Reproduzimos as seguintes notícias publicadas no CLIPPING UERJ. Asduerj cobra previsão para início das obras - Folha Dirigida Folha Dirigida - Ensino Superior - pg. 08 - 27/7 As obras de recuperação do campus Maracanã da Uerj ainda não têm data para acontecer. Na semana passada, a Associação de Docentes (Asduerj) encaminhou ofício à reitoria pedindo um parecer sobre a segurança no prédio - em janeiro, um bloco de concreto de uma das passarelas desabou. A administração, contudo, não tem previsão de quando o problema estará resolvido. Na última segunda-feira, dia 24, outro acidente assustou a comunidade: um incêndio no depósito de material de limpeza, que fica no térreo. O fogo foi controlado e ninguém se feriu, mas o prédio teve que ser evacuado. O acidente só reforçou a preocupação da comunidade com a segurança na instituição. Suzana Padrão, pró-reitora de Planejamento, afirma que está sendo realizado um estudo geral da estrutura do campus e somente quando este for concluído, as obras serão iniciadas. "Está sendo concluído um estudo que definirá tudo o que é necessário para garantir que não haja mais qualquer risco. Não há uma previsão para esse estudo, que é um panorama geral sobre a estrutura do campus. O levantamento está sendo feito por uma empresa particular, em conjunto com a nossa faculdade de Engenharia. Depois disso, ainda teremos um período para as obras", adverte Suzana. Enquanto o estudo não é concluído, as passarelas do 12º andar estão fortalecidas com uma estrutura de sustentação. Mas, para os representantes sindicais, a medida não é a ideal. Denise Brasil, vice-presidente da Asduerj, avisa que a categoria continuará pressionando para ter garantias. "Trabalhamos num prédio onde houve um desabamento. Logo, queremos os laudos da reitoria sobre a situação". Diana Beck, aluna de História, acredita que o prejuízo para os estudantes está sendo pequeno. Diana lembra que a reitoria abriu um prazo para cancelamento e substituição de disciplinas de 45 dias. "As aulas acontecem normalmente em todos os cursos. Os alunos também têm um prazo longo para cancelar ou remanejar algumas disciplinas. Além disso, ficou acertado no Conselho que a semana de diferença entre o fim da greve dos professores e o fim da paralisação estudantil não será contabilizada para qualquer fim", explica. De acordo com a pró-reitora de Graduação, Raquel Villardi, a divulgação do calendário completo não deve demorar, mas todas as aulas que estão acontecendo já são contabilizadas para a reposição. "Restam apenas alguns ajustes para preencher o calendário. Por enquanto, somente as datas-limites para a aplicação das provas finais foram definidas", avisa. Pelo calendário aprovado, as aulas do primeiro semestre de 2006 vão até o final de setembro. A universidade entrará de recesso durante o mês de outubro. O período referente ao segundo semestre de 2006 vai até março de 2007. A comunidade acadêmica da Uerj quer compromisso dos candidatos ao governo do estado de que a sua pauta de reivindicações seja atendida. Para isso, além de terem encaminhado uma carta-compromisso para os políticos que concorrem ao cargo, a Associação de Docentes (Asduerj), o Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Públicas do Estado (Sintuperj) e o Diretório Central dos Estudantes (DCE) realizam um debate no dia 8 de agosto. De acordo com a comissão responsável pelo debate, todos os candidatos confirmaram presença através de seus assessores. Contudo, a confirmação oficial só se dará nesta quinta-feira, dia 27. Para representantes sindicais, a participação de todos os candidatos é primordial. Nilda Alves, presidente da Asduerj, acredita que o próximo governo deve dar garantias de funcionamento à Uerj. "Pelo menos nossas perspectivas são boas, pois todos os candidatos ao governo do estado já assinaram uma carta de compromisso para que, caso vençam, coloquem na discussão a nossa pauta de reivindicações. Esperamos que eles honrem mais este compromisso com a comunidade acadêmica", declarou. Paula Almada, coordenadora de Comunicação do