Reproduzimos matérias divulgadas pelo CLIPPING UERJ. Folha de São Paulo - Folha Cotidiano - pg. - 8/6 Os professores da Unicamp decidiram, em assembléia ontem, esperar mais uma semana para decidir se entram em greve. Carlos Alberto Mandarim de Lacerda é professor da Uerj desde 1979 (mandarim@uerj.br). Artigo enviado pelo autor ao “JC e-mail”: Alunos, professores e funcionários da Uerj estão como o marisco jogado pela onda do mar (reitoria) nos rochedos (Secti). Os salários estão suspensos (a primeira vez que assisto a isto em quase 30 anos de Uerj) até para os que continuaram trabalhando sem interrupção todo este período conturbado (o Reitor se nega a autorizar o repasse da forma como foi feito). O problema, que é político, destrói o patrimônio do Estado, e mais, derruba a esperança de jovens, a crendice dos profissionais que optaram pela Uerj como carreira, e a vida mais simples dos funcionários técnico-administrativos. Não é difícil constatar que a instituição está carente (basta olhar através das janelas e ver o estado em que se encontram os prédios). Também não se pode acreditar que salários se mantenham mais de cinco anos com o poder de compra inalterado (basta relembrar os aumentos das tarifas públicas nesse período). Então, se tudo isso é verdade, por que o governo do Estado insiste em ser truculento com a Uerj, desmerece seu corpo profissional arduamente construído, e deixa os jovens sem esperança? E por que os ilustres deputados se apegam aos acordos políticos, mesmo percebendo o mal que se abateu sobre uma instituição limpa, de formação? Ou será que a Uerj não está cumprindo o papel a ela delegado pela sociedade fluminense? Sim, claro que está! Mede-se isso facilmente pelo número crescente de alunos de graduação e pós-graduação. Pelo número de doutores no corpo docente (índice usado até para calcular o IDH, índice de desenvolvimento humano, da ONU), pelo programa Prociência, pelos prêmios alcançados por seus membros, pela vanguarda na instalação de cotas, e muito mais. A destruição de uma universidade que sabidamente está cumprindo seu papel é um ato hediondo. Não pode ser praticado com o aval do silêncio, no âmbito de um acordo político onde são beligerantes a situação e a oposição. O silêncio de alguns deputados apunhala os ideais de instrução de todos. São mais de vinte mil alunos na graduação, cerca de quatro mil na pós-graduação (senso estrito, mestrado e doutorado, e senso amplo). Uma população que pode modificar o futuro com a ferramenta do conhecimento. Que pode pretender ascensão social com a força da boa formação. Vamos nos orgulhar de possuir uma Universidade com o perfil da Uerj, corrigir seus erros sim, mas acalentá-la para receber os filhos dessa terra. Ou vamos fazê-la sangrar rumo a um embate premonitoriamente sem vencedores, mas com muitos derrotados? Com o aumento, defensores e promotores passam a ganhar idêntico piso salarial. A equiparação evitará que profissionais deixem a atividade para fazer carreira em outros órgãos do Judiciário, problema que vinha se agravando nos últimos anos. A diferença no contracheque da Defensoria em relação ao MP era superior a 100%. O projeto vai agora para as mãos da governadora Rosinha Matheus, que deverá sancioná-Io no início da próxima semana. Representantes de todos partidos políticos na Alerj colocaram as divergências de lado na hora da votação da Lei Complementar 06/77. A tramitação foi em tempo recorde, uma vez que o texto foi enviado a Casa na última sexta-feira. Luiz Paulo Correa da Rocha (PSDB) reconheceu que o projeto deveria ter sido votado há mais tempo, "por tratar-se de um setor do funcionalismo público estadual que defende os fracos e os oprimidos". Noel de Carvalho (PMDB), líder do governo Rosinha Matheus na Assembléia, afirmou que havia uma lacuna no Judiciário fluminense, em função da lacuna salarial que existia entre o MP e a Defensoria, "importante ferramenta do Estado Democrático de Direito". Já Carlos Minc, em nome do PT, destacou que eventuais emendas ao projeto foram deixadas de lado, para favorecer a aprovação rápida da lei complementar que garante melhorias para uma categoria que luta pelos dessassistidos. "Hoje