Reproduzimos matérias publicadas no CLIPPING UERJ. Jornal do Brasil - Idéias - pg. 02 - 15/7 Na quarta, será o lançamento do número 2 de Fala: caderno de cidadania, publicação do Centro de Cidadania Barbosa Lima Sobrinho, no Teatro R. Magalhães Jr., na ABL. Na ocasião, será realizada uma mesa-redonda com a participação do acadêmico Cícero Sandroni, do cientista político João Trajano Sento-Sé e da historiadora Maria Emília Prado, entre outros. Grupo nasceu no governo Fleury e ganhou força nos 12 anos de gestão tucana Políticos tucanos vêm insistindo em estabelecer uma ligação direta entre o PCC e o PT. Defendem a tese de que os ataques terroristas são um plano para minar a candidatura à Presidência do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB). Jornal do Brasil - Opinião - pg. A11 - 16/7 QUAL o SIGNIFICADO DOS DESAFIOS às autoridades públicas dos atentados a funcionários do setor penitenciário, mas também os ataques a ônibus, a caixas eletrônicos e a outros alvos públicos? APÓS O FIASCO DOS CANARINHOS movidos a dinheiro e sem qualquer patriotismo, agora é a vez dos políticos que reagem, com algumas exceções, aos mesmos incentivos. Aproximam-se as eleições e, embora saibamos pela experiência que os planos de governos não passam de sonhos com datas marcadas, podemos observar - como dantes - a ausência completa de elaborações programáticas com um grau mínimo de seriedade, por parte dos principais candidatos, especialmente dos que concorrerão aos cargos executivos - governadores e presidente. O Dia - Opinião - pg. 06 - 17/7 Membro do Conselho Estadual de Educação do Rio de Janeiro Dois manifestos de intelectuais levantaram poeira este mês em torno das políticas de ação afirmativa do governo, especificamente os projetos de lei que instituem o Estatuto de igualdade Racial e cotas nas universidades para afrodescentes. Um, a lavor; outro, contra. Os que aderiram ao primeiro crêem que se aprovados, serão instrumento na luta pela inclusão. Os que assinaram o segundo crêem que as propostas ferem o princípio constitucional da igualdade e não atacam a causa maior: distribuição de renda injusta e o imenso déficit na área social. O que já leva os parlamentares a repensar a possibilidade de priorizar cotas sociais, ao invés das raciais. SANDRA CASTRO DE ARAÚJO (via Globo Online, 11/7), Rio Imaginemos uma mesma família humilde, com quatro irmãos. Todos cursaram o ensino médio, mas um dos irmãos puxou ao bisavô materno, negro, diferentemente de seus irmãos, que eram brancos. Todos são pobres, tiveram as mesmas dificuldades, sofreram os mesmos prejuízos sociais, filhos dos mesmos pais. Como escolher o de cor negra em detrimento dos outros irmãos, uma vez que houve desigualdade social para a formação de todos? Será baseado na cor da pele? Mas como ficaria o texto constitucional onde “todos são iguais perante a lei, sem distinção de raça, cor, credo etc.”? E como ficaria a situação familiar? Acho que não podemos ser tão simplistas nessa questão. O assunto deve ser profundamente debatido para não causar distorções piores. NEUCIR VALENTIM (via Globo Online, 12/7), Niterói, RJ Mais uma vez, estão tentando tapar o sol com a peneira, quando se busca mudar o nome do sistema de cotas raciais para sociais. Tão-somente almejam encobrir a realidade da desigualdade racial, que fere os olhos dos mais simples dos seres humanos. Basta, entre muitos exemplos, verificar os saguões dos hotéis de luxo da Zona Sul. Por acaso alguém já viu um negro na recepção ou mesmo nos restaurantes finos? Já viram um garçom negro? É hora de encararmos o racismo com uma visão realmente social, reparando a injustiça social cometida contra os mesmos até agora. SILVIO MACHADO FILHO (via Globo Online, 11/7), Rio A política de cotas não é uma unanimidade. Mesmo no interior das posições mais democráticas, que têm tradição de luta em favor dos direitos humanos e sociais, as políticas afirmativas ou de discriminação positiva podem causar distorções, reduzindo a efetividade dos direitos de outros cidadãos. O atual governo atacava o anterior de pôr as crianças na escola sem se preocupar com a qualidade do ensino; agora, resolveu que é hora de ingressar todos na universidade