DCE, avisa que os estudantes marcarão presença. Na programação, está previsto um bloco para que as entidades encaminhem suas perguntas . "Teremos uma reunião do conselho de Centros Acadêmicos para definir o que será colocado e perguntado aos candidatos. Mas ainda não posso adiantar nada, pois isso ainda não foi discutido com os demais membros do nosso diretório. Mas estaremos presentes no debate", diz. O resultado do primeiro exame de qualificação será divulgado no dia 14 de agosto. Para ser aprovado basta acertar mais de 40% da prova. Os dias que antecedem o concurso podem ser aliados dos candidatos na preparação. Basta saber aproveitá-los. Uma das recomendações é refazer provas anteriores. De acordo com a diretora do Departamento de Seleção Acadêmica da Uerj, Elizabeth Murad, os exames de qualificação não cobram matérias do último ano do ensino médio e não exigem decoreba. "Mas é preciso ter informações para conseguir resolver as questões", disse. Logo, uma boa memória ajuda na hora de responder algumas perguntas. Então, uma boa dica é treinar para melhorar a memorização. Isso ajuda a evitar o famoso "branco" na hora da prova. Dicas especiais "É impossível prestar atenção no estudo se você estiver tenso ou nervoso. É importante relaxar para conseguir se concentrar. Para controlar a ansiedade, uma dica é prender a respiração por dez segundos e ir soltando o ar lentamente", orienta o psicólogo Marcelo Mesquita. Segundo ele, algumas vitaminas são essenciais para o funcionamento apropriado da memória como tiamina, ácido fólico e vitamina B12. "Elas são encontradas no pão e cereais, vegetais e frutas. Uma alimentação balanceada garante o bom funcionamento da memória." A água também ajuda a manter bem o funcionamento dos sistemas da memória. "A falta de água no corpo tem um efeito direto e profundo sobre a memória. A desidratação pode levar a confusão e outros problemas do pensamento." Agora, nenhum desses cuidados ajudam sem o descanso, alerta o psicólogo. "É fundamental que o jovem se permita sono suficiente e descanso para o cérebro. Durante o sono profundo, o cérebro se desconecta dos sentidos e processa, revisa e armazena a memória. A insônia leva a um estado de fadiga crônica e prejudica a habilidade de concentrar-se e armazenar informações." Dos 13 principais rios que compõem a Bacia Hidrográfica da Baía de Guanabara, 10 possuem taxas elevadas de demanda bioquímica de oxigênio. Os dados, obtidos no diagnóstico do Plano Diretor de Recursos Hídricos da Região Hidrográfica da Baía de Guanabara, revelam que, diariamente, águas com índices indesejáveis de poluição vão para a baía. O estado de degradação dos rios é o principal fator que impediu que o Programa de Despoluição da Baía de Guanabara (PDBG) conquistasse resultados positivos em 12 anos de funcionamento. O engenheiro civil sanitarista Adacto Ottoni, assessor de meio ambiente do Crea-RJ e professor adjunto do Departamento de Engenharia Sanitária e do Meio Ambiente da Uerj participou ontem de uma inspeção, a convite do JB, nos arredores do Canal do Mangue, na capital, e no Rio Sarapuí, em Duque de Caxias. Os dois compõem a costa oeste da baía, lado que apresenta as piores condições sanitárias. - O Canal do Mangue originalmente era para ser um canal de drenagem, mas se transformou em um valão de esgoto aponta Ottoni, que também é integrante do Comitê da Bacia Hidrográfica da baía. Chefe de Divisão de qualidade de água da Feema, Fátima Soares diz que o órgão monitora 31 pontos de amostragem da baía. O último relatório, segundo ela, é de 1997. Por isso, Fátima informa que a Feema não possui dados sobre a quantidade de esgoto nas águas dos rios. - O caso mais dramático é o Canal do Cunha; em segundo lugar fica o Canal do Mangue, pois ambos estão degradados e com qualidade ruim das águas - sintetiza Fátima, cuja opinião diverge dos dados de 2000 do Plano Diretor de Recursos Hídricos. O Canal do Mangue - que corta a Avenida Presidente Vargas, passa pela rodoviária e desagua na baía - recebe o esgoto bruto dos bairros do Maracanã, Tijuca, Grajaú, Rio