se fez Justiça para quem faz Justiça todos os dias". Os demais políticos que usaram o microfone fizeram apartes no mesmo tom. Presidente vem ao Rio para lançamento de unidade do Cefet Em meio à crise da educação no Rio, o presidente Luiz lnácio Lula da Silva inaugura, hoje, escola vinculada ao Cefet Química, em Paracambi. No Rio, também será inaugurada a unidade de Realengo do Colégio Pedro II. Ambas as instituições vêm amargando greves e manifestações por melhores condições de trabalho. A inauguração do Pedro II em Realengo é simbólica. A unidade funciona desde 2004. E, de acordo com Rogier da Silva Viegas, coordenador jurídico do Sindicato dos Servidores do Colégio Pedro II (Sindscope) e professor do colégio, não há muito o que comemorar. Rogier informa que sete dos 30 professores da unidade aderiram à greve no dia 29. - As autoridades vivem de cerimônias. Mas, na verdade, a unidade de Realengo sequer está montada - queixou-se. - Não temos biblioteca nem refeitório. Os alunos daqui não ganham merenda. Ainda segundo Rogier, o movimento grevista não é tão forte em Realengo porque a unidade é nova, com direção muito conservadora. - Os diretores pressionam os servidores a não paralisarem - diz. O professor acrescenta: as cinco salas do colégio são insuficientes para os 1.050 alunos, que freqüentam as aulas em três turnos: - Por isso, os estudantes estão tendo que assistir a dez tempos de aula aos sábados. O diretor do Pedro II, Wilson Choeri, nega as dificuldades: - O sindicato quer manter os professores em greve de solidariedade. Mas as reivindicações já foram atendidas e as aulas voltam ao normal segunda-feira. Em relação à unidade de Realengo, Wilson diz que já estão sendo realizadas obras para a instalação de uma biblioteca virtual. Luiz Edmundo Vargas de Aguiar, diretor-geral do Cefet Química, de Nilópolis, não acredita que a inauguração, também hoje, da unidade em Paracambi agrave os problemas da instituição. No entanto, reconhece: - Se houver outro movimento de greve, claro que se refletirá nas unidades. Em greve desde o dia 3 de abril, a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) enviou representantes a Brasília para consolidar uma frente parlamentar em defesa da instituição. O grupo, composto por um integrante da Associação de Docentes da Uerj (Asduerj), um do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e um do Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Públicas Estaduais (Sintuperj), chegou à capital federal terça-feira e já se reuniu com os deputados Chico Alencar (PT), Jandira Feghali (PC do B) e Babá (PSOL), além do senador Marcelo Crivella (PL). Setor foi inaugurado há uma semana depois de 12 anos Com pompa e circunstância, o Núcleo Perinatal do Hospital Universitário Pedro Ernesto, que pertence à Uerj, foi inaugurado há uma semana, depois de 12 anos de obras. O fim da espera pela unidade, no entanto, não passou da inauguração. Ontem, representantes da Comissão de Saúde da Assembléia Legislativa do Rio (Alerj) constataram que a maternidade continua sem condições de funcionar. Faltam materiais e 14 anestesistas, de acordo com o presidente da comissão, deputado Paulo Pinheiro (PPS). Depois da visita da comissão à unidade, ontem, a direção do hospital alegou aos integrantes que o núcleo ainda não funciona por causa da greve dos funcionários da Uerj. Segundo o deputado Paulo Pinheiro, com ou sem a greve, a maternidade não poderia funcionar sem os anestesistas. O parlamentar anunciou que irá acionar o Ministério Público (MP) estadual para investigar o caso. O núcleo, criado para atender gestantes com gravidez de alto risco, tem 101 leitos e atenderia 2.500 mulheres por ano. No ano passado, o MP já havia acolhido denúncia da comissão por causa do atraso nas obras. O órgão deu prazo até 24 de abril para a conclusão da unidade, o que não foi cumprido pelo governo. Além do atraso, segundo Paulo Pinheiro, o governo abriu concurso para os 523 funcionários da unidade sem enviar à Alerj mensagem pedindo a abertura das vagas. O concurso foi realizado, mas os 523 aprovados não puderam assumir. Para contornar o problema, os concursados foram contratados como