Reproduzimos matérias publicadas no CLIPPING UERJ. Globo.com - RJ TV - pg. - 12/5 Depois de ter mostrado, na quarta-feira, o abandono na UFF, administrada pelo governo federal, nossos repórteres estiveram hoje na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), que é gerida pelo governo do estado. O pedido de socorro foi escrito numa faixa, estendida no prédio principal. No saguão de entrada um cheiro forte de queimado vinha dos elevadores e quatro tiveram que ser desligados. Outros dois já não funcionavam desde cedo. “Os elevadores pararam e não tem número suficiente para os andares”, conta uma estudante. Nas salas de aula da UERJ há carteiras quebradas e mesas enferrujadas. Alguns equipamentos de combate a incêndio desapareceram. Uma das paredes de gesso de um centro acadêmico desmoronou, a sala de um outro está alagada. “Só uma palavra definiria tudo isso: caótico”, qualifica o aluno do 4º período de geografia, Guilherme Portella. O 12º andar é um dos que mais sofre as conseqüências da falta de manutenção. No local ficam as salas de aula dos cursos de nutrição e educação. Alunos e professores que circulam pelas rampas e corredores devem ter atenção para não tropeçar em baldes, usados para conter a água que vaza do teto. Há três meses, seis passarelas do mesmo andar estão escoradas por estruturas metálicas. “A estrutura danificada ameaça fisicamente as pessoas”, diz o diretor do Sindicato dos Trabalhadores nas Universidades Públicas do Estado, Cláudio Fernandes. As infiltrações já provocaram um acidente, no fim de janeiro de 2006. Parte da mureta, de dez toneladas, despencou de uma altura de quase 40 metros. Como o período era de férias, ninguém ficou ferido. O abandono é um dos motivos da greve de alunos e servidores que completou, nesta quinta-feira, 38 dias e ainda ameaça o vestibular. Em uma reunião, na manhã desta quinta-feira , o Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão, formado por professores, estudantes, funcionários e diretores, começou a analisar a possibilidade de suspender o concurso de 2006. Uma nova reunião foi marcada para a próxima terça-feira. Um grupo de estudantes, que apóia a medida, fez um protesto durante o encontro. “A gente acredita que não há como colocar mais aluno aqui dentro, enquanto o nosso problema não for solucionado”, afirma aluna 5º período de história, Daiana Bech. Em 2003, a verba da UERJ era de R$ 3,2 milhões por mês. Em 2006, passou para R$ 2,9 milhões, mas no fim de março, a governadora Rosinha Matheus decretou um corte de 25%, o que fez a verba despencar. O reitor da universidade, Nival Nunes, reclamou e o estado decidiu liberar um crédito de quase R$ 8,5 milhões, pagos em oito vezes. Mas para resolver os problemas emergenciais, ainda seria insuficiente. “Nossa solicitação é de R$ 4,8 milhões por mês para que pudéssemos atender com tranqüilidade todas as demandas da sociedade”, informa o reitor. A Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia (SECTI) informou que destinou, em junho de 2005, R$ 1,5 milhão para obras na estrutura do prédio da UERJ e que, desde janeiro, já foram liberados para a universidade mais R$ 882 mil, para outras reformas. Sobre a greve dos servidores, a SECTI diz que o governo do estado não tem condições, por questões orçamentárias, de conceder qualquer tipo de reajuste no momento. Em relação à possibilidade de cancelamento do vestibular, a SECTI informou que só vai se pronunciar depois da reunião do Conselho Superior de Ensino, marcada para a próxima semana. O Globo - Rio - pg. - 12/5 O reitor da Uerj, Nival Nunes de Almeida, considera inadequada a proposta da Secretaria estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação de destinar recursos da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) para compensar o corte de 25% na cota de custeio da instituição. Na quarta-feira, a secretaria anunciou que o repasse evitaria a redução de R$ 2,938 milhões para R$ 2,204 milhões na cota mensal de manutenção da Uerj. O reitor, que ontem participou de uma reunião do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da universidade, divulgou nota dizendo que, na tentativa de reconstituir a cota, a secretaria buscou crédito suplementar na Faperj, no valor de R$ 6,465 milhões. O repasse será feito em oito parcelas e, segundo Nival, dessa forma permanece o corte na cota de orçamento próprio da universidade. Durante a reunião do conselho realizada ontem, começou a ser discutida a proposta de adiamento do vestibular Estadual 2007, defendida por professores e funcionários da universidade, em greve desde 3 de abril. A decisão foi adiada para a próxima terça-feira O Dia - Geral - pg. - 12/5 A decisão de adiar o vestibular da Uerj, cuja primeira prova é dia 25 de junho, ficou para terça-feira. Em reunião ontem, o Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão ouviu a sub-reitora de Graduação, Raquel Villardi, que fez exposição técnica sobre o funcionamento do exame. Após a explicação, o diretor da Faculdade de Direito, professor Mauricio Mota, pediu mais tempo para analisar o pedido de adiamento da prova. A suspensão é defendida por professores da Associação de Docentes da Uerj, conforme O Dia mostrou em 5 de maio. Eles apoiaram a greve da rede estadual de educação e querem que a reitoria adie o primeiro Exame de Qualificação para não prejudicar os alunos que perderam 44 dias de aula. Os vetibulares da Uenf e das Academias de Bombeiro Militar e da Polícia Militar também seriam adiados. Com isso, o dia do segundo dia de exame de qualificação, em 3 de setembro, também corre risco de mudar. O corte de verbas da Uerj também ameaçou o vestibular, como O DIA mostrou em 12 de abril. Outra proposta dos professores à reitoria pedia a suspensão do exame para economizar os 25% determinados pelo estado. Mas a redução de recursos já foi suspensa. O Dia - On line - pg. - 12/5 Rio - A decisão de adiar o vestibular da Uerj, cuja primeira fase é dia 25 de junho, foi prorrogada para terça-feira. Em reunião nesta quinta-feira, o Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão ouviu a subreitora de graduação, Raquel Villardi que, fez exposição técnica sobre o funcionamento do exame. Após a explicação, o diretor da Faculdade de Direito, Professor Mauricio Mota, pediu mais tempo para analisar o pedido. As entidades que apoiaram a greve dos funcionários da rede estadual de educação querem que a reitoria adie a 1ª fase do Exame de