Comprido, Estácio, Vila Isabel, Santo Cristo, Andaraí e Praça da Bandeira. No trecho em frente ao Cefet da Tijuca, o esgoto é lançado no canal com a força de cachoeira. - É essa carga que está matando a baía -lamenta Adacto. Nas imediações do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) , operários da Cedae fazem as obras dos troncos alimentadores da Estação de Alegria. O governo do Estado prometeu a conclusão das obras para 2002. Hoje, no entanto, a estação trabalha com 1/5 de sua capacidade, pois não foram feitas as ligações domiciliares que têm a função de levar justamente os esgotos dos bairros despejados in natura no Canal do Mangue. O cheiro forte de esgoto que acompanha o curso do Canal do Cunha é proveniente da falta de oxigênio na água, o que leva os resíduos a fazerem decomposição anaeróbia. O resultado é a liberação de metano e gás sulfúrico, causadores do odor. No Rio Sarapuí, a grande quantidade de esgoto despejada nas águas pode ser confirmada pela presença das gigogas. O esgoto bruto é o nutriente para as algas. - A conseqüência da poluição é o assoreamento da bacia, que mata a vida dos rios - resume Adacto Ottoni. Despoluição começou com erros O engenheiro Adacto Ottoni, assessor de meio ambiente do Crea-RJ, acredita que a Baía de Guanabara pode ser despoluída em até 100%. Mas não do jeito que o Programa de Despoluição caminhou até hoje. Para Adacto, os R$ 4 bilhões usados pelo Governo do Estado desde 1995 foram mal investidos: - Existem soluções técnicas para despoluir de fato a baía, o que não existe é competência e vontade política. Para começar, o ideal seria produzir um programa de monitoramento da qualidade de água dos rios. Os dados disponibilizados pela Feema, na opinião do engenheiro, são antigos. O estudo daria condições de produção de um diagnóstico ambiental completo da bacia hidrográfica. - Produzir o relatório sairia mais barato do que as obras feitas até hoje, que não resolveram nada - acusa Adacto. - Assim, as decisões de investimento do dinheiro seriam nas obras adequadas. Uma das obras consideradas um fiasco por Ottoni foi o Programa Nova Baixada. Nesse pacote entrou o sistema de controle de enchentes do Rio Sarapuí, em Duque de Caxias. - As obras foram inadequadas e um dos objetivos, a implantação de melhoria de drenagem não foi atingido, pois as enchentes na região estão piores do que antes. No caso do Rio Sarapuí, a sugestão do engenheiro é um tratamento sustentável, de baixo custo. Um exemplo imediato seria o sistema de coleta emergencial e a construção de uma lagoa de estabilização. - Essa obra sairia por 10% do custo de uma estação de tratamento de esgoto - compara. Já a solução emergencial para a poluição do Canal do Mangue - ponto critico por causa das cargas poluidoras - seria dar prioridade às obras das elevatórias que bombeiam o esgoto para a Estação de Alegria. - Seria um bom começo. Opinião do leitor. SALVEM O NOSSO PATRIMÔNIO! Asérie que o JB está publicando, com belíssimas reportagens darepórter Joana Dale, é importante por dois motivos: em primeiro lugar, mostra que precisamos urgentemente ajudar nosso Rio de Janeiro a sair do esgoto, através da limpeza da Baía de Guanabara. Em segundo lugar, mostra que nossos govemantes nem sempre estão comprometidos com a boa administração, pois, como bem mostrou o JB no domingo, mais de R$ 4 bilhões já foram investidos e o que se vê é lixo, esgoto e maus-tratos a este que é um patrimônio turístico do Rio: a nossa Baía de Guanabara. Paulo Rosas O Dia - Geral - pg. 02 - 27/7 De 31 de julho a 4 de agosto, a Uerj sedia o X Congresso Internacional da Associação Brasileira de Literatura Comparada (Abralic). O evento terá 2.300 professores e pesquisadores do Brasil e do mundo. O tema serão os lugares dos discursos literários. Haverá mesas-redondas e simpósios, além do lançamento de 60 livros, com a participação de nomes como Eduardo Portella (dia 1) e Ferreira Gullar (dia 2) . O evento ocorre das 8h às 17h, no Pavilhão João Lyra Filho, na Rua São Francisco Xavier 524. Informações: 