prestadores de serviço. Os 14 anestesistas aprovados, não aceitaram a medida. O prédio do núcleo, construído com verba do governo federal, estava pronto desde 2004, mas para funcionar dependia da contratação de pessoal e equipamentos pelo governo do Rio. Ontem, a governadora Rosinha Matheus e o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Wanderley de Souza, foram denunciados por crime de responsabilidade por deputados. A denúncia, enviada ao presidente do TJ, desembargador Sérgio Cavalieri, e ao presidente da Alerj, Jorge Picciani, se deve em função do corte do ponto dos grevistas da Uerj, o que contraria a autonomia. O grupo, liderado por Paulo Ramos, acusa o governo de ferir a autonomia da Uerj ao cortar ponto de servidores em greve. Rio - Professores da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) farão um ato público na manhã desta sexta-feira, por volta das 9h, em frente ao Palácio Guanabara, em Laranjeiras, na Zona Sul. Eles rejeitaram a proposta informal feita pelo governo à administração da universidade de parcelamento do pagamento que está retido. Uma comissão de deputados formada por Paulo Ramos (PDT) entrará nesta quinta-feira, às 15h, com uma representação de crime de responsabilidade no Tribunal de Justiça do Rio contra o secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação do Rio de Janeiro, Wanderley de Souza. A alegação é de que o secretário teria quebrado a autonomia universitária da Uerj e que o governo teria sido negligente na manutenção da instituição O Globo - Rio - pg. - 9/6 Inaugurado com pompa e cerimônia há uma semana, depois de dois anos de atraso, o Núcleo Perinatal do Hospital Universitário Pedro Ernesto, da Uerj, até agora não está funcionando e ainda não há previsão para que a unidade abra as portas. Para agravar a crise, os servidores do Pedro Ernesto ameaçam entrar em greve devido à falta de pagamento. O hospital, que desde a greve da Uerj cancelou a marcação de consultas para pacientes novos e a transferência de pacientes para outras unidades, vai, se houver paralisação, suspender os atendimentos ambulatoriais e cirurgias. Unidade enfrenta falta de pessoal e de material Ontem, deputados da Comissão de Saúde da Alerj fizeram uma vistoria no Núcleo Perinatal e constaram que, além da greve dos servidores da Uerj, a maternidade - destinada a pacientes de alto risco - enfrenta a falta de pessoal e de material. O presidente da comissão, deputado Paulo Pinheiro, disse que entrará com uma representação no Ministério Público estadual para que sejam apuradas as responsabilidades. Segundo o secretário estadual de Comunicação, Ricardo Bruno, a maternidade não entrou em funcionamento devido à greve dos servidores da Uerj. Sobre a falta de pessoal, o secretário disse que o reitor da Uerj, Nival Nunes de Almeida, não enviou à governadora Rosinha Garotinho a relação das vagas que são necessárias para o funcionamento da nova unidade. Em caráter emergencial, a direção do Pedro Ernesto contratou por metade do salário 523 funcionários, mas não conseguiu preencher todas as vagas: faltam anestesistas na maternidade porque eles não aceitaram a contratação provisória. Com a inauguração às pressas, quando a Uerj já estava em greve e a necessidade de pessoal era evidente, o governo do estado tentou se livrar da pressão da Justiça. A Procuradoria do Estado e o Ministério Público estadual fizeram um acordo no início do ano que estipulou uma multa diária de R$ 50 mil caso a unidade não fosse inaugurada até o dia 24 de abril. Como o prazo não foi cumprido, o estado ainda poderá ter que pagar uma multa de R$ 1,5 milhão. Além de não ter previsão para pôr a unidade em funcionamento, o diretor do Pedro Ernesto, Carlos Eduardo de Andrade Coelho, se vê às voltas com a ameaça de paralisação. A Secretaria estadual de Ciência e Tecnologia enviou a folha de de pagamentos referente ao mês de maio determinando pagamento integral para os servidores do Pedro Ernesto, mas cortou o ponto dos grevistas. A folha foi entregue à reitoria da universidade, mas o reitor negou-se a assinar e enviou outro documento com o nome de todos os servidores, inclusive os grevistas. O governo do