Sos Uerj

Criada em 22/04/2006 15:51 por dirfen_biondi_ca | Marcadores: aluno fen func prof

Reproduzimos a partir do CLIPPING UERJ carta de Docentes da Universidade.

C E-mail  -  On line  -  pg.   -   19/4
Leia a carta SOS Uerj, de docentes da Universidade
 
“Para quem está acostumado ao dia-a-dia da Uerj chega a ser estarrecedora a notícia de que o governo estadual determinou que a reitoria realize um corte de 25% na verba de custeio atualmente disponível”

Os professores do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Uerj, Tânia Maria Bessone (diretora), Márcia Pereira Leite (vice-diretora), Clara Mafra (chefe do Depto. de Ciências Sociais), Edgar Marques (chefe do Depto. de Filosofia) e Marcos Gleizer (coord. da Pós-graduação em Filosofia) dizem que o corte de 25% do orçamento da Universidade inviabiliza a manutenção das suas atividades, Leia carta enviada ao “JC e-mail” pelos docentes:

“A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), uma das mais importantes e destacadas instituições de ensino superior do Brasil, atravessa atualmente uma de suas mais agudas crises, cujos desdobramentos poderão inviabilizar sua subsistência como pólo gerador de conhecimento e centro de formação acadêmica de excelência.

A crise atual apresenta duas faces, ambas igualmente importantes e perigosas no que tange às suas conseqüências a curto, médio e longo prazo para a Uerj: a primeira delas é de natureza salarial.

Os salários dos professores da Uerj não receberam nenhum tipo de reajuste desde abril de 2001, o que vem gerando uma defasagem crescente em relação aos salários pagos por instituições de ensino superior públicas e privadas de qualidade equivalente à dela e que perseguem os mesmos objetivos acadêmicos.

Não é difícil prever que a médio e longo prazo tal situação produzirá, por um lado, a saída da porção mais qualificada do corpo docente, em busca de uma remuneração condizente com essa sua elevada qualificação, e, por outro, a diminuição da "atratividade" da Uerj para novos docentes, levando pesquisadores promissores a buscar uma outra instituição para o desenvolvimento de sua carreira acadêmica. A questão salarial também afeta o conjunto de funcionários, com o risco de uma evasão dos mais qualificados, o que privaria a Universidade de suporte indispensável ao pleno desenvolvimento de seus objetivos acadêmicos.

A outra face diz respeito às condições de trabalho e de estudo oferecidas atualmente pela Universidade.

Em função de um orçamento claramente insuficiente para a manutenção de uma Universidade realmente comprometida com a pesquisa e o ensino de excelência, assim como com a reversão do estado de profunda injustiça social que caracteriza nosso país, propiciando o acesso de todos a um ensino superior público de qualidade, inclusive através de sua política de cotas, a Uerj tem apresentado um quadro de grave deterioração de suas instalações físicas, facilmente constatável por todos que a visitem.

Há paredes caídas, portas quebradas, banheiros interditados, tetos com infiltração, bebedouros que não funcionam, computadores sem ligação com a internet, dentre outras mazelas.

Como o orçamento atual não é suficiente nem para manter a Universidade em seu funcionamento normal, é claro que pouco sobra para investimentos na aquisição de material bibliográfico e de pesquisa. Boa parte dos recursos atualmente disponíveis na Uerj para tais investimentos é fruto da concessão de auxílios por parte das agências de fomento a pesquisadores da instituição, e não de verbas próprias da Universidade.

Assim, para quem está acostumado ao dia-a-dia da Uerj chega a ser estarrecedora a notícia de que o governo estadual determinou que a reitoria realize um corte de 25% na verba de custeio atualmente disponível.

Levando-se em conta o atual estado de degradação física da Uerj e o fato de que ela, segundo informações da Reitoria, já acumula uma dívida de R$ 9 milhões junto à companhia fornecedora de eletricidade, parece claro que tal corte simplesmente inviabilizará o funcionamento da Universidade, sendo, portanto, no mínimo, insensata e temerária sua implementação.

A Uerj está vivendo, então, um momento decisivo, em que se corre o risco de perda tanto do patrimônio humano quanto do patrimônio material acumulado ao longo das últimas décadas. Para se evitar que essa perda se concretize, é necessário que o mundo acadêmico e a sociedade civil se mobilizem no sentido de tornar clara para os governantes do Estado do RJ a importância inestimável da Universidade do Estado do RJ para a educação, ciência e cultura de nosso país, solicitando:

(1) abertura imediata de negociação com a representação sindical dos docentes e servidores técnico-administrativos da Universidade, visando à concessão de reajuste salarial e

(2) a revogação do corte de 25% da atual verba de custeio, a ser implementado em maio próximo.

Uma vez tomadas essas medidas emergenciais, será hora de, com toda serenidade e seriedade impostas pela importância do patrimônio do povo e do Estado do Rio de Janeiro e da sociedade brasileira que é, de fato, o que está em jogo, instituir um canal efetivo de comunicação entre a comunidade acadêmica da Uerj, o governo estadual e a Assembléia Legislativa no sentido de buscarmos em conjunto a implementação de políticas que permitam que a Universidade se desenvolva e cumpra plenamente todos seus objetivos.”

Luiz Biondi e Carlos Alberto
Direção da FEN
Gestão Participativa



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