2587-7313. Tijuca é o bairro com o menor número de áreas adotadas, mas lojistas dizem que iniciativa vale a pena marcela.canavarro.personale@oglobo.com.br “Está faltando conscientização ambiental na Tijuca”. A opinião é da da coordenadora do Programa de Adoção de Áreas Verdes da prefeitura, Graziela Barros. O bairro é o que tem a menor participação entre os que já aderiram ao projeto. O programa foi criado em 1988 pela Fundação Parques e Jardins e incentiva moradores e comerciantes a adotarem praças e canteiros. Cerca de 1,5 milhão de metros quadrados de áreas verdes e de convívio social são mantidos pela iniciativa privada em toda a cidade. Enquanto a adoção em outros bairros, como a Barra da Tijuca, é de até 30 espaços, a Tijuca mantém-se no fim da fila, com apenas três adoções, o equivalente a 5.150 metros quadrados. Em Ipanema e na Taquara, são sete áreas inseridas no programa; no Centro, oito; em São Cristóvão, cinco. — Os empresários que entram no programa têm contrapartidas, como a exposição da marca em placas e tótens e a prioridade na realização de eventos — afirma Graziela. O investimento não envolve, necessariamente, recursos financeiros. Uma adoção tijucana foi feita por uma senhora, que cuida de duas árvores na Rua Visconde de Itamaraty. Nos outros espaços, adotados por comerciantes, a tarefa é varrer o chão, replantar a grama, repor pedras portuguesas soltas, manter a pintura e irrigar canteiros e gramados. Em outras palavras: cuidar do ambiente, assim como se faz na própria casa. — Os moradores vêem os comerciantes com outros olhos e atraímos mais clientes. Adotamos a praça para evitar que ficasse abandonada como era antes — explica André Sousa, gerente do SóKana e do Double Place, lembrando das obras que revitalizaram a Praça Varnhagen há três anos e meio. Também ajudam na conservação do local o restaurante Garota da Tijuca e o bar Buxixo. Próximo à Uerj, o Largo do Maracanã ganhou a ajuda do restaurante Planalto do Chopp. — Uma área bem tratada inibe criminosos, como ocorreu nas praças Nossa Senhora da Paz e General Osório, em Ipanema — lembra Graziela. A coordenadora do programa destaca as áreas prioritárias para a Tijuca e que ainda não foram adotadas: as praças Saens Peña e Niterói e a área de recuo da Rua Afonso Pena. Os interessados em adotar qualquer espaço devem ligar para a Fundação Parques e Jardins: 2323-3509 e 2323-3567 Estado de São Paulo - Vida& - pg. A16 - 27/7 Prefeitura de Porto Alegre recebe o Tribunal de Contas do Rio Grande do Sul determinou que a prefeitura de Porto Alegre exonere dez professores negros que foram contratados pelo sistema de cotas raciais. Os conselheiros da 2ª Câmara consideraram inconstitucional uma lei municipal em vigor desde 2003 que estabelece a reserva de 12% das vagas dos concursos públicos municipais para negros e pardos. O relator do processo, Pedro Henrique Figueiredo, disse que é favorável à política de cotas, mas advertiu que ela não está prevista na Constituição e, por isso, não pode ser aplicada. Figueiredo lembrou ainda que as exceções à regrá da igualdade deveriam estar no texto constitucional para poderem ser aplicadas. A decisão não foi provocada por denúncia ou reclamação de pessoas que poderiam ter se sentido prejudicadas por terem perdido uma vaga para os contratados. Os conselheiros chegaram à conclusão de que houvê irregularidade nas contratações através da análise rotineira dos atos do prefeito José Fogaça (PPS). RECURSO Os professores poderão continuar trabalhando enquanto o caso estiver tramitando em qualquer instância da Justiça. Aluno cotista do 7º período da Faculdade de Pedagogia da Uerj, Paulo Henrique da Silva, 25, acusa sete seguranças da universidade de tê-lo espancado no hall do prédio principal da instituição. Negro, vestido de modo simples, ele teria sido confundido com um ladrão. A direção da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) não quis comentar o caso, ocorrido às 19h20 do último dia 20. Segundo a assessoria, a universidade ainda apura o que aconteceu. Silva registrou queixa na 