Qualificação da Uerj para não prejudicar ainda mais os alunos que perderam aula por causa da paralisação. Jornal do Brasil - Cidade - pg. - 12/5 Docentes alegam que faculdade não tem condições de receber novos estudantes Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) debateram nesta quinta-feira a possibilidade de suspender o vestibular 2007 da Uerj e da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf). A primeira prova do concurso está marcada para 25 de junho, mas os docentes alegam que as instituições, depois do corte de mais de 25% no orçamento, em abril, não têm condições de receber novos alunos. A decisão será dada terça-feira. A proposta de suspender o vestibular foi feita pela Associação dos Docentes da Uerj (Asduerj). O Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão da universidade pediu mais uma semana para analisar as conseqüências que isso traria para a instituição e para os estudantes. - A Uerj vem sofrendo cortes de verbas sucessivos, os salários não são reajustados, estamos impossibilitados de funcionar devidamente - reclama Antonio Coscarelli, diretor da Asduerj. - Não podemos admitir o acesso de mais alunos nessas condições. Isso só aumentaria a miséria intelectual, material e financeira que vivemos hoje. Siron Nascimento, 22 anos, estuda comunicação social na Uerj e se diz a favor da suspensão do concurso. Siron defende que tanto o calendário do vestibular quanto o das aulas do ensino público sejam repensados, a fim de não prejudicar ainda mais os estudantes das redes municipal e estadual. Lúcio Vasconcellos, representante dos pais dos alunos do Colégio de Aplicação da Uerj (CAp-Uerj), sublinha que os estudantes das escolas públicas sofrem com a desvantagem em relação aos das escolas particulares: - A greve traz muito prejuízo aos alunos dos ensinos fundamental e médio do CAP, e, por conseguinte, muita preocupação e transtorno aos pais. Lúcio informa que os estudantes do CAP-Uerj vão se reunir com os pais às 9h de amanhã, na escola, para definir as providências que tomarão em relação à greve. M., mãe de um aluno de um curso pré-vestibular pago, porém, é contra o adiamento do concurso. - O sonho do meu filho é fazer direito na Uerj - protesta a engenheira, que preferiu não se identificar. - Acho um absurdo isso ser adiado porque o Estado não cumpre suas obrigações. Entendo o lado dos alunos de escolas públicas, mas não se pode penalizar quem se dedica com afinco há anos para chegar lá. A Uerj está em greve desde abril. Na segunda-feira, a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação informou que as cotas mensais da Uerj e da Uenf receberiam um pequeno acréscimo, possibilitado pelo repasse de verbas da Fundação de Amparo à Pesquisa (Faperj). As universidades, porém, alegam que o aumento, além de temporário (está garantido apenas até dezembro), é insuficiente. Mudança no calendário divide alunos Quando o assunto é suspensão do vestibular da 1Jerj, a opinião dos alunos das redes pública e particular de ensino fica dividida. Welington Cirino, 19 anos, estudou a vida toda em colégio estadual e está no terceiro ano do ensino médio. Filho de mecânico e empregada doméstica, sonha em passar para comunicação social na Uerj, mas não se considera apto a concorrer com estudantes de escolas particulares. - Volta e meia ficamos sem aulas, deixamos de aprender vários assuntos que caem na prova. Como podemos competir com quem nem nunca teve uma greve na vida? - indaga o estudante, que, no entanto, diz achar justa a paralisação. Welington acredita que o adiamento do vestibular daria tempo para as aulas perdidas este ano serem repostas. Já Luciana Siqueira e Astrid Tremper, que estudaram a vida inteira em escola particular, dizem não estar preocupadas com a suspensão do concurso. - Ter o vestibular adiado não é o ideal, mas não muda muita coisa para a gente. Nós nos preparamos há tanto tempo que estamos prontas para o concurso, seja ele em junho ou depois - diz Astrid, 17 anos. Luciana, 16, concorda, embora admita que a indecisão aumenta a ansiedade JC E-mail - On line - pg. - 12/5 Governo do Estado do RJ aceita argumento da Reitoria da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf): em vez de cair, cota será parcialmente recomposta. A cota mensal de manutenção da Uenf não será afetada pelo corte linear de 25% determinado inicialmente pelo governo do Estado do RJ. Em vez de reduzir de R$ 525,5 mil para R$ 394,1 mil, como se previa, o Estado vai recompor parte das perdas sofridas pela Uenf ao longo dos últimos anos, elevando a cota mensal a R$ 639 mil. A medida está no decreto 39.277, publicado no Diário Oficial do Estado de 10/5/06. A decisão sobre a não incidência do corte linear sobre a Uenf foi tomada pelo governo após longa e bem-sucedida negociação envolvendo o reitor Raimundo Braz Filho e várias autoridades do primeiro escalão estadual. Em 12 de abril, o reitor e o diretor Geral Administrativo, Sérgio Luís Cardoso, se reuniram com o secretário de C&T e Inovação, Wanderley de Souza — que se mostrou receptivo à argumentação da Uenf, tendo prometido defendê-la junto à área econômica do governo. Em 2 de maio, o reitor e o diretor administrativo tiveram reunião na Secretaria de Controle, com a presença de dois subsecretários. Foi uma reunião longa, que só terminou às 21h, mas muito produtiva. Convencido da justeza da exposição da Uenf, o pessoal do Controle recomendou novo contato com o titular da Secretaria de C&T e Inovação, Wanderley de Souza, o que foi feito em 3 de maio. No dia seguinte, 4 de maio, a Uenf enviou documento à Secretaria de Estado de Controle expondo novamente a situação e formalizando os consensos obtidos durante a negociação. “Felizmente, o governo foi sensível à nossa argumentação, baseada em dados inequívocos e transparentes”, comentou o reitor Raimundo Braz Filho, que não quis se pronunciar sobre o acordo antes das autoridades estaduais hierarquicamente superiores. A recomposição parcial da cota foi viabilizada através de uma espécie de engenharia financeira, que realocou despesas em diferentes rubricas e assegurou o repasse de novos recursos para dispêndios finalísticos típicos da atividade científica. O decreto 39.277 formaliza a realocação tanto na Uenf quanto na Uerj, que também foi preservada do corte geral de despesas do Estado. (Assessoria de Comunicação da Uenf) Povo - Geral - pg. - 12/5 Servidores públicos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e