estado não aceitou. Com isso, não há previsão para que os servidores do Pedro Ernesto recebam os salários. A suspensão do ponto dos grevistas foi parar na Alerj. Ontem, um grupo de deputados entregou uma denúncia ao presidente do Tribunal de Justiça, Sérgio Cavalieri, contra o secretário estadual de Ciência e Tecnologia, Wanderley de Souza. Para os parlamentares, o secretário atropelou a autonomia da universidade ao cobrar do reitor a lista com a relação dos servidores que estão em greve para corte salarial. A secretaria teria encaminhado ofício aos diretores das faculdades solicitando os nomes e muitos enviaram a lista. Estado de São Paulo - Vida& - pg. - 9/6 A Universidade de São Paulo (USP) teve paralisação parcial ontem no primeiro dia da greve de seus funcionários. Segundo a reitoria, as atividades em sete unidades da capital foram prejudicadas, além dos campus em Piracicaba, Ribeirão Preto e São Carlos. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), a adesão foi de 70%. Os professores da instituição ainda não decidiram se vão aderir à greve e marcaram nova assembléia para o dia 19. Na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), também segundo o sindicato, 60% dos funcionários pararam. Só não houve paralisação nos hospitais e em outras unidades de atendimento à saúde. Na Universidade Estadual Paulista (Unesp), houve adesão de funcionários e professores. Ontem, reitores das três universidades estaduais se reuniram com representantes dos sindicatos, mas não houve acordo. Eles mantiveram a oferta de 0,75% de reajuste salarial; a categoria pede 7%. Os reitores ainda propuseram a criação de uma comissão mista de acompanhamento da evolução do ICMS. E declaram que defenderão na Assembléia Legislativa o aumento do porcentual da arrecadação destinado às universidades. Atualmente são 9,57% e os reitores pedem agora 11,19%. Os grevistas também exigem essa mudança no índice, mas defendem 11,6%. Além disso, os funcionários e professores de USP, Unesp e Unicamp pedem aumento do total de verbas estaduais investidas em educação, que hoje representa 30% do Orçamento. Uma manifestação está marcada para quarta-feira na Assembléia Legislativa. "Já havia alguns cursos com indicativo de greve, como física e artes cênicas", afirmou João Carlos Ribeiro, diretor do DCE (Diretório Central dos Estudantes) em São Paulo. Segundo ele, outras assembléias ocorreriam na noite de ontem em campi da USP no interior para também deliberar greve. A universidade tem cerca de 77 mil alunos, entre pós-graduandos e graduandos. Os alunos reivindicam mais verbas para a educação. Hoje, às 18h, o comando geral da greve promove encontro entre os alunos. Ontem, o Cruesp (Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas) manteve a proposta de reajuste salarial de 0,75% para os professores das três universidades estaduais paulistas. Não houve avanço nas negociações com os representantes do Fórum das Seis. RJ TV 2ª Edição - 08/06/2006 Quase uma semana depois da inauguração, a maternidade do Hospital Universitário Pedro Ernesto ainda não funciona. A direção do hospital estadual afirma que serviços fundamentais podem ser suspensos se houver atraso no pagamento dos funcionários, por causa da greve na UERJ. Imagens feita por uma microcâmera mostram que a inauguração não significou o início do atendimento às pacientes. Na nova maternidade circulam apenas vigilantes. A unidade deveria ser o maior núcleo do estado para gravidez de alto risco. Os servidores do Hospital Universitário Pedro Ernesto estão em greve há um mês e os da UERJ, há 67 dias. A paralisação suspendeu as aulas na universidade e no hospital foram canceladas a marcação de consultas para novos pacientes e a transferência de doentes de outras unidades. “A greve é fruto da falta de condições de trabalho, de sucateamento do hospital e da universidade como um todo”, afirma Mauro Esteves, representante dos servidores. A Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia informou que já encaminhou à reitoria da UERJ uma lista, com os nomes dos funcionários que trabalharam no mês maio, para que eles pudessem receber o pagamento dos salários. Mas, segundo a