20ª Delegacia de Polícia, em Vila Isabel, zona norte, e disse ontem à Folha que está contratando um advogado para processar a Uerj. CELSO RIBEIRO DE ALMEIDA (Campinas, SP) "Quaisquer medidas tendentes a reduzir as desigualdades sociais são válidas e amparadas pela Constituição. O sistema de cotas para negros nas universidades públicas, ao utilizar a "raça" como critério de discriminação, afronta o princípio constitucional da igualdade. Primeiro porque confere oportunidade de ingresso no ensino superior tão-somente ao negro, sem contudo estabelecer quem o é. Segundo porque este critério de equiparação de situações díspares deve ser objetivo, o que seria perfeitamente vislumbrado caso o sistema de cotas fosse social, e não racial. Aquela sim pode ser considerada uma medida paliativa justa, baseada num critério de discriminação justificável e condizente com o princípio da isonomia, que consiste na máxima aristotélica de tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na exata medida em que se desigualam." JOÃO REGIS DAVID OLIVEIRA (Carmo do Rio Claro, MG) A África do Sul de 2010 será herdeira da Alemanha de 2006. Uma herdeira enriquecida pela necessidade Mauricio Murad é professor da Uerj e do mestrado da Universo. Artigo enviado pelo autor ao “JC e-mail”: Eis um furo de reportagem! Faltam 1460 dias para a bola rolar e já há um finalista: a África do Sul. A Fifa não mudou o regulamento. As regras são as mesmas da Alemanha, em 2006. Por isso mesmo, podemos dizer: a África do Sul já é finalista na Copa de 2010. Do logotipo - um jogador dando uma bicicleta, emoldurado pelo contorno do Continente africano e não de um país -, até as campanhas que valorizam a energia e a criatividade dos torcedores, para incentivar a sua participação em projetos de saúde, meio-ambiente, educação, emprego. Programas de prevenção da Aids, de vacinação e higiene, de saneamento básico; planos de valorização da cultura local, de fixação do aluno na escola, investimentos em agricultura familiar e em políticas de emprego. Tudo isso tendo o futebol como elemento motivador e propagador, de ideais de inclusão social e compromisso comunitário. A Fifa, a Comunidade Européia, a ONU (Unesco, FAO, OMS, OIT) e as empresas patrocinadoras do evento estão oficialmente comprometidas em investir recursos financeiros e humanos, criar estruturas e condições e garantir os melhores resultados. A África do Sul de 2010 será herdeira da Alemanha de 2006. Uma herdeira enriquecida pela necessidade. Em 2006 a mídia mundial estampou a manchete “Itália vence na Alemanha”. Mas não foi isso exatamente o que eu vi. A copa que acabou de terminar teve uma grande vencedora: a Alemanha. Eu sei, os rapazes de Marcelo Lippi ganharam da França de Zidane, nos pênaltis, e cerca de 3,5 bilhões de pessoas foram testemunhas. A Itália ganhou, mas quem venceu mesmo foi a Alemanha. A Itália ganhou um torneio. Importantíssimo. A Alemanha ganhou uma alma. Indispensável. Danke. Das war richtig gut für Deutschland (Obrigado. Isso fez muito bem à Alemanha). Esta era a inscrição dos telões e dos corações. Naqueles, ao fim dos jogos; nestes, para sempre. Meio milhão de pessoas cantaram e dançaram no símbolo histórico de Berlim, o Portão de Brandenburgo. Por causa do futebol, é evidente, mas foi muito além do futebol. Sem ele seria mais difícil chegar a algo tão representativo das multidões, tão significativo para essa nova Alemanha pretendida pelos alemães. O futebol é maravilhoso porque é cheio de beleza, segredo, contradição. Dramático. Humano. A Alemanha não resolveu os seus maiores problemas, mas novas perspectivas e esperanças foram apontadas e isto contaminou o país, dos poderes constituídos às ruas. Como adoram o futebol! E como o futebol combina com aquelas cervejas indescritíveis e aqueles pães memoráveis. Um mês, 64 jogos, 32 seleções. O maior espetáculo esportivo da Terra: audiência de 50 bilhões em todo o planeta. Terra. Campo. Uma dúzia de estádios abarrotados, que consumiram mais de 1 bilhão e meio de euros, em reformas e construções. Equipamentos