sem também se preocupar com a qualidade, que logicamente compromete a formação dos futuros profissionais. A idéia é absurda, mas serve para desviar a atenção do que deveria estar sendo feito e não está: investir e melhorar o ensino fundamental. EMÍDIO BELARMINO (por e-mail, 11/7), São Gonçalo, RJ O Globo - Cartas dos Leitores - pg. 06 - 17/7 É lamentável que a greve da Uerj tenha terminado sem uma de suas reivindicações atendidas pelos nossos governantes. O descaso e o sucateamento da universidade vêm acontecendo ao longo do tempo, em vários governos, principalmente no atual. Os funcionários, atônitos ainda com a organização da volta ao seu funcionamento, após três meses parados, estão perplexos ao verem desde já a presença de políticos em campanha eleitoral. O hall dos elevadores sempre foi alvo de políticos à cata de votos; será que esses senhores, depois de eleitos, irão se preocupar com a universidade? SOLANGE L. FERREIRA (via Globo Online, 13/7), Rio SÃO PAULO- Há um barulho exagerado no debate sobre a Lei de Cotas e o Estatuto da Igualdade Racial. Quem observa as duas partes se digladiarem pode ser levado a crer que algo fundamental para o destino da sociedade esteja em jogo. Benefícios e malefícios que podem surgir da discussão são pontuais e tendem a se diluir com o tempo. As ações afirmativas não ameaçam a ordem, apenas fazem avançar modestamente a justiça LUIZ CARLOS BRESSER-PEREIRA , 71, professor emérito da Fundação Getulio Vargas, ex-ministro da Fazenda, da Reforma do Estado, e da Ciência e Tecnologia, é autor de "As Revoluções Utópicas dos Anos 60". Por atavismo(?) , exigência do âmago, razões insondáveis, antes dos 15 anos Mosca já estava integrado na forma de ser do negro. Nada a ver com opção, pois os tais apenas escolhem a exceção. . . de palavrão Mosca é mestre, dentro da melhor tradição do idioma. Na segunda onda de ataques em menos Medo, vergonha, raiva. Essas três reações, agravadas pela sensação generalizada de impotência, voltaram a assaltar os 11 milhões de habitantes de São Paulo na semana passada, quando a organização criminosa autodenominada Primeiro Comando da Capital – o PCC – desfechou a segunda onda de ataques em menos de dois meses, numa versão menos virulenta, mas igualmente assustadora, do "maio sangrento". Entre a madrugada de terça e a tarde de quinta-feira, registraram-se 68 ônibus incendiados, dezesseis agências bancárias atacadas por bomba, seis agentes de segurança e policiais, além de um civil, mortos por bandidos a serviço do "partido do crime", na designação de seus integrantes. De fato, o PCC – que surgiu em 1993, numa penitenciária do interior do estado – é hoje uma eficiente estrutura a serviço de todo tipo de delito previsto no Código Penal: de extorsão, seqüestro e tráfico a roubo a bancos e assassinato. As duas ondas de ataques expõem um paradoxo. Os cabeças da organização estão presos, o que demonstra a eficiência do trabalho policial. Querem, no entanto, ditar as condições em que cumprem suas penas e, ao fazê-lo com explosiva capacidade de comando e coordenação, comprovam que continuam a lançar um repto mortal à autoridade do Estado. • a capacidade de organização do PCC; • o comando das 144 unidades prisionais do estado; • o conluio de advogados bandidos; • as brechas na legislação penal; • os erros na condução da política de segurança pública por parte das autoridades estaduais e federais. Expostos em conjunto, esses fatores parecem aumentar a sensação de impotência. Mas, como se poderá ver na reportagem, é possível provocar abalos nesses pilares com medidas práticas imediatas ou de médio prazo – e a convicção de que a sociedade das pessoas de bem não se deixará sobrepujar pelo crime. 