profissionais da rede estadual de educação estão em greve. Como são servidores estatutários, eles não tem o direito legal à greve. Isso dificulta a negociação das categorias junto ao Governo do Estado do Rio. Existem tentativas legais de se mudar essa situação, mas os grevistas não tem conhecimento delas. Como resultado, repetem-se as greves e poucas resoluções são conseguidas. O deputado estadual Luiz Paulo Corrêa (PSDB) tenta, desde 2003, aprovar um projeto de lei que regulariza a greve no Estado do Rio de Janeiro. - Fiz essa proposta de regulamentação, porque acho que o Estado do Rio precisa ser pioneiro nessa matéria já que, até agora, o Congresso Nacional não fez a regulamentação para toda a nação brasileira - explicou. - No ano de 2004, esse projeto passou por todas as comissões, mas foi barrado no Plenário. Agora, vou pedir caráter de urgência. É queda de braço mesmo. Além desse projeto, existe a Ação Direta de lnconstitucionalidade (ADI) 780. A ação é de 1992, do ex-governador já falecido Leonel Brizola. Ela torna nula a lei que prevê que 6% do orçamento do Estado do Rio de Janeiro seja investido na Uerj. Se cair essa limitação, a Uerj vai ter a autonomia financeira prevista na Constituição Federal Com essas duas modificações legais, a situação da Uerj melhoraria, e o direito à greve de qualquer servidor do estado seria regularizado. Folha Dirigida - Educação - pg. - 11/5 O fim da greve nas escolas técnicas do Estado não encerra a polêmica sobre o adiamento do vestibular. Alunos da Rede Faetec prometem fazer pressão para que o primeiro exame de qualificação do vestibular Estadual 2007, marcado para o dia 25 de junho, seja adiado. De acordo com o coordenador geral do grêmio da Escola Técnica Ferreira Viana, os estudantes acompanharão a reunião do Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão (Csepe) da Uerj, realizada nesta quinta, dia 11, com faixas e cartazes. A previsão é de que o vestibular esteja na pauta da reunião do conselho. "Vamos pedir a palavra para que possamos explicar os motivos pelos quais desejamos o adiamento", disse Pablo. Apesar da greve na Rede Faetec ter terminado na última terça-feira, dia 9, Pablo acredita que não é possível manter a data do exame. "Ficamos praticamente dois meses sem aulas. É preciso tempo para que os professores possam repor a matéria. Não acredito que isso possa ser feito até o dia marcado para o exame. Não queremos ser prejudicados", disse Pablo Henrique Ramos de Azevedo, coordenador geral do Grêmio da Escola Técnica Ferreira Viana. Segundo ele, além dos alunos da Ferreira Viana, participarão do ato estudantes do Instituto de Educação, das Escolas Técnicas Henrique Lages e República e do Centro de Educação Integrada de Santa Cruz, entre outros. O pedido de adiamento do concurso foi encaminhado à reitoria pela Associação de Docentes da Uerj (Asduerj) que acredita que os alunos das escolas públicas serão prejudicados caso a prova seja mantida. As inscrições para o primeiro exame de qualificação já foram encerradas. O vestibular Estadual oferece vagas para a Uerj, para a Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) e para as Academias de Polícia e de Bombeiros. Wanderley: "Adiar é possível" Adiar o vestibular é possível. Esta é opinião do secretário de Ciência Tecnologia e Inovação, Wanderley de Souza. "Com a greve, quem perde são os alunos. Acredito que esta seja uma solução razoável e que já foi adotada pela Uerj em outras ocasiões", disse o secretário, destacando, no entanto, que esta é decisão da universidade. "A Uerj é quem vai decidir sobre esta questão." Em 2002, depois de 77 dias de paralisação nas escolas do estado, o Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão (Csepe) votou a favor do adiamento do primeiro exame de qualificação, que passou de 9 de junho para 1º de julho. Na ocasião, a reitora da Uerj, Nilcéa Freire, disse que a universidade era sensível aos problemas dos estudantes, que representavam 28% dos 71 mil inscritos. No concurso 2003, também teve mudanças nas datas de provas do Estadual. Porém, a alteração não foi motivada por nenhuma greve. Na época, as provas discursivas, inicialmente marcadas para os dias 30 de novembro e 17 de dezembro, foram transferidas para os dias 14 e 25 de janeiro, em função da alteração na Lei de Cotas. A universidade justificou a medida com a alegação de que precisava de tempo para regulamentar a lei. Pelas novas regras, que ainda estão em vigor, as universidades deveriam reservar 20% de suas vagas para alunos da rede pública, 20% para negros e pardos, e 5% para portadores de necessidades especiais. Folha Dirigida - Ensino Superior - pg. - 11/5 A pressão das comunidades acadêmicas da Uerj e da Uenf pela suspensão do corte de 25% no orçamento de custeio mensal na instituição, determinado no mês passado pela governadora Rosinha Garotinho, deu resultado. Na última quarta-feira, dia 10, o secretário estadual de Ciência e Tecnologia, Wanderley de Souza, anunciou que o governo revogou a medida. O decreto 39.277, que determina o fim dos cortes, foi publicado no Diário Oficial do Estado na mesma data. A decisão acontece mais de um mês após uma greve conjunta, envolvendo professores, alunos e técnicos-administrativos, ter sido iniciada na Uerj. Para pressionar os grevistas a voltarem ao trabalho, o secretário determinou o corte de ponto dos manifestantes, mas a reitoria não divulgou os nomes dos faltosos e, até o momento, os funcionários não tiveram seus salários cortados. Apesar da suspensão do corte, a paralisação dos professores e técnicos-administrativos da Uerj continua. Denise Brasil, vice-presidente da Associação dos Docentes da Uerj (Asduerj), atribuiu a suspensão do corte à pressão do movimento grevista e da reitoria. "A administração mostrou para eles que não haveria condições de funcionar sem o corte. Acho que é o mínimo que este governo pode fazer, mas que fique claro que isso não resolve a crise na Uerj. É uma conquista do movimento, mas precisamos avançar. Nossa paralisação continua", acrescenta. Outro que destaca a força do movimento grevista é o coordenador do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Guilherme Pimentel. "Conseguimos sensibilizar as pessoas quanto ao absurdo que seria o corte. Sobre a continuidade da greve, é preciso que haja uma avaliação conjunta para saber se a devolução dos 25% do orçamento dará conta das demandas emergenciais