que ficam para as cidades, com suas lojas, redes de transporte, hotéis, restaurantes. Quase 3 milhões de empregos diretos e indiretos, muitos negócios e atividades culturais. O Estádio Olímpico de Berlim, construído por Hitler em 1936, foi preservado e foi modernizado, do estilo arquitetônico até os "Anéis Olímpicos". História não se apaga: conscientiza-se, transforma-se. Tradição e modernidade, eis o lema da Copa da Alemanha. Eis o lema da Alemanha. Raízes culturais e identidades coletivas somadas a novos projetos e novas possibilidades. Seria o primeiro título mundial de futebol e não o quarto, disse com sabedoria o treinador Klismann. Isto inflamou a equipe, que se superou em campo. Falar em quarta conquista seria estatística. Falar em primeira é dar-lhe um novo sentido. O Muro caiu em 1989 e na Copa da Itália, em 1990, vencida pela Alemanha (Ocidental), tudo era muito recente. Em 2006, sim, a primeira vitória de um novo país, de uma nova unificação alemã. Organizar um campeonato desse é obra pra gente grande. É importante vencer dentro de campo. É mais importante vencer fora de campo. Houve muitos ganhos a partir do futebol. As batalhas contra o racismo, o isolamento de 142 organizações neonazistas, os torneios de futebol de rua em bairros carentes, com o objetivo de inclusão social e incentivo à organização das comunidades, tudo isso foi um expressivo sinal. Que esta tendência finque raízes. Que a Alemanha confirme sua posição de grande vencedora da Copa de 2006 e sirva de exemplo, para que na África do Sul, em 2010, o compromisso social do futebol seja ainda maior, numa realidade tão necessitada. A partir de agora, qualquer tiro disparado por policial militar - com ou sem vítimas - deverá ser informado à Delegacia de Polícia Judiciária Militar e à Corregedoria da PM do Rio. A decisão foi tomada pelo comandante da corporação, coronel Hudson de Aguiar, numa tentativa de diminuir as mortes em ações policiais. Nos primeiros cinco meses deste ano, 396 pessoas foram mortas ao reagir à prisão - o chamado auto de resistência - e dez PMs morreram em serviço, segundo dados divulgados pelo Instituto de Segurança Pública. "A idéia é criar um banco de dados que permita à polícia ter um parâmetro e evitar o disparo desnecessário. Quantas vezes um policial deve atirar para ficar dentro da normalidade? Não sabemos. Os dados com relação às armas de fogo são voltados para logística ", afirmou o coronel Ubiratan Ângelo, diretor de Ensino e Instrução da Polícia Militar da capital fluminense. O Programa de Controle e Análise sobre o Emprego de Arma de Fogo por Policiais determina que, todos os dias, os comandantes de batalhões enviem relatórios nominais sobre os disparos efetuados. Os documentos serão encaminhados pelas unidades mesmo nos dias em que nenhum policial tiver atirado. A lista nominal permitirá que o desempenho dos policiais militares seja acompanhado individualmente, mesmo que haja transferências. Com base nesses dados, a corregedoria poderá identificar se um policial atira mais vezes do que um colega na mesma situação. A polícia acredita ainda que a simples existência do relatório possa inibir o PM que atira desnecessariamente. "Se o policial atuou de forma errada, ilegal, ele será submetido às sanções previstas, como sempre aconteceu, independentemente da criação do programa. O que o programa vai permitir é que descubramos o que está motivando os disparos", afirmou o coronel Ubiratan. De acordo com a avaliação da corregedoria, o policial poderá ser encaminhado para treinamento em arma de fogo. "Ele pode estar atirando mal e, por isso, precisa fazer mais disparos do que os outros. Quanto melhor o atirador, menos ele atira", afirmou. Ou poderá ainda passar por tratamento psicológico. "O policial que sofre de estresse no trabalho pensa 10, 15 vezes antes de procurar atendimento. A partir do programa teremos como indicá-lo para o departamento de psicologia porque ele será encaminhado por causa das ocorrências produzidas por ele mesmo", disse o coronel. A proposta do Programa de Controle