1 O PCC TEM A FORÇA Paulo Liebert/AE Além da estrutura verticalizada, o PCC também se organizou como uma empresa, com tesouraria, almoxarifado, setor de crédito e departamento de pessoal. VEJA teve acesso a documentos em poder da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, reproduzidos em parte nestas páginas, que mostram como a arrecadação de recursos (por meio de extorsão a presos, seqüestros e outros crimes) e os gastos da organização são controlados detalhadamente. De acordo com a polícia, quem está preso paga uma mensalidade de 50 reais, em troca de proteção. Criminosos em liberdade contribuem com 1.000 reais (o valor, que era de 750 reais, foi reajustado na semana passada). Além de pagar a "mesada" dos chefões presos, o dinheiro é investido na compra de drogas, armas, aluguel de carros e pagamento de advogados. O PCC também montou uma "cooperativa de crédito" que financia as "operações pessoais" de seus membros com empréstimos de até 118.000 reais. A estrutura verticalizada dá ao PCC vantagens competitivas em relação a outras facções criminosas conhecidas, como o Comando Vermelho, do Rio de Janeiro. Segundo o pesquisador Adriano Oliveira, do Núcleo de Estudo de Instituições Coercitivas, da Universidade Federal de Pernambuco, a centralização favorece a tomada de decisões e fortalece o senso de unidade em torno das lideranças do PCC. "No Rio, o Comando Vermelho disputa o poder com várias facções. Por isso, as lideranças não permanecem muito tempo no comando, como ocorre em São Paulo", diz Oliveira. Para o sociólogo Ignacio Cano, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, a diversificação de atividades favorece o PCC em comparação com os grupos cariocas, mergulhados numa eterna disputa territorial para sobreviver: "As quadrilhas do Rio precisam disputar áreas de atuação porque sua sustentação principal é o tráfico de drogas, que tem por base o controle de pontos-de-venda. Em São Paulo, o crime organizado atua em várias atividades ao mesmo tempo". A tecnologia de comunicações também joga a favor do PCC. Graças aos celulares, que proliferam como praga nas cadeias paulistas, os bandidos realizam diariamente dezenas de teleconferências para transmitir recados, fazer ameaças e distribuir tarefas. Depois dos ataques de maio, a Secretaria de Segurança de São Paulo aumentou o número de escutas em telefones de membros do PCC. VEJA teve acesso a parte desse material. Os diálogos (veja o quadro ao lado) demonstram a assustadora mecânica desenvolvida pelo grupo. Na preparação de um dos ataques, um integrante do PCC repassa ordens da cúpula a um "piloto" que está fora da cadeia. O objetivo é matar agentes penitenciários. A ordem é direta: "É para fazer de cinco a quinze agentes, irmão". O trabalho de monitoramento telefônico feito pela Secretaria de Segurança revela minúcias da logística do PCC. O bando aluga imóveis para abrigar criminosos procurados pela polícia. Um dos casos mais recentes é o de Emivaldo Silva Santos, o "BH". Ele era um dos líderes do PCC na região metropolitana de São Paulo. Atuava fora da cadeia, nas áreas de tráfico de drogas e assaltos. Depois dos ataques do "maio sangrento", BH teve de se esconder da polícia. O bando alugou para ele uma casa no município de Mongaguá, no Litoral Sul de São Paulo. O criminoso passou dois meses escondido no local e foi preso na semana passada, numa estrada a caminho de São Paulo. Acredita-se que ele iria reforçar o comando da segunda onda dos ataques em massa. Esse, pelo menos, não teve sucesso. O QUE PODE SER FEITO • Isolar os líderes das facções em presídios distantes dos seus estados. A estratégia funcionou com Fernandinho Beira-Mar, o principal traficante do Rio de Janeiro, que encolheu depois de ser transferido de Bangu 1. • Asfixiar financeiramente o PCC, rastreando contas bancárias e "laranjas" e solapando fontes de renda vitais, como os pontos-de-venda de drogas • Usar continuamente meios de inteligência como escutas telefônicas e agentes infiltrados nas facções. Foi assim que a Itália desbaratou a ação da Máfia O cartão é fundamental para a realização da prova, pois, além de ser exigido no dia do exame, é por meio dele que os inscritos ficam sabendo onde farão a prova. O prazo para o pedido de segunda via ou retificação vai até esta quinta-feira, dia 20 de julho. O atendimento acontece, das 10 às 17 horas, no Balcão do Vestibular da Uerj, no Pavilhão João Lyra Filho - térreo, e na Uenf, no Prédio P5 – térreo sala Comvest. Porém, o pedido de segunda via do cartão também pode ser feito pelo site do vestibular www.vestibular.uerj.br. A prova está marcada para o dia 6 de agosto. O exame apresentará 60 questões de múltipla