que existiam anteriormente". Já a coordenadora do sindicato dos técnicos (Sintuperj), Perciliana Rodrigues, é cética e diz que o fim do corte significa que o movimento grevista voltou ao ponto do qual partiu. "Lógico que isso demonstra a importância da mobilização, mas não entramos em greve por este motivo. O corte só agravaria ainda mais a situação e o fim dele não significa mais verbas". Enquanto os professores reivindicam reajuste salarial, os técnicos exigem que o governo aprove o Plano de Carreira da categoria. Os técnicos se reúnem em assembléia conjunta com os alunos na próxima quinta-feira, dia 18, para discutir novamente a situação. O reitor da Uenf, Raimundo Braz, comemorou a suspensão do corte de 25% das verbas. Antes da publicação do decreto, ele já demonstrara otimismo com o fim do contingenciamento. "Confirmamos nossa expectativa positiva. Quanto ao fato do dinheiro vir da Faperj, não há qualquer impedimento legal, ele é destinado à pesquisa. Logo, não há obstáculo para que parte destes recursos sejam destinados às instituições estaduais de ensino superior". Coordenador do Sintuperj na Uenf, Ely Fena diz que a categoria também exigirá reajuste salarial. "Em assembléia na última terça-feira, dia 9, decidimos aguardar até o dia 22 para ver se o governo dará uma resposta positiva. Caso não tenhamos um retorno, chamaremos a categoria para a greve", anuncia. Reitor da Uerj diz que verba ainda é insuficiente Apesar do anúncio do secretário Wanderley de Souza, o reitor da Uerj, Nival Nunes, não se mostrou muito empolgado com a suspensão do corte de 25% no orçamento de custeio mensal da instituição. Segundo ele, se os valores voltarem ao que eram em abril, cerca de R$ 3 milhões, ainda assim estarão defasados em mais de 50%. "Nós já apresentamos ao secretário nossas necessidades e, para supri-las, precisamos de, no mínimo, R$ 4,8 milhões mensais. Com menos do que isso, os nossos problemas continuam", esclarece o dirigente. O reitor confirmou que solicitou um aporte maior de recursos ao governo, mas acha que dificilmente será atendido. "Solicitamos mais R$400 mil aos R$3 milhões que deveremos receber. Mas sei que será muito difícil conseguir esta verba", diz, desanimado, o reitor. Segundo Nival, o fato do governo ter recuado na decisão de cortar investimentos na Uerj e na Uenf, mostra que as duas instituições estavam certas em protestar. "O recuo é uma conquista dos movimentos sindicais e uma prova da sensibilidade do secretário. O fato das verbas serem oriundas da Faperj, porém, me preocupa no sentido de que a Uerj tem autonomia para trabalhar com estes recursos, e não sabemos se o fato das verbas não virem diretamente do Tesouro Estadual é o melhor caminho para resolver a situação". Wanderley de Souza: "faço um apelo para que a Uerj retome as atividades" Segundo o secretário estadual de Ciência e Tecnologia, Wanderley de Souza, os recursos para a recomposição do orçamento mensal da Uerj e da Uenf virão da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), órgão de fomento do governo. O decreto número 39.277 foi publicado no Diário Oficial do Estado na última quarta-feira, dia 10. O dirigente acredita que, com a recomposição, a greve na Uerj pode terminar. "Faço um apelo para que a instituição volte às suas atividades, pois continuaremos negociando". Confira a entrevista. • Por que o governo mudou de idéia em relação ao corte? Não é que mudou de idéia. O corte foi para todas as pastas, com o objetivo de ajustar as contas do Estado. Claro que cada unidade tem direito de argumentar sobre a redução. Uerj e Uenf fizeram isso, mostrando o quanto isto afetaria o funcionamento. Negociamos com as reitorias e os dirigentes nos convenceram de que as instituições não poderiam funcionar sem o dinheiro. Apresentamos tudo o que foi discutido para a área econômica e concluiu-se pela recomposição do custeio. • De onde virão os recursos? O Estado tem várias fontes, como os recursos destinados ao financiamento de pesquisa da Faperj, através de projetos de pesquisa. O dinheiro virá deste programa para recompor o orçamento das instituições estaduais. Sim, mantivemos o equilíbrio financeiro do Estado. Claro que quando o dinheiro é curto, temos que estabelecer prioridades. Mas acreditamos que Uerj e Uenf têm papel importante no desenvolvimento da pesquisa e da formação no Estado do Rio de Janeiro. • O senhor acredita que com isso os servidores encerrarão a greve geral na Uerj? Não posso fazer esta avaliação, até porque a greve tem motivos salariais. A greve é anterior ao corte. Os servidores pedem um reajuste na base de 50% e atualmente não temos condições de atender, embora considere justa a reivindicação. A Uerj, por exemplo, tem uma folha de pagamento muito grande. Qualquer reajuste, por menor que seja, tem um peso grande no orçamento. E aumento salarial é para sempre. Faço um apelo para que a instituição volte às suas atividades, pois continuaremos negociando. Quem mais se prejudica com isto é o aluno da graduação. O que nos interessa é que a instituição funcione corretamente. Folha Dirigida - Ensino Superior - pg. - 11/5 A Associação dos Docentes da Uerj (Asduerj) encaminhou na última terça-feira, dia 9, um relatório ao Ministério Público Estadual solicitando investigação das verbas do governo do estado gastas na área educacional sem licitação. A entidade acredita que possam haver irregularidades no uso dos recursos, o que estaria prejudicando a Uerj, às voltas com um corte no orçamento de custeio. Segundo a presidente da Asduerj, Nilda Alves, o governo do estado passa por uma crise momentânea, devido à greve de fome do ex-governador Anthony Garotinho. "As duas próximas semanas serão cruciais, pois se eles voltarem derrotados da convenção do PMDB, estarão enfraquecidos e vão querer negociar conosco, ouvir nossas reivindicações", acredita. Professora de Biologia da Faculdade de Formação de Professores da Uerj, Ana Cléa Moreira Aires lembra que a categoria, em greve há mais de um mês, está há cinco anos sem reajuste salarial. "O salário não aumenta, mas as contas de luz, água, telefone e gás são aumentadas no mínimo uma vez por ano, fora as outras despesas", critica. Sobre seu salário, em média R$3 mil para professor assistente 40 horas, ela afirma não ser ruim, mas ressalta a defasagem com relação a outras categorias. "O corte de verbas já vem há muito tempo. Não podemos dizer que nosso salário é de fome em um país