surgiu durante o seminário "A Polícia que queremos", coordenado pelo coronel Ubiratan, que ocorreu entre os dias 18 e 20 de julho. A idéia partiu de um antropólogo durante as discussões sobre o controle interno. O especialista cobrou um "controle efetivo da letalidade na ação policial". O coronel Hudson acatou a proposta. "Esse foi um movimento positivo da Polícia Militar e que cobramos há muito tempo. Certos policiais concentram os disparos e agora vamos saber por que isso acontece. Isso permitirá o planejamento para evitar esse tipo de prática", disse o sociólogo Ignacio Cano, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Para Cano, a iniciativa da polícia fluminense contrasta com o que ocorreu em São Paulo, em maio, após os ataques da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), em que "a polícia saiu atirando pelas ruas". Cano lembrou que São Paulo foi pioneiro no controle da ação policial. "No governo Mário Covas havia um programa que previa o afastamento das ruas do policial envolvido em ocorrências com morte. Esse programa foi desmantelado", afirmou. A inclusão do item "raça/cor" no Censo Escolar provocou polêmica no ano passado, levando pais e dirigentes de escolas a boicotarem essa resposta no questionário. Isso ajuda a explicar o fato de que 17% dos alunos do ensino fundamental e 20% do médio não declararam a etnia. O Inep diz que a questão é uma "demanda histórica dos movimentos sociais", por isso foi incluída. Após seminários e encontros, o instituto optou pela metodologia utilizada pelo IBGE no Censo Demográfico, a autodeclaração. Na pergunta, o item é No Censo Escolar, a etnia é declarada pelo pai quando o aluno é menor de 16 anos. Acima dessa idade, cabe ao próprio estudante fazer a declaração. Segundo a diretora, o lnep manteve a questão no Censo deste ano e continuará debatendo o tema. "Alguns disseram que estávamos incentivando o preconceito. Não é isso, mas sim um incentivo ao debate", afirma, dando como exemplo escolas que aproveitaram a polêmica para discutir o tema com os alunos. Folha de São Paulo - Folha Cotidiano - pg. C1 - 28/7 Na rede pública 56,4% dos alunos do fundamental e do médio se declararam pretos ou pardos no questionário do Censo Escolar 2005 Um terço dos alunos matriculados no ensino fundamental e médio de escolas particulares que declararam a etnia se considera negro (inclui a classificação "preta e parda"). Já nas escolas públicas, esse índice ultrapassa a metade, chegando a 56,4% dos estudantes. No entanto, esse terço de negros declarados da rede particular não chega perto da proporção dessa etnia entre a população de crianças e jovens de 5 a 24 anos. Já a pública ultrapassa a média nacional. Nessa faixa etária, segundo o IBGE, 48% dos brasileiros se dizem pretos e pardos (essa é a terminologia adotada pelo instituto). A etnia dos estudantes foi levantada pela primeira vez no Censo Escolar 2005, feito pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais). Já os resultados ficaram prontos no fim do mês passado. O instituto inseriu no questionário respondido por pais e alunos o item "raça/cor". Apesar de optativa, a autodeclaração gerou polêmica, levando cerca de 20% a não se pronunciarem. Variação Nas escolas particulares, 34% dos alunos do fundamental que declararam a etnia disseram ser pretos e pardos. Cai para 30% entre os matriculados no médio. Já na rede pública, o índice é de 60% e 57%, respectivamente. Já no caso das particulares, o. percentual é considerado baixo, refletindo diferenças sociais e discriminação. A diretora de Estatísticas da Educação Básica do Inep, Maria Inês Gomes de Sá Pestana, pondera que o boicote ao questionário pode ter contribuído para a pouca diferença entre fundamental e médio. Isso porque outros estudos já apontaram o "embranquecimento" na educação, ou seja, os negros entram na escola, mas não conseguem avançar nos estudos. Aproveitamento escolar Usando dados do IBGE, de 2000, o professor lembra que, à medida que os negros avançam nas séries, aumenta a distorção da idade considerada