escolha sobre as áreas de conhecimento que são: Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias e Ciências Humanas e suas Tecnologias. O resultado do primeiro exame de qualificação será divulgado no dia 14 de agosto. Para ser aprovado é preciso acertar mais de 40% das questões. Apenas os aprovados no exame de qualificação poderão se inscrever para a segunda fase do concurso, que é composta pelas provas discursivas específicas por grupo de carreira. Segundo exame de qualificação - O resultado dos pedidos de isenção para o segundo exame de qualificação, marcado para o dia 8 de outubro, será divulgado no dia 7 de agosto. A inscrição para esta prova acontecerá entre os dias 9 e 21 agosto. O calendário da segunda fase do concurso, composta pelas provas discursivas ainda não foi divulgado. A única data confirmada da segunda etapa é a da prova que acontecerá no dia 10 de dezembro. O Globo - Megazine - pg. 16 - 18/7 Uma boa notícia para os estudantes que suam a camisa para entrar no curso de educação física: a UFF acaba de incluir a carreira em seu vestibular 2007, com uma oferta de 40 vagas para licenciatura (20 por semestre). As aulas serão no turno da manhã. Waldyr Lins de Castro, chefe do departamento de educação física da UFF, conta que a universidade já oferecia pós-graduação na área. O curso é bastante procurado por professores da rede pública que, segundo Waldyr, reclamam da falta de graduação voltada para a docência em educação física: — A licenciatura não é um curso para quem quer trabalhar em academias, clubes. É para formar exclusivamente professores para escolas. O aluno terá aulas de fisiologia, anatomia, biodinâmica, mas a ênfase será em sociologia, filosofia, psicologia. Segundo as novas Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de educação física, a partir deste ano a licenciatura na área formará profissionais exclusivamente para escolas de educação infantil e dos ensinos fundamental e médio. Quem faz esta licenciatura também pode planejar, coordenar e supervisionar atividades pedagógicas em escolas. — No nosso curso, vamos apostar em algo diferente. Os alunos vão aprender a prática e a teoria de esportes como futebol, vôlei, basquete e handebol, que são os mais praticados nas escolas, mas vamos priorizar outras modalidades, como peteca, frescobol, skate, malabarismo. São atividades que valorizam mais o movimento do corpo e menos a performance do atleta — explica Waldyr. No vestibular da UFF, os candidatos à licenciatura em educação física farão provas específicas de português e história, além de redação. — É para valorizar mais a formação humana do estudante — conta o professor. O curso de educação física já é oferecido na Rural, na UFRJ e na Uerj. Na UFRJ há vagas para bacharelado e licenciatura. Na Rural, apenas a licenciatura, que fica entre os dez cursos mais concorridos da universidade, com cerca de oito candidatos por vaga. O bacharel em educação física pode trabalhar em clubes, academias, hotéis, associações recreativas, empresas. O objetivo deste profissional é atuar no planejamento, orientação e avaliação de programas de atividades físicas e de saúde. O Globo - Megazine - pg. 15 - 18/7 Os interessados no treinamento têm até segunda-feira, dia 24, para entrar no site, preencher o cadastro gratuitamente, receber a senha de acesso e começar a praticar. A prova, preparatória para o Enem, é composta de 42 questões de múltipla escolha. Todos os testes do simulado são feitos por uma equipe de professores do Colégio GPI. Os participantes terão duas horas e meia para fazer o simulado. Um cronômetro, que não pode ser parado, indica o tempo disponível. É possível baixar a prova e fazer as questões sem o computador estar conectado à internet. Porém, antes de se desconectar, é preciso confirmar se o teste está completamente visível na tela. O cronômetro continuará marcando o tempo. Assim que terminar a prova, o estudante receberá um e-mail com seu resultado individual. Além disso, poderá imprimir um certificado de participação no teste. A tecnologia usada nos Simulados Megazine é do Colégio 24 Horas. O próximo treinamento para o Enem será entre os dias 8 e 14 de agosto. Serão realizadas ainda três