onde o mínimo é de R$350, mas não dá para manter um padrão de cinco anos atrás. Então, ou a gente reduz despesas ou procura outro emprego, o que acaba prejudicando o trabalho na universidade". Folha Dirigida - Anotações - pg. - 11/5 Em greve desde segunda-feira, dia 8, os servidores do Hospital Pedro Ernesto, da Uerj, engrossam a paralisação da universidade que completa 39 dias nesta quinta, dia 11. Eles protestam contra o descaso do governo estadual e reclamam de equipamentos quebrados, falta de medicamentos, alimentos e profissionais concursados. Greve 2 Porém, existe uma esperança para a crise da Uerj. Parece que a governadora Rosinha Garotinho percebeu o tamanho da crise. Ela solicitou à equipe econômica que negocie com a Secretaria de Ciência e Tecnologia uma solução para evitar o corte de 25% do orçamento da Uerj e da Uenf. Caso o governo decida evitar a tesourada, a greve da universidade pode terminar até esta sexta, 12. Folha Dirigida - Ensino Superior - pg. - 11/5 Os servidores técnico-administrativos paralisaram as atividades no Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe), aderindo à greve geral da Uerj. De acordo com a coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Públicas do Estado (Sintuperj), Perciliana Rodrigues, apenas atividades consideradas essenciais manterão o seu funcionamento. "De resto, estamos interrompendo as atividades e não serão agendadas novas consultas, exceto nos casos emergenciais. Estamos conversando com as equipes médicas para montar um calendário organizado para os atendimentos prioritários", afirma. A paralisação no hospital começou na última segunda-feira, dia 8, e prossegue por tempo indeterminado. "De qualquer forma, antes mesmo de qualquer greve, o hospital já funcionava com 40% da sua capacidade total. Isso quer dizer que o atendimento já está bastante prejudicado, independente das nossas atividades", explica Perciliana. A sindicalista acredita que a repercussão desta vez será maior e diz que a organização do movimento está diferente dos anos anteriores. O Sintuperj denuncia uma série de irregularidades no hospital. De acordo com a entidade, os servidores não encontram na unidade o mínimo de condições de funcionamento. Os equipamentos estariam sem manutenção e faltam medicamentos e material para atendimentos básicos. "Há uma precarização no atendimento. A situação já era dramática antes da ação dos grevistas. E o hospital ainda recebe do Sistema Único de Saúde (SUS) pelos atendimentos que faz, quase sempre incompletos. Como o atendimento será correto se falta material para exames, faltam medicamentos?", reclama a funcionária. O que funciona no hospital Apesar da divergência entre o Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Públicas do estado (Sintuperj) e a direção do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe), um ofício produzido pelo sindicato orienta os trabalhadores sobre quais serviços devem ser priorizados. Os setores de emergência ligados a Cirurgias, Internações, Ortopedia, plantão geral, Laboratório central e o spa de Pediatria continuam funcionando. Outras áreas, como Alergia, Banco de Sangue, Glaucoma, Hematologia, Psiquiatria, Neurologia, Quimioterapia, Transplantes, entre outros, funcionam integralmente. Já o atendimento para troca de receitas está funcionando somente nas áreas de Endocrinologia, Neurologia, Neurocirurgia, Pneumologia, Psiquiatria e Soro Positivo. Nas áreas não-emergenciais, o sindicato determina que não haverá atendimento a novos pacientes. Somente aqueles já internados ou em meio ao tratamento, terão prioridade durante o período de paralisação. Os grevistas também interromperam o tratamento de pacientes particulares que vinham sendo consultados na unidade. Outra orientação do comando de greve é que não deverão ser realizados exames para pacientes ambulatoriais. O Hospital Universitário Pedro Ernesto é referência nacional em procedimentos de Cardiologia e Gestação de Alto Risco, entre outras áreas. A unidade realiza cerca de 400 cirurgias por ano, algumas de procedimentos complexos, como cirurgias cardiológicas e neurológicas. De acordo com os números da Uerj, a quantidade de atendimentos vem caindo nos últimos anos. Em 1999, o HU realizou 697 cirurgias. Em 2002, este número caiu para 576, e em 2003, 431. Nos atendimentos ambulatoriais, o número também foi reduzido. A taxa de ocupação dos leitos, de 94% em 1999, está próxima dos 46% atualmente. Direção nega paralisação da unidade A direção do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe) informou por meio de sua assessoria que a unidade não está com as atividades interrompidas. De acordo com a nota distribuída à imprensa, o Hupe está funcionando normalmente e não há qualquer restrição aos atendimentos de casos graves. A direção confirma, contudo, que os atendimentos marcados pela primeira vez não serão aceitos. "O Hupe está em pleno funcionamento, tendo sido suspensas apenas as primeiras marcações de consultas", diz um trecho da nota. O reitor da Uerj, Nival Nunes, também afirmou desconhecer qualquer paralisação nas atividades do hospital. A diretoria se defendeu das acusações dos sindicatos, de que não haveria medicamentos suficientes e que os equipamentos estariam sem manutenção. Cerca de 95% dos equipamentos da unidade possuem contrato de manutenção preventiva e corretiva, segundo a nota. "Hoje, em conserto, existem oito aparelhos de endoscopia digestiva, dois aparelhos de ultrassonografia, e o equipamento de ressonância nuclear magnética", informa a direção. Sobre as denúncias, a nota esclarece que a falta de medicamentos se deve a atrasos nas concorrências públicas para a compra do material. A tramitação lenta no Tribunal de Contas do Estado (TCE) seria a causa dos atrasos na liberação das concorrências. Segundo a nota, o atraso está sendo suprido com compras emergenciais. As concorrências públicas para compra de medicamentos devem estar terminadas no início de junho. Por último, a direção do Hupe informou que não há qualquer problema de falta de alimentos para os internados na unidade, pois o fornecimento no setor já está normalizado. Folha Dirigida - Ensino Superior - pg. - 11/5 Mais de 100 grevistas da Uerj serviram um sopão na entrada principal da universidade, na última terça-feira, dia 9, ironizando a greve de fome do ex-governador do Estado do Rio, Anthony Garotinho. Os portões da instituição foram fechados durante o ato. A