secretaria, o reitor não assinou o documento e enviou um outro, com os nomes de todos os servidores, inclusive dos grevistas. Por este motivo, de acordo com a secretaria, não há previsão para nenhum pagamento, nem dos funcionários do hospital. “Essa incerteza com relação ao pagamento é que nos levou a não abrir a maternidade no primeiro momento”, explica Carlos Eduardo Coelho, diretor do Hospital Pedro Ernesto. A reitoria da UERJ confirmou que encaminhou a lista porque todos os servidores estão comparecendo ao trabalho - os professores, por exemplo, mesmo sem dar aulas. Preocupada com o impasse, a direção do Hospital Pedro Ernesto divulgou uma circular, dizendo que se o salário não for pago nos próximos dias há risco da suspensão de vários serviços. “Isso vai acarretar a suspensão de cirurgias, o não atendimento a pacientes ambulatoriais, a não internações de pacientes”, alerta Carlos Eduardo Coelho. A mulher do taxista Antônio Medeiros está internada no hospital há 15 dias e ainda não teria conseguido fazer um exame cardíaco, pedido pelos médicos. “Eles alegam que não tem material para fazer o exame, o cateterismo. E eles estão querendo mandar o pessoal que está internado para casa”, conta Antônio. A Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia disse que na lista enviada ao reitor da UERJ estavam os nomes de todos os funcionários do hospital e que não foi informada pela direção sobre o risco de paralisação de serviços. Hoje à tarde, a associação de professores da universidade conseguiu na justiça uma liminar que obriga o governo do estado a pagar os salários de todos os funcionários. A assessoria do governo informou que ainda não recebeu a notificação. Liminar manda estado pagar aos funcionários de universidade O Tribunal de Justiça do Rio determinou que a Secretaria estadual de Administração e Reestruturação (Sare) efetue o pagamento do salário de maio dos professores e técnicos administrativos da Uerj que estão em greve. A ordem consta da liminar concedida pelo TJ, que acolheu mandado de segurança da Associação de Docentes da universidade (Asduerj). Servidores das duas categorias sofreram corte de ponto por ordem da Secretaria estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação devido à paralisação, que já dura mais de dois meses. A Procuradoria-Geral do Estado informou que já recorreu da decisão judicial. A liminar obrigando o governo estadual a pagar os salários de maio foi concedida pelo desembargador Rogério de Oliveira Souza, da 17ª Câmara Cível do TJ, no fim da tarde de quinta-feira. Inicialmente, ela beneficiava apenas os professores, mas na tarde de ontem o desembargador estendeu a decisão, atingindo também os técnicos administrativos. Nada de cortes Além do pagamento, desembargador determinou que os salários não sofram qualquer desconto decorrente da greve e que a secretaria se abstenha de praticar novos atos que impliquem na suspensão ou no corte do pagamento. A Procuradoria do Estado, notificada da decisão, informou que recorreu, argumentando que a greve é ilegal. Vice-reitor aceita assinar folha de pontos Os servidores que não aderiram à greve, como os do Hospital Universitário Pedro Ernesto, deverão receber no início da semana que vem o salário de maio. O vice-reitor da Uerj, que inicialmente se recusara a assinar a folha de pagamento, por discordar do desconto no salário dos grevistas, voltou atrás ontem. Uma comissão de professores, técnicos administrativos e alunos foi recebida ontem no Palácio Guanabara pelo secretário de Governo, Ricardo Bittar. A reunião terminou sem que se chegasse a um acordo. A posição do governo é de só negociar quando os servidores voltarem ao trabalho. Segundo Perciliana Rodrigues, diretora do Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Públicas Estaduais, a discussão está sendo inviabilizada pelo governo: — Essa foi mais uma reunião na qual o governo provou sua insensibilidade e irresponsabilidade com o servidor público. A intransigência em só aceitar conversar com o fim da greve impede qualquer perspectiva de resolução da greve. Nova assembléia dos servidores está marcada para segunda-feira, às 14h, na Uerj Funcionários