provas preparatórias para os vestibulares, entre os dias 5 e 11 de setembro; de 3 a 9 de outubro e de 31 de outubro a 6 de novembro. O Globo - Megazine - pg. 08 - 18/7 Durante a Copa, muita gente reclamava que nem a primeira parte do Hino Nacional era tocada completa antes dos jogos. Mas, diante de uma lei estadual, sancionada mês passado, que obriga todas as escolas públicas e particulares a executarem o hino duas vezes por semana, a reação não foi tão cívica: pesquisa feita pelo Laboratório UniCarioca de Pesquisas Aplicadas, a pedido da Megazine, mostra que 57% dos alunos de ensino médio não aprovam a idéia, seja porque acham que vai ser chato participar da cerimônia (13,84%) ou porque acreditam que “não é assim que se desperta o amor pela pátria” (43,34%). Outros 16,71% acham que a lei "não vai pegar”. No Colégio Marista São José, por exemplo, muitos alunos acham que a lei pode criar uma falsa imagem de que os estudantes são patriotas. Lá, os alunos de todas as séries já costumam cantar o hino uma vez por semana, às 7h, dentro da sala de aula. — Manoela Braga, do 3 ano do São José, concorda com André, mas acha importante, sim, a criação de leis que incentivem o interesse pelos símbolos nacionais: — A escola tem que ajudar a formar o cidadão. Em 1942, o então presidente Getúlio Vargas também determinou que as escolas tocassem o Hino Nacional semanalmente. Para o historiador Marco Morel, a nova lei estadual parece ter o mesmo objetivo de Vargas: criar um sentimento nacionalista nos estudantes. Marco ressalta, porém, que impor o hino é uma medida irracional. — Os governos não devem impor os símbolos. O sentimento nacional é resultado de uma pátria livre e igual para todos, com educação, saúde, cidadania. Se recebe isso, o jovem cresce patriota — diz Marco, que é professor da Uerj. Por enquanto, não há previsão de punição para as escolas que não cumprirem a lei. No Colégio Pedro II, apenas os alunos do ensino fundamental cantam o Hino Nacional, uma vez por semana, mas a direção diz que está se organizando para atender à lei. Entre os alunos do 3 ano do ensino médio do Pedro II, a maioria não canta o hino inteiro desde a formatura da 8 série. Mas muitos ouviram-no durante a Copa do Mundo. Segundo a pesquisa, 47,5% dos entrevistados também cantaram o hino pela última vez assistindo a jogo da seleção ou a outra competição esportiva. E 33,89% o fizeram numa cerimônia na escola. — Acho que só na Copa as pessoas cantam mais o hino. Acho boa essa lei, mas cantar duas vezes por semana é um pouco demais — conta Camila do Carmo, aluna do Pedro II. No Liceu Franco-Brasileiro, a orientadora educacional Kátia Abrantes Teixeira terá que reorganizar sua grade de horários para executar o hino duas vezes por semana. Atualmente, a escola canta os hinos do Brasil e da França, sempre na última quinta-feira do mês, às 7h15m. — A lei não só obriga a tocar duas vezes por semana, como determina o dia. É ruim. Cantamos o hino na presença do professor de música, que rege os alunos. Leva uns 20 minutos até formar as turmas no pátio, cantar os hinos, voltar para a sala. Mariana Vitali, aluna do 2 ano do ensino médio do Franco-Brasileiro, acha que a lei deveria valer apenas para crianças: — Aprendi a cantar o hino quando era pequena, na escola. É importante ensinar a letra. Mas em geral as pessoas só decoram e pronto. Para o historiador Geraldo Beauclair Mendes de Oliveira, da UFF, a lei deveria dar mais flexibilidade às escolas: — Não sei se em outros países há leis desse tipo, mas já vi estudantes cantando hino e jurando bandeira na França, nos Estados Unidos. Não acho totalmente descabido. Mas cantar uma vez por semana talvez fosse mais eficiente. ‘Uma letra erudita’ “Não sei o significado de algumas palavras, como flâmula, fúlgido, brado” “Tem gente que canta sem saber o que está falando” “A letra do Hino Nacional é extremamente erudita” Se fizer uma enquete entre seus amigos, a maioria vai dizer que sabe cantar o Hino Nacional. Entre os estudantes entrevistados pela equipe do Laboratório UniCarioca de Pesquisas Aplicadas, por exemplo,77,02% afirmam que sim. Mas será que todos sabem a música ao pé da letra? Aluno do Colégio estadual Souza