intenção foi chamar a atenção para a paralisação na universidade, devido às reivindicações específicas de cada categoria. O representante do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Gilberto Borges, destacou a união do grupo. "A assembléia dos três segmentos da Uerj foi importante para reafirmar a unidade. A greve vai continuar", anunciou. Já Débora Lopes, do sindicato dos técnicos (Sintuperj), pediu aos docentes que aprovem a realização de uma assembléia comunitária. "Este será o maior resgate do movimento grevista". O Dia - Geral - pg. - 11/5 Ajuda só vale até dezembro. Em 2007, custeio será 25% menor O estado encontrou jeitinho de aumentar a verba mensal de custeio da Uerj e da Uenf mesmo com o corte de 25% no orçamento. A manobra, porém, só as beneficia este ano. Em 2007, o orçamento estará menor. O arrocho é para se adequar à Lei de Responsbilidaed Fiscal. Para compensar a perda, a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação liberou ontem crédito suplementar, via Faperj, de R$ 6,4 milhões. O recurso virá em oito parcelas até dezembro. Assim, as cotas mensais de custeio terão pequeno aumento. Na Uerj, passa de R$ 2.938.696 para R$ 3.012.000 e na Uenf, sobe de R$ 525,5 mil a R$ 639 mil, a partir deste mês. Hoje o Conselho Superior e Ensino, Pesquisa e Extensão da Uerj discute a possibilidade de adiamento do vestibular, para que alunos da rede estadual - que enfrentatam 44 dias de greve - não sejam prejudicados. A primeira prova seria em 25 de junho. Os concursos da Uenf e das academias de Polícia e dos bombeiros também teriam de ser adiados. O Globo - Rio - pg. - 10/5 Os servidores do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe), em Vila Isabel, aderiram segunda-feira à greve na Uerj, que completa hoje 38 dias. O hospital está atendendo somente casos mais graves. Os servidores estão fazendo triagens diárias na entrada do ambulatório, já que a unidade não tem emergência. Como resultado dos seguidos cortes no orçamento da Uerj pelo governo estadual, o hospital enfrenta a falta de medicamentos e alimentos. Além disso, vários equipamentos estão quebrados e falta pessoal concursado. No mês passado a Secretaria estadual de Finanças chegou a firmar um acordo com uma das fornecedoras de alimentos ao Hupe, comprometendo-se a pagar parte da dívida referente ao ano de 2005. Mas, segundo a Comissão de Saúde da Alerj, que vistoriou a unidade, havia outros oito fornecedores com créditos a receber totalizando mais de R$ 1,7 milhão. A crise chegou a levar à suspensão de algumas refeições Jornal do Commercio - Rio de Janeiro - pg. - 10/5 Universidade do Norte Fluminense receberá R$ 630 mil O secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, Wanderley de Souza, informou ontem que a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) e a Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf) não terão redução de cotas de custeio com base em decreto da governadora Rosinha Garotinho, assinado em março último, que objetiva reduzir a pressão sobre os cofres estaduais. "Não haverá corte, pelo contrário, foi possível elevar um pouco a cota mensal devido à importância das duas instituições", observa. Segundo o secretário, será publicado no Diário Oficial, ainda esta semana, que a cota mensal da Uerj, em vez de R$ 2,9 milhões, ficará em R$ 3,12 milhões. Caso houvesse o corte de 25% esse valor seria de R$ 2,2 milhões. Na Uenf, que está prestes a inaugurar um hospital veterinário, os recursos passarão de R$ 550 mil para R$ 630 mil. "As duas instituições têm uma importância fundamental não só para o Estado, mas para o País. Por isso os nossos argumentos foram aceitos e está ocorrendo essa excepcionalidade no momento em que o Governo tenta adequar as contas à arrecadação", reforça Souza. O secretário acrescentou que os recursos usados para elevar a cota mensal da Uerj e da Uenf são do próprio Estado e vêm de fontes como a Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), onde foi necessário providenciar alguns deslocamentos de verbas de programas de apoio às instituições. De acordo com a Secretaria, foi repassado à Uerj, pela Faperj, no ano passado, um montande de R$ 25,5 milhões. Já o orçamento da instituição, que em 2000 ficou em R$ 377 milhões aumentou para R$ 520 milhões em 2005. Folha Dirigida - Educação/Comunidade Acadêmica on line - pg. - 9/5 A Associação de Docentes da Uerj (Asduerj) não perdeu o bom humor apesar da greve da categoria, que já dura mais de um mês. Na chamada para a próxima assembléia da entidade, que acontece nesta terça-feira, dia 9, os professores fazem graça com a greve de fome do ex-governador Anthony Garotinho e anunciam a distribuição de um sopão coletivo, aberto à comunidade em geral, no mesmo dia, no campus principal da universidade. A completa ironia usada para ilustrar a atitude do ex-governador tem explicação. O motivo do descontentamento dos professores e de toda a comunidade acadêmica da Uerj atualmente é o governo do estado, representado pela governadora Rosinha Garotinho, esposa do ex-governador e que, segundo os funcionários da Uerj, contribui decisivamente para o estado de sucateamento em que se encontra a instituição nos dias de hoje. Folha Dirigida - Educação/Comunidade Acadêmica on line - pg. - 9/5 Os funcionários da Uerj resolveram endurecer mais um pouco a guerra que travam com o governo do estado pela melhoria das condições da universidade. A partir da última segunda-feira, dia 8, o Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe), mantido pela Uerj, não recebe mais novos pacientes, em represália à falta de investimentos do governo na unidade e ao corte de 25% no orçamento de custeio mensal da instituição. É a velha história: na eterna briga entre o Poder Público e o funcionalismo, quem acaba pagando o pato é, infelizmente, a população em geral. Folha Dirigida - Ensino Superior - pg. - 9/5 O Ministério Público Estadual ainda não recebeu as denúncias de desvio de dinheiro público no governo do estado, que estão sendo formuladas pela Associação de Docentes da Uerj (Asduerj). A presidente da entidade, Nilda Alves, afirma que os documentos já estão prontos, mas precisam ser analisados pelos advogados da Asduerj antes de serem encaminhados. Nilda confirmou que a denúncia será entregue aos procuradores do MP nos próximos dias. "Nosso advogado ainda não terminou sua avaliação, mas encaminharemos em breve as acusações". De acordo com a assessoria do