da Uerj vão manter paralisação até serem atendidos A greve da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), que começou no dia 3 de abril, está longe de chegar ao fim. Ontem, parlamentares e funcionários técnico-administrativos, professores e alunos da instituição fizeram uma manifestação em frente ao Palácio Guanabara para cobrar respeito à autonomia universitária e o pagamento dos salários de abril. Depois de três horas e meia, o secretário de Governo, Ricardo Bittar, recebeu o grupo, mas não se chegou a uma solução. O governo só admite conversar quando a greve acabar; os professores e servidores, por sua vez, respondem que só voltarão a trabalhar quando o governo atender as reivindicações. - Enquanto o governo continuar sem nos pagar, a greve será eterna - disse Antônio Coscarelli, diretor da Associação de Docentes da Uerj (Asduerj). Ontem seria o dia do pagamento dos funcionários da universidade, mas o dinheiro não entrou na conta. No entanto, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro concedeu uma liminar obrigando o governo a efetuar o pagamento, sem nenhum corte. - Tirei meu time de campo - frisou - É perda de tempo. O governo não quer negociar e o ponto está cortado. O Bittar disse que só vai pagar os funcionários do Hospital Universitário Pedro Ernesto. O deputado estadual Carlos Minc (PT) criticou o desrespeito à autonomia universitária e pediu ao Tribunal de Justiça que destitua Wanderley de Souza da Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação. - Wanderley mandou os chefes de departamentos da Uerj darem o ponto de quem estava trabalhando e de quem não estava - contou Minc. - Passou por cima da reitoria. Nem nos tempos da ditadura vi um desrespeito tão grande à autonomia da universidade. O deputado federal Babá (PSOL) criticou a intransigência do governo. O parlamentar lamentou a situação e disse que a forma como o Estado está agindo demonstra o descaso com a universidade e seus trabalhadores. - Não querem fazer acordo e ainda vão tentar recorrer a liminar na Justiça - disse Babá. - Visitei o campus da Uerj e as condições estão péssimas. Além dos salários que não foram pagos, o Comando de Greve Estudantil queixou-se do corte de bolsas de pesquisa e extensão, que estão sendo suspensas este mês. - Ficamos sabendo disso na assembléia estudantil que aconteceu na terça-feira contou Maria Cândido, 19 anos, estudante de ciências sociais. - Não sabemos o que ocasionou o corte das bolsas, mas tudo indica que é mais uma diminuição da verba que viria para a universidade.
Revolta. É só o que nós conseguimos sentir diante da resistência absurda do governo em atender às reivindicações da Uerj. Exi¬gências justas de uma instituição que é referência de ensino não só no Brasil, mas na América Latina. Enquanto passam intermináveis dias de greve, nos perguntamos: como será que isso tudo vai acabar? Em novas promessas vazias, que resultarão em mais um ano letivo capenga para a universidade? Se for assim, pelo menos de uma coisa teremos certeza: ano que vem, teremos mais paralisações. Mais atos de protesto, mais alunos prejudicados. E menos instrução, consciência, profissionais bem preparados. E, sobretudo: menos esperança. Maria de Lurdes Veiga, moradora do Rio Justiça manda estado pagar salário a professor e funcionário O desembargador Rogério de Oliveira Souza, da 17ª Câmara Cível, estendeu ontem ao Sindicato dos Trabalhadores de Universidades Públicas Estaduais (Sintuperj) os efeitos da liminar deferida quinta-feira que determinou o pagamento do salário dos professores, em greve há dois meses. A decisão garante os vencimentos dos funcionários técnico-administrativos, que deveriam ter sido depositados ontem, dia de manifestação na porta do Palácio Guanabara. Mas o governo resiste a obedecer à ordem judicial. A liminar também ordena que não haja qualquer desconto nos salários. A Secretaria de Ciência e Tecnologia, no entanto, informou que só vai pagar integralmente aos servidores do Hospital Universitário Pedro Ernesto, que comprovadamente não pararam de trabalhar. Os demais funcionários terão 13 dias descontados. O depósito será feito na segunda-feira. A Secretaria