Aguiar, Marcello Oliveira admite que não sabe cantar o hino inteiro. Ele tropeça quando começa a segunda parte da música. — Só sei direito a primeira estrofe. Além disso, não sei o significado de algumas palavras, como flâmula, fúlgido, brado — admite Marcello, que lembra da última vez que ouviu o Hino Nacional inteiro. — Acho que foi ano passado, aqui na escola mesmo. Eles tocaram dias depois que os alunos fizeram a maior bagunça durante um apagão. Acho que foi castigo. No Souza Aguiar, as turmas não cantam o hino semanalmente, somente em solenidades da escola. Para o cientista político Aluízio Alves Filho, da UFRJ, o Hino Nacional tem uma letra bastante rebuscada e se refere a fatos históricos que a maioria das pessoas não entende. Dos entrevistados na pesquisa, 88,04% sabem, pelo menos, que as primeiras estrofes estão relacionadas à Independência do Brasil de Portugal. — O hino é um bom incentivo para quem quer aprender história. A lei deveria servir para isso. Por outro lado, a letra do Hino Nacional é extremamente erudita, com palavras que não fazem parte do cotidiano dos jovens — diz Aluízio, que estuda o pensamento social e político nacional. No Colégio São José, onde os alunos cantam o hino uma vez por semana (em dias alternados para que todos os professores participem da solenidade), os estudantes conhecem a letra inteira. Eles até botam uma preposição errada na quarta estrofe, mas nada que altere a canção. — Tem gente que canta sem saber o que está falando. Na 6 série tivemos aula de música, aprendemos a letra, o que significa cada fato histórico — diz Diogo Obeid, do 1 ano do ensino médio do São José. Mesmo habituados a cantar o Hino Nacional, os alunos do Liceu Franco-Brasileiro confessam que às vezes tropeçam na letra. — O "Brasil de amor eterno seja símbolo" é confundido com a letra da primeira parte. Nessa hora muita gente baixa o tom, espera alguém puxar mais forte e canta junto. É até engraçado — diz Akemi Aoki, do 2 ano do ensino médio. Folha Universal On line - Especial - pg. 16 - 18/7 Rosinha não economizou em publicidade e faz cortes na saúde e segurança pública A população do Rio de Janeiro tem sido vítima do descaso da administração Garotinho. Áreas prioritárias como Saúde e Segurança estão sendo relegadas a segundo plano. A governadora privilegiou gastos com propaganda – R$ 60 milhões –, responsável pela promoção de sua imagem pessoal. Quem paga a conta? Na Saúde, a falta de investimentos impede o funcionamento da Maternidade do Hospital Pedro Ernesto, com 126 leitos, que permanece vazia, um mês após a inauguração oficial, ocorrida apenas para fazer valer uma decisão judicial. Paralelamente, duas mães deram à luz em casa porque não conseguiram ser internadas no Hospital Rocha Faria, em Campo Grande. As portas da emergência da unidade, assim como as dos hospitais Pedro II, em Santa Cruz, e Albert Schweitzer, em Realengo, todos na zona oeste, paralisaram temporariamente as atividades por falta de ortopedistas. A redução de gastos do governo estadual também prejudica o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que não funciona por falta de manutenção das ambulâncias. A área de Segurança Pública ficou com menos R$77 milhões. Nem celulares de serviço de delegados e inspetores da Polícia Civil foram poupados. Repartições públicas ficaram às escuras por falta de pagamento das contas de energia elétrica. As verbas de custeio da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) sofreram redução de 25%. Embora a lei autorize a governadora a alterar o orçamento, há recursos sendo aplicados em comunicação, por exemplo, em detrimento de direitos da cidadania, área que perdeu R$20,6 milhões. Os dados constam do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafem). Saúde: reprovação acima de 90% “Nunca estive em um campo de guerra, mas não pode ser pior do que essa emergência”. O desabafo de uma médica reflete bem o cenário atual da área de Saúde do Estado do Rio de Janeiro. A profissional não escondia o motivo de suas lágrimas ao fazer o desabafo à imprensa: a necessidade de ter que optar, entre dezenas de pacientes, o que salvar primeiro. Esta situação foi registrada no Hospital Estadual Pedro