MP, ainda não se sabe se as novas denúncias serão apuradas separadamente ou reforçarão as ações que já se encontram em andamento contra o governo. Isso dependerá do conteúdo dos documentos e de quando eles serão encaminhados pelos professores. A partir do momento em que a associação der entrada no protocolo, um promotor será acionado e avaliará o conteúdo das denúncias. Para Nilda, contudo, independente de tramitar em conjunto ou separadamente, um novo pedido de investigação vai reforçar as denúncias que já estão sendo apuradas pelos procuradores. O material também reforçará uma ação do deputado estadual Paulo Pinheiro (PPS), que tramita no MP. Logo que o corte de verbas no orçamento da Uerj foi anunciado, Pinheiro entrou com uma ação tentando impedir a redução. "Preparamos um relatório com fotos, mostrando o estado da universidade, e também com as contas atrasadas da instituição, como luz, limpeza, segurança e compra de material”, explicou. Folha Dirigida - Educação/Coluna do Professor - pg. - 9/5 Mais uma entidade que representa interesses de professores decidiu manifestar seu apoio à luta dos docentes da Uerj contra o corte de verbas que sofre a universidade. Trata-se da Associação de Docentes da Rural (Adur), que ressaltou a importância da luta pelas reivindicações da categoria, especialmente em relação aos cinco anos sem reajuste salarial, que submeteram a categoria a perdas de aproximadamente 50%. Os docentes da Rural se solidarizaram ainda em torno da mobilização por melhorias na infra-estrutura e contra o descaso com o ensino público e de qualidade. Folha Dirigida - Ensino Superior - pg. - 9/5 Embora a paralisação de técnicos-administrativos e professores da Uerj continue, a ameaça de corte de ponto levantada pelo secretário estadual de Ciência e Tecnologia, Wanderley de Souza, não vai se confirmar. A reitoria da Uerj disse que a iniciativa não encontrou respaldo interno, e se mostrou disposta a impedir o corte. Contudo, os sindicatos se mostram preocupados com outra ameaça, a de suspensão dos pagamentos. "O secretário já ameaçou suspender o pagamento, o que é um absurdo, pois cortaria de todos, até dos poucos que estão trabalhando", critica a vice-presidente da Associação de Docentes (Asduerj), Denise Brasil. Denise confirma que a reitoria não apoiou a idéia do corte, mas pondera que a categoria só terá certeza que os salários não serão cortados após a próxima quarta-feira, dia 10, data em que são autorizados os pagamentos. "Sabemos que o governo não pode cortar, a menos que diretores de unidade e reitoria informem quem são os grevistas. Como me parece que a reitoria não está disposta a fazer isso, isso nos dá alguma tranqüilidade" , explica. Segundo Denise, a ameaça de Wanderley de suspender o pagamento integralmente é inconstitucional. "Por enquanto ainda não aconteceu, mas se acontecer, certamente buscaremos o caminho judicial para impedir que o governo estadual cometa mais uma atrocidade". Para a pró-reitora de Planejamento da Uerj, Suzana Padrão, a possibilidade de corte está descartada. "Houve uma ameaça da secretaria de cortar o ponto dos grevistas. Mas ela não foi encampada pela reitoria. A administração da universidade entende que a categoria tem seu direito e até agora a conclusão é de que o ponto não setá cortado", finaliza. Folha Dirigida - Ensino Superior - pg. - 9/5 O vice-governador do Rio, Luiz Paulo Conde, deve intermediar a negociação entre os servidores da Uerj e a governadora Rosinha Garotinho. Reunido na última sexta-feira, dia 5, com os funcionários, Conde recebeu as reivindicações da comunidade acadêmica. Representantes da Associação de Docentes (Asduerj) e do Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Públicas do estado (Sintuperj) solicitaram uma audiência com a governadora e fizeram uma exposição sobre os problemas que a instituição está enfrentando com o corte de 25% no orçamento. Ele deixou bem claro que o problema do orçamento é específico. Mas ouviu nossas reclamações e se comprometeu a intermediar a negociação", afirma Denise Brasil, vice-presidente da Asduerj. Enquanto não se encontram com Rosinha, os grevistas mantêm suas atividades. Nesta terça, dia 9, preparam um sopão coletivo para ironizar a greve de fome do ex-governador, Anthony Garotinho, marido de Rosinha. Já na quarta, dia 10, os servidores realizam um ato nas escadarias da Alerj, juntamente com representantes de outras categorias do serviço público estadual. Para o próximo dia 17, a comunidade organiza um novo ato-show no campus Maracanã. O Diretório Central dos Estudantes (DCE) também participa das mobilizações. Além da reposição do custeio da universidade, docentes e técnicos lutam por reajuste salarial. De acordo com Perciliana Rodrigues, coordenadora do Sintuperj, as categorias estão há quase dez anos sem reajuste. Segundo o coordenador do Centro Acadêmico de Direito, Guilherme Pimentel, ao contrário do que foi publicado na última edição, os alunos do curso resolveram não aderir à greve do DCE, após reunião que teve a participação de cerca de 300 estudantes. Folha Dirigida - Ensino Superior - pg. - 9/5 Para Ely Fena, coordenador do Sintuperj na Uenf, tendência é mobilização aumentar e se unificar, caso a crise se amplie Apesar de sofrerem com problemas semelhantes de estrutura e com o corte de 25% no orçamento de custeio mensal imposto pela governadora Rosinha Garotinho, os dirigentes da Uerj e da Uenf não estão sintonizados na hora de negociar com o governo do estado. Os reitores têm se reunido separadamente com o secretário estadual de Ciência e Tecnologia, Wanderley de Souza, na tentativa de recuperar seus orçamentos. Apesar do arrocho salarial e da falta de um plano de carreira para os técnicos-aministrativos, apenas os funcionários da Uerj iniciaram uma greve unificada. Na Uenf, as duas categorias estão em estado de greve, mas ainda não paralisaram suas atividades. Na opinião dos sindicalistas, a desunião faz com que a pressão sobre o governo perca força. "Não há tratamento diferente. Na mídia, o governo gosta de colocar como se desse preferência à Uenf, mas na prática, vemos que ambas estão abandonadas. Por isso os movimentos devem se unir", diz a diretora do Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Públicas do Estado , (Sintuperj), Maria do Socorro. Ely Fena, coordenador do Sintuperj na Uenf, explica que a categoria deve decidir pela paralisação esta semana. Ele critica a postura