Reproduzimos matérias publicadas nos Órgãos de Imprensa e divulgados no CLIPPING UERJ. "Folha Dirigida - Anotações - pg. - 20/4 Alta temperatura Em greve há mais de 15 dias, os problemas vividos pela Uerj renderam mais uma tensa reunião entre o secretário Wanderley de Souza e o reitor Nival Nunes. Durante a conversa, o secretário sugeriu uma forma de diminuir os gastos da instituição, descartada, de pronto, pelo reitor. A proposta seria a utilização dos "Reservistas da paz" - tropa do estado (contratada sem concurso) na segurança da Uerj. Eles atuariam em lugar dos seguranças tercerizados que trabalham junto com funcionários concursados. O reitor não acolheu a sugestão. Acha que falta qualificação no critério de seleção desses "Reservistas da paz". Alta violência A maré não anda nada boa para a Uerj. Pacientes e funcionários do Hospital Pedro Emesto, em Vila Isabel, presenciaram cenas preocupantes no início da semana. Depois de uma fortíssima discussão, um calouro de Medicina apontou uma arma para um veterano. Deu dois tiros para o alto. Após minutos de gritos e muita correria, os dois brigões foram levados para casa por amigos. Ninguém prestou queixa. No entanto, existe um clima de apreensão dentro do hospital.
E continua a queda-de-braço entre o governo do estado e os representantes da área educacional. Dispostos a cortar gastos para fechar as contas de 2006, os integrantes da área econômica do governo Rosinha Garotinho não hesitaram em cortar 25% dos gastos em todas as secretarias estaduais. No caso das universidades, esqueceram de avisar aos secretários da Fazenda e do Planejamento que, sucessivamente, o orçamento de custeio vinha sendo cortado, ano após ano, até chegarmos à situação atual, em que uma greve conjunta paralisa a Uerj, e em que a Uenf ameaça fazer o mesmo. Ou seja, praticamente todo o estado. do Rio pode ficar sem aulas no ensino superior até que o impasse seja solucionado. Sobre a crise que se abateu sobre a área educacional do estado atualmente, duas questões chamaram a atenção durante a apuração dos fatos pela equipe de reportagem da FOLHA DIRIGIDA: em entrevistas separadas, o reitor da Uerj, Nival Nunes, e o secretário estadual de Ciência e Tecnologia, Wanderley de Souza, discordaram categoricamente quando o assunto foi o custeio da maior universidade do estado. Enquanto o reitor apresentou números que mostraram a redução das verbas para custeio desde 2001, o secretário afirmou que o orçamento da Uerj vem crescendo ano após ano. Não é preciso ser nenhum gênio para perceber que as duas contas não estão batendo... Outra questão interessante é entender porque os secretários de Ciência e Tecnologia e de Governo, Ricardo Bittar, receberam