adequada. Enquanto 53% das crianças brancas de dez anos estavam na série ideal para a idade, só 35% das crianças negras se encaixavam nesse perfil. A professora Regina Vimhaes, da Faculdade de Educação da UnB (Universidade de Brasília), diz que o resultado do Censo Escolar vai ao encontro de um tema cada vez mais discutido: a melhoria da qualidade do ensino público. "Mostra que a escola pública tem cumprido o caráter de permitir acesso a todos, independentemente de cor, religião. Mas aponta a responsabilidade que tem. Precisa ser um local de construção de cidadania", afirma Vinhaes. Segundo Tânia Portella, o fato de haver mais de 50% de alunos negros na rede pública não' significa inclusão. "Incluir na educação não é apenas matricular, mas também ofertar garantias de permanência, qualidade de ensino e possibilidade de prosseguir a vida acadêmica", afirma. Tribuna da Imprensa - Nacional - pg. 05 - 28/7 Esse tipo de contrato é novidade, e a ex-juíza pretende estendê-Io as outras unidades de atendimento do estado. "É desafiador, mas preciso de uma nova escala salarial para premiar, os profissionais do ensino. E prioridade absoluta! Lembro a vocês que firmei compromisso com a autonomia financeira e administrativa da universidade em contrapartida ao desempenho de seus indicadores de qualidade. É preciso, então, que tenhamos definidos, mesmo que superficialmente, alguns indicadores", ressaltou. Segundo ela, é preciso organizar as ações administrativas no sentido de assegurar aos estudantes, professores e demais profissionais de educação as condições ideais de aprendizado. "É essencial criar mecanismos de acompanhamento dos alunos que vão além das salas de aulas, para alcançar as famílias e as condições sociais do local onde os alunos moram e convivem", ressaltou Denise. Dentre outras propostas para a área de educação, Denise Frossard comentou que implantará, progressivamente, o horário integral em todas as escolas e creches estaduais, implementará cursos de alfabetização no sistema prisional, criará um programa de concessão de bolsas para alunos que não podem pagar e selecionará escolas que servirão de modelo para as demais unidades do estado. Ela afirmou que fará parcerias com as administrações municipais para melhorar a educação. "Assinarei convênios com as prefeituras para que elas adotem o mesmo modelo do estado, através da reorganização de escolas e de um melhor entrosamento entre os educadores do estado e dos municípios. Pretendo também criar um novo modelo de creches. Na minha administração, elas não serão mais locais de vigia de crianças, e sim, de aprendizado", afirmo. O governo deveria criar já, em caráter de emergência, cursos pré-vestibulares gratuitos, de boa qualidade, para preparar negros, pardos etc. e colocá-Ios no mesmo nível dos demais candidatos. Assim, eles entrariam na universidade de cabeça em pé, pela porta da frente, aberta por seu próprio mérito, em igualdade com todos os outros estudantes, em vez de chegarem humildemente pela porta dos fundos, aberta pela demagogia e pelo oportunismo de políticos com fins eleitoreiros. MARlSA DE ANDRADE D'AUBREY (23/7), Rio Na dúvida se aqueles que ingressarem pelo critérios de cotas terão condições de lograr êxito na graduação, o melhor é admitir as cotas combinadas com mecanismo qualificador, ou seja, 50% das vagas para negros, pardos e indígenas e, ainda, a exigência de uma nota mínima de 7 pontos para todas as etnias. As vagas que não fossem ocupadas seriam disputadas num segundo exame, aberto a todos, sem critério de cotas, e com exigência mínima de 5 pontos. No ensino fundamental e médio é preciso adotar com urgência os exames de acesso, pois as escolas estão despejando alunos nas séries seguintes sem condições de prosseguirem nos estudos. Aos profissionais de nível superior deve ser aplicada uma avaliação bienal, para aferir o grau de atualização. Ao final quem sairá ganhando é a sociedade. DIALAS COELHO FILHO (por e-mail, 26/7); Duque de Caxias, RJ Luiz Biondi e Carlos Alberto |
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