é problemática e não há um programa inteligente e disciplinado que acople o que se faz em sala de aula e os recursos alocados. Os dirigentes do País ainda não perceberam o que é o Brasil: um país onde há acesso aos meios sofisticados de ensino e comunicação (somos grandes freqüentadores da internet) e, ao mesmo tempo, um país incapaz de usufruir esses meios (são poucos os professores universitários, cientistas e profissionais da cultura que disponibilizam material na internet para acesso popular; além disso, há o problema da língua, pois o português entre os estudantes é sofrível e o inglês, desconhecido). O governo federal criou a Universidade Aberta do Brasil, que deverá levar o ensino superior para o interior. Haverá prioridade - é o que dizem - para os cursos de licenciatura e formação para professores da educação básica. Para realização dos cursos será utilizada a estrutura de universidades públicas já existentes. Sabemos bem como anda a universidade estatal brasileira - que não consegue desempenhar as suas funções normais corretamente. OAB e Conselhos de Medicina já se mostraram espantados com o tipo de profissional saído da rede universitária. Esse tipo de estrutura vai arcar com cursos não-presenciais? É difícil acreditar que funcione. Além disso, na prática, a medida do governo não condiz com os objetivos expressos. O projeto piloto da Universidade Aberta criou 10 mil vagas em cursos de Administração de Empresas em 19 Estados do País, e isso em parceria com o Banco do Brasil. Como se vê, o interesse parece ser o de dar o diploma de nível superior a todos, sem verificar chances no mercado de trabalho ou qualidade de ensino. O governo anunciou a construção de nove escolas técnicas em Macapá (AP), Rio Branco (AC), Campo Grande (MS), Porto Velho (RO), Canoas (RS), Brasília (DF), Marabá (PA), Nova Andradina (MS) e São Raimundo das Mangabeiras (MA). Serão aplicados R$ 23,8 milhões nas escolas técnicas, recursos que vão levar instituições de educação profissional a todas as unidades da Federação. Essa medida tem o cheiro da Transamazônica: investimentos altos para lugares cujo mercado de trabalho pode não absorver os formados. Além do mais, ao se notar a atual conjuntura política de alianças e de movimentação do governo, pode-se perceber que os investimentos não foram escolhidos objetivamente. Estão sendo criadas 2.820 vagas para professores dos ensinos fundamental e médio e 3.430 vagas para servidores técnico-administrativos para atender à ampliação da rede de educação profissional. A quantidade de funcionários ultrapassa em muito a quantidade de professores. Portanto, há um visível privilégio da máquina burocrática em detrimento dos que vão lidar diretamente com os estudantes. Aliás, essa medida mostra bem o caráter do pacote, que é a criação de cargos sem critérios racionais que visem à melhoria do ensino. Foi encaminhado ao Congresso Nacional o projeto de lei da Reforma da Educação Superior. O projeto prevê, por exemplo, a utilização dos resultados obtidos no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SNAES) como critério para a autorização de instituições privadas. A reforma é um engodo, pois o SNAES, por obra deste governo, tornou as mensurações indiretas. A nota de desempenho de cada aluno - que é o que importa para sabermos se há ou não uma universidade funcionando - ficou diluída em outros indicadores. Haverá uma fácil maquiagem para se dizer o que se quer de uma universidade estatal ou privada. A expansão da rede federal de ensino superior do governo está caminhando por meio da criação de quatro universidades, transformação de seis faculdades em universidades e a construção e ampliação de 40 campi. Eis um erro básico. Ao contrário dos Estados Unidos, onde o ensino superior pode crescer por meio de colleges (faculdades) isolados, no Brasil a legislação não permite ao Estado a criação de cursos senão em universidades. O resultado é o pior possível: para se ter às vezes um ou dois cursos numa cidade é necessária a criação de uma estrutura universitária dispendiosa. Essa regra não vale para o empresário, que pode abrir uma faculdade isolada. Como isso não é discutido e não se quer mudar, então, é difícil levar a sério a expansão do ensino superior do governo. Na área de pós-graduação, o governo instituiu a Escola de Altos Estudos para promover a cooperação acadêmica internacional com a vinda ao Brasil de pesquisadores renomados de outros países. Ora, já existem centros de estudos e universidades fazendo o que tal escola diz objetivar. A criação de uma Escola de Altos Estudos não seria para premiar alguns amigos com cargos? Convênios entre universidades no exterior e o Brasil é o que não falta. O que