da reitoria, muito passiva, segundo ele, em relação ao corte. "A reitoria sempre está otimista, mas estamos vivendo uma situação de grande dificuldade aqui dentro. Não sei até quando a universidade vai suportar". O funcionário também acha que não há tratamento diferente por parte do governo e o comportamento das universidades em relação aos problemas é diferente devido às realidades das duas universidades. "A tendência é que Uerj e Uenf se alinhem na medida em que a crise aumentar”, acredita o dirigente. Dirigentes afirmam que realidades são diferentes Entre os representantes das reitorias de Uerj e Uenf, a negociação separada com o governo do estado é vista como algo natural, já que as instituições historicamente têm adotado esta postura. Em Campos, os dirigentes da Uenf condenam veementemente a idéia de que o governo dá prioridade às negociações com a Uenf pelo fato do secretário estadual de Ciência e Tecnologia, Wanderley de Souza, ter sido reitor da instituição. "Isso é muito subjetivo. A negociação é diferenciada porque as instituições são diferentes. Ambas possuem características próprias que podem ser encaradas como prós e contras", afirma o vice-reitor da Uenf, Sérgio Azevedo. Para Sérgio, a única vantagem que a Uenf tem sobre a Uerj está em sua pouca capacidade para arrecadar recursos. "Por exemplo, a Uerj é maior, tem mais peso. Em compensação a Uenf é menor, mais fácil de custear. Um ponto que pode estar pesando é que a Uenf praticamente não arrecada nada por conta própria. Logo, se o governo corta, não temos mais de onde tirar dinheiro. Neste ponto, talvez seja mais fácil de negociar conosco", pondera. Para a pró-reitora de Planejamento da Uerj, Suzana Padrão, as instituições negociam separadamente porque possuem ritmos diferentes. "Isso vem de longa data e a dinâmica sempre foi essa. Não é uma questão de tratamento diferenciado e não acredito que a postura do governo mude com uma e com outra. Simplesmente, por diversas razões, Uerj e Uenf possuem cada uma o seu ritmo", argumenta. Segundo ela, apesar do corte de custeio ter sido igual, as universidades têm carências diferentes. "Cada situação deve ser analisada e daí, talvez, seja mais coerente negociar separadamente. Embora, por vezes, os problemas enfrentados sejam semelhantes", ressalta a dirigente. Jornal do Commercio - Rio de Janeiro - pg. - 8/5 Mesmo com os indicadores de desempenho da Uerj apontando para um crescimento real ao longo dos últimos anos, colocando-a com justiça no ranking das mais importantes universidades brasileiras, alguns setores da instituição,têm passado nos últimos dias a idéia'de que a instituição está em crise. Outras instituições acadêmicas já passaram por crises, caracterizadas pela diminuição do seu corpo técnico-científico, sobretudo dos mais competentes, redução nos indicadores de produtividade, cancelamento de cursos e queda de prestígio no meio acadêmico nacional e internacional. Nada como revelar os números reais sobre a Uerj, quase todos fornecidos pela própria instituição, para permitir à sociedade fluminense avaliar melhor a situação. Ao contrário do que afirmam estes setores descontentes, o orçamento global executado da Universidade vem crescendo a cada ano. Em 2000 foi de R$ 377 milhões. Em 2005,de R$ 520 milhões, valor superior ao orçamento da maioria dos grandes municípios do estado e o maior de sua história. Os recursos cresceram graças ao maior investimento do governo estadual, que compensou a redução da captação, pela Uerj, de recursos de outras fontes. Para apoiar projetos de infra-estrutura de ensino e pesquisa, como criação, ampliação e modernização de laboratórios de informática e ensino, compra de livros etc., a Faperj repassou à Uerj R$ 25,5 milhões em 2005, valor bem superior aos R$ 4,5 milhões liberados em 1998. Posso assegurar que em nenhum outro momento a Uerj recebeu apoio para a infra-estrutura de graduação e de pesquisa como tem recebido anualmente da Faperj. Poucas universidades brasileiras vêm sendo apoiadas em termos de melhoria na infra-estrutura da graduação como a Uerj. Estamos conscientes de que muito ainda tem que ser feito. mas não podemos deixar de mostrar à sociedade o esforço que o governo estadual tem feito para dar à Uerj as condições necessárias de funcionamento. Obras importantes Inaugurado em 1974, e sem nunca ter passado por uma grande reforma ao longo destes 32 anos, o prédio do campus Maracanã da Uerj recebeu em junho do ano passado R$ 1,5 milhão para obras importantes em sua estrutura, como recuperação do telhado, reforma da subestação principal de energia, das instalações hidráulicas, rampas e passarelas. Somente de janeiro deste ano até agora já foram liberados para a universidade mais R$ 882,5 mil para obras de reforma de suas instalações. O Hospital Universitário Pedro Ernesto, ligado à Uerj, recebeu do Fundo Estadual de Saúde, criado pelo governo estadual e duramente criticado, R$ 97,7 milhões em 2005, valores muito superiores aos R$ 21 milhões que recebeu em 2002. Em fevereiro passado foram liberados, apenas para o corrente ano, R$ 12 milhões adicionais para implantação do Núcleo Perinatal, quase o dobro dos R$ 6,6 milhões investidos pelo governo federal para a sua construção. Esses investimentos têm tido retorno. A instituição que em 1993 tinha apenas 153 docentes com o título de doutor, hoje conta com 1.037. Se em 1998 a Uerj contava com 19 cursos de pós-graduação, hoje tem 58, a maioria de excelente nível e prestígio acadêmico. Saltou de 19.803 alunos de graduação e 2.427 de pós-graduação em 1998 para 22.906 de graduação e 3.971 de pós-graduação em 2005. Isso mostra que a Uerj trilha o caminho do crescimento e prestígio ascendentes, sobretudo graças à qualidade do seu corpo docente e técnico-científico, bem como do apoio crescente que recebe do governo do Estado do Rio de Janeiro. Nos últimos dias pude constatar ser esta a opinião dos mais importantes pesquisadores da Uerj com os quais venho mantendo contato. Que os pessimistas de sempre, em geral representados por aqueles que pouco contribuem para o desenvolvimento institucional, abandonem a retórica fácil e participem, com trabalho e com projetos, para o engrandecimento da instituição. A equipe da Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação continuará envidando esforços no sentido de que seja crescente o apoio à Uerj. Wanderley de Souza |
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