de Administração, responsável pelo pagamento, informou que aguarda parecer da Procuradoria-Geral do estado. “Além de não cumprir decisão judicial, o estado quer dividir o movimento grevista”, diz Cláudio Fernandes, do Sintuperj. Nenhum dos seis mil funcionários da Uerj recebeu o salário referente ao mês de abril. Paralisação como último recurso Para o desembargador Rogério Souza, o grevista não está faltando ao trabalho, mas está exercendo um direito. “A greve é o recurso último do ser humano. Não é capricho ou expediente dotado de prazer e sem preocupação com o dia de amanhã”, escreveu na sentença. Em sua decisão, ele ressaltou que “a ameaça de não-pagamento representa abuso do direito, pois pretende retirar dos participantes o seu próprio sustento e de sua família. A greve é movimento de desespero do homem que não encontra eco em suas reivindicações e que não possui outros meios para ser ouvido”. Queixas na porta do Palácio Aproximadamente 80 funcionários e professores da Uerj participaram ontem de manifestação em frente ao Palácio Guanabara. Eles reivindicam a reposição de 52% de perdas salariais e a recomposição do orçamento da universidade, que perdeu mais de 50% da verba destinada à instituição ao longo dos últimos três anos. Alguns alunos participaram do protesto. “Tudo que queremos é formação de qualidade, e para isso os professores têm que ter boas condições de trabalho também. A Uerj está caindo aos pedaços”, explicou a estudante de Serviço Social Aline Rodrigues Alves, 23 anos. Segunda-feira, professores e servidores fazem nova assembléia, a partir das 14h, no auditório 13 da Uerj. Procuradoria Geral do Estado recorre da decisão do TJ O Tribunal de Justiça do Rio acolheu pedido de liminar em mandado de segurança da Associação de Docentes da Uerj (Asduerj) e determinou que a Secretaria estadual de Administração e Reestruturação pague os salários de maio dos professores e técnicos administrativos da Uerj, que estão em greve. Servidores das duas categorias sofreram corte de ponto por ordem da Secretaria estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação devido à paralisação, que já dura mais de dois meses. A Procuradoria Geral do Estado informou, no entanto, que já recorreu da decisão. O vice-reitor da Uerj, Ronaldo Lauria, assinou ontem a folha salarial, autorizando o pagamento dos servidores que não estão em greve. A liminar obrigando o governo estadual a pagar os salários de maio foi concedida pelo desembargador Rogério de Oliveira Souza, da 17ª Câmara Cível do TJ, no fim da tarde de anteontem. Inicialmente ela beneficiava apenas os professores, mas na tarde de ontem o desembargador estendeu os efeitos aos técnicos administrativos. Além do pagamento, o desembargador determinou que os salários não sofram qualquer desconto decorrente da greve e que a secretaria se abstenha de praticar novos atos que impliquem na suspensão ou no corte do pagamento. A Procuradoria Geral do Estado, notificada, informou que recorreu, argumentando que a greve é ilegal. Reunião no palácio termina sem acordo Os funcionários da universidade que não aderiram à greve, como os do Hospital Pedro Ernesto, deverão receber no início da semana que vem. O vice-reitor da Uerj assinou ontem a folha de pagamentos, que prevê desconto só para os grevistas. Uma comissão de professores, técnicos administrativos e alunos foi recebida ontem pelo secretário estadual de Governo, Ricardo Bittar, depois de mais de três horas de manifestação na porta do Palácio Guanabara. A reunião terminou sem que se chegasse a um acordo. A posição do governo é de negociar apenas quando os servidores voltarem ao trabalho. Segundo Perciliana Rodrigues, diretora do Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Públicas Estaduais (Sintuperj), a discussão está sendo inviabilizada pela administração estadual. — Essa foi mais uma reunião na qual o governo provou a sua insensibilidade e irresponsabilidade com o servidor público. Essa atitude impede qualquer perspectiva de resolução da greve — disse. Uma nova assembléia dos servidores está marcada para segunda-feira, às 14h, na Uerj. |
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