falta é o dinheiro para tal, que deveria sair sem critérios de apadrinhamento e nepotismo dos órgãos de fomento à pesquisa. Carlos Lupi, candidato ao governo pelo PDT, não se conforma com a diminução da importância do estado Criar a Caixa Rio, de financiamento e incentivo ao pequeno e médio produtor e empresário, com o objetivo de gerar mais emprego e o Estado ter um instrumento de capacitação e de fomento através de seus recursos, é uma das meninas dos olhos de Carlos Lupi, candidato ao governo do Estado do Rio pelo PDT. Segundo ele, no Brasil hoje 60% das carteiras de trabalho são assinadas por pequenas e médias empresas. "Quero que os grandes paguem impostos. Têm que contribuir para o crescimento dos pequenos. O trabalhador já paga porque é descontado na fonte e não tem como desviar. E o pequeno e o médio empresário pagam tanto imposto que não conseguem sobreviver". Lupi quer governar com "independência e respeito mútuo", principalmente em cima de projetos que tenham interesse público e contra a corrupção. "Jamais farei negociação individual com parlamentar. Jamais deixarei que qualquer parlamentar indique comandante de batalhão, delegado de Polícia Civil, fiscal fazendário. Acho que a relação com parlamentar tem que ser institucional e em benefício da comunidade". TRIBUNA DA IMPRENSA - Como será o seu relacionamento com o governo federal se eleito? CARLOS LUPI - Primeiro, de respeito, porque à frente do governo do Estado vamos ter uma relação fraterna com qualquer que seja o governo federal. Quer seja do meu partido, que é o que desejo, que trabalho, o presidente Cristóvam Buarque, quer seja do PSDB ou do PT. Nossas relações serão institucionais, como aprendi nos 26 anos de convivência com Leonel Brizola. Considero que a União tem uma dívida muito grande com o nosso Estado. Dívida porque este Estado já foi capital do Império, capital da República, e merece muito mais respeito, consideração e investimentos do que tem recebido hoje. Vou trabalhar e lutar para que o Rio tenha maiores investimentos, principalmente nas áreas de saúde, saneamento, educação, e com isso retomar o crescimento. E com as prefeituras, sobretudo a da capital, dirigida por César Maia? Tem a questão dos CIEPs, que só no Rio são mais de 100 que estão municipalizados. Quero, conversando com o prefeito, que todos trabalhem em horário integral. Hoje, apenas alguns têm horário integral. Então, nossa relação com a prefeitura, independentemente do prefeito, vai ser de respeito e de ajuda recíproca. São 92 municípios, a maior parte deles no interior do Estado. Vamos criar também a Caixa Rio, que vai ser a caixa de financiamento, fomento, incentivo para pequeno e médio produtor e empresa, a fim de gerar mais emprego e o Estado ter um instrumento de capacitação e de fomento através de recursos que tem. Caso eleito, como o seu governo se relacionará com a Alerj? De uns tempos para cá, tem havido imensa promiscuidade nos contatos do Executivo com o Legislativo, em todos os níveis. A Assembléia Legislativa tem que ter um relacionamento com o governador de independência, porque as nossas relações serão sempre de respeito mútuo, principalmente em cima de projetos que tenham interesse público. Jamais farei negociação individual, com parlamentar. Jamais deixarei que qualquer parlamentar indique comandante de batalhão, delegado de polícia, fiscal fazendário. Acho que a relação com parlamentar tem que ser institucional e em benefício da comunidade. Naquilo que o deputado precisar para o Estado estar presente, poderá contar com o governador. E sempre com transparência total. Não temos que mandar projetos nem planos às escuras, de noite, sem ninguém saber. Temos que fazer um relacionamento público, transparente e sem medo. A segurança pública é o que mais preocupa a população. Que iniciativas o senhor tem para esta área? Favela não terá nem domínio do tráfico nem medo da polícia. Será uma comunidade carente com a presença do Estado e com profundo respeito a lei. Porque o meu filho, que mora na Zona Sul, for pego um dia fumando um "baseado", vai ser usuário porque mora bem e é filho da classe média. Se dentro da comunidade, o menor, negro, que mora ali por necessidade, for pego com uma "trouxinha" de maconha, vai ser chamado de traficante. Não concordo com isso. Como homens da lei, temos que dar o exemplo do cumprimento dela. A polícia tem que ser exemplar cumpridora da lei. Temos que combater o crime organizado, com o Estado organizado, preparado com inteligência. Com a Polícia Civil e a Polícia Militar tendo uma relação interligada com a Polícia Federal, que pode ajudar muito na investigação. Com as Forças Armadas cumprindo seu papel constitucional. O Exército fiscaliza as fronteiras para evitar entrada de drogas e armas pesadas para o Rio. A Marinha, fiscaliza a Baía de Guanabara, as entradas dos nossos portos. A Aeronáutica fiscaliza os nossos aeroportos e os aeroportos clandestinos, para evitar que a droga chegue. Vamos cumprir a lei, vamos fazer uma polícia organizada e ter um governador que saiba de tudo, porque têm muitos governantes que não sabem de nada. Do lado do presidente Lula, o que teve de coisa que aconteceu na sua ante-sala e ele disse que não sabia de nada? Comigo não é assim, não. Sei de tudo, quero saber de tudo e se aparecer alguém amanhã, dentro do meu governo, cometendo irregulares, será exemplarmente punido. O déficit na saúde não é só na capital, mas também no interior. Os hospitais estão sucateados, faltam profissionais, medicamentos, equipamentos e leitos. É freqüente a greve de profissionais de educação. O problema não atinge apenas o 1º e 2º graus, mas até a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), cujas verbas foram reduzidas em 40%. A UERJ é a ciência do Estado. Mais de 20 mil alunos, mais de três mil professores, e tem que dar condições para essa malha de excelência que forma nossos futuros professores, advogados, engenheiros, administradores. Tem que ter recursos necessários para que essa inteligência do Rio continue a crescer. O Rio está perdendo muitos cientistas, sua importância cultural, pela falta de investimentos na área de tecnologia de ponta, na área universitária, da ciência e da tecnologia. A UERJ no meu governo terá independência e recursos alocados conforme a necessidade. A verba da cultura também foi reduzida em R$ 20 milhões e a categoria se queixa de que não há apoio não só na capital, mas principalmente no interior. Faltaria transparência na utilização das verbas. A solução volta à mesma tecla: é não roubar e não deixar roubar. Traçar prioridades. O Rio é vocacionado para a área cultural. Primeiro, pelas belezas naturais que temos e, também, pela nossa vocação de alegria. O povo carioca, o povo fluminense é muito alegre, expontâneo. Nós temos no Rio possibilidade de festas para o ano inteiro. Não só aqui na capital como em Niterói, Búzios, Arraial do Cabo, Resende, com festas tradicionais. Então, temos condições de investir em parcerias com a iniciativa privada, em troca de patrocínio, ter seu nome divulgado. Investir na cultura do nosso Estado, interligar as secretarias municipais de cultura com a estadual. Criar para a população roteiros turísticos e culturais para gerar receita, emprego, porque hoje a maior preocupação para o povo do Rio primeiro é a segurança - e só se fala nisso -, mas, em segundo lugar, é a falta de trabalho, de emprego. É nisso que eu vou trabalhar. Como será a aplicação de recursos vindos do governo federal? Vamos exigir que cumpra as dívidas que tem para com o Estado. Desde que Brasília foi ser capital do Brasil, o Rio vem sendo esvaziado. A Bolsa de Valores, que era aqui mesmo, na Praça Quinze, foi para São Paulo. Todas as grandes indústrias, empresas, sairam. Vocês vão ter um governador que vai lutar e daqui não sairá mais nada. A Petrobrás, que tem 80% do petróleo perfurado, explorado na Bacia de Campos, tem o seu principal escritório em São Paulo. A principal receita da Petrobrás acaba sendo para quem compra, que é São Paulo. Então, vamos lutar para que o Rio volte a ser respeitado como o principal estado do Brasil. E a arrecadação de impostos? O que se precisa é ter eficiência na cobrança desse imposto. Hoje quem paga imposto é somente o assalariado e o pequeno e médio empresário. Eu quero que pague imposto o grande empresário. Têm que contribuir para o crescimento dos pequenos. O trabalhador já paga porque é descontado na fonte e não tem como desviar. E o pequeno e o médio empresários pagam tanto imposto que não conseguem sobreviver. Temos que incentivar a criação de mais emprego. Sessenta por cento de carteira assinada no Brasil é fruto da pequena e da média empresa. Então, quero criar essa Caixa Rio para incentiva-las a gerar mais emprego. Gerando mais emprego é mais moeda circulando, mais receita para o Estado. Como será a Caixa Rio? Um orgão financeiro de fomento, de incentivos à pequena e à média empresa, para que a gente crie mais empresas. Isso foi fundamental para o crescimento de São Paulo, que tem a Nossa Caixa. Aqui acabaram com o Banerj, entregaram de maneira criminosa. Então, vamos voltar a criar uma Caixa pública, estadual, uma Caixa financeira, com o objetivo principal de financiar o pequeno e o médio produtor, empresário, para gerar trabalho, emprego. O que gostaria de dizer ao eleitor? Estamos na primeira etapa d |
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