II, em Santa Cruz, na zona oeste, onde duas pessoas dividiam o mesmo leito na Unidade de Pacientes Graves. Mas cenas como esta, de abandono, não são raras na rede estadual de saúde. O empenho de médicos e enfermeiros, inclusive prestando atendimentos de emergência em corredores, tem sido fundamental para salvar vidas em meio à precariedade. A população do Rio tem manifestado sua revolta com a situação. Em recente pesquisa realizada através da internet, 91,26% das pessoas reprovaram o tipo de atendimento que já receberam nos hospitais estaduais. Destas, a maioria – 72% – deu nota 1 ao serviço, numa escala de zero a 10. Alerj comprova o problema A Comissão de Saúde da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), em vistoria a vários hospitais, constatou diversas irregularidades, motivo pelo qual pediu a intervenção federal na rede pública de saúde. No Albert Schweitzer, por exemplo, em Realengo, os deputados sentiram falta de um Centro de Tratamento Intensivo (CTI), o que estaria aumentando o número de mortes entre os pacientes Mas o campeão em falecimentos é o Getúlio Vargas, na Penha, na zona norte. Lá, a taxa de mortalidade é seis vezes maior do que a média nacional. Os dados relativos ao ano passado são impressionantes. De cada dez pessoas internadas na unidade, entre janeiro e maio de 2005, pelo menos uma não saiu viva. Os hospitais estaduais do Rio de Janeiro precisam de profissionais, leitos, aparelhos e medicamentos, inclusive para atender pacientes portadores de doenças graves. Em busca de atendimento urgente, muitos estão recorrendo à Justiça e, em meio à burocracia, morrendo à míngua, sem tratamento. Geografia do medo Nos últimos anos, o Estado do Rio de Janeiro vive um clima de guerra urbana. A situação vem se agravando, principalmente, porque o governo desvia investimentos para a área de comunicação. A meta é fazer propaganda de realizações (algumas discutíveis), deixando de lado investimentos prioritários na área de Segurança Pública. O retrato são viaturas em péssimo estado de conservação, armamentos ultrapassados para o enfrentamento com o crime organizado e policiais mal remunerados. Essa realidade tem sido noticiada na imprensa, diariamente, ressaltando o uso indevido de verbas para promover a imagem da governadora Rosinha Garotinho. De acordo com números do próprio Instituto de Segurança Pública (ISP), um órgão do governo estadual, nos três primeiros meses de 2006 foram registrados 10.267 assaltos a transeuntes, com uma média de 114 casos por dia. Esses números representam um aumento de 31% em relação ao mesmo período de 2005 (7.836 assaltos). Essa estatística é elaborada mensalmente e foi criada para orientar as políticas de combate à criminalidade. Os números, no entanto, revelam que as medidas adotadas e os investimentos feitos não provocaram resultados positivos. Só para ter uma idéia, nos últimos seis anos, segundo uma pesquis a da Universidade Cândido Mendes, 21 pessoas foram assaltadas por dia nas ruas da zona norte da capital fluminense. O mesmo estudo revelou que cresceu em 113,7% o número de assaltos a transeuntes na região (ataques a pedestres e motoristas, quando o carro não é roubado). O trecho inclui as áreas sob a responsabilidade das delegacias dos bairros Grajaú, Tijuca, Praça da Bandeira, Méier, Piedade, Engenho Novo, Encantado, São Cristóvão e Ilha do Governador. De sete tipos de crimes pesquisados em Niterói, seis registraram aumento no ano passado em relação a 2000, em Niterói. O número de assaltos a transeuntes foi o que mais subiu: 79%. Também foram registrados aumentos em São Gonçalo e Maricá (na região dos Lagos). Na Baixada Fluminense, o número de furto de automóveis (sem o motorista presente) subiu 135% de 2000 a 2005; e o roubo a pedestres teve um aumento de 95%, no mesmo período. O município de Itaguaí liderou o ranking de assassinatos em 2005. Para cada cem mil habitantes, 82,6 pessoas são mortas. Cenas de arrastões na orla marítima prejudicam a imagem da capital fluminense no exterior e conseqüentemente afetam o turismo. Os adeptos do suingue enfrentam os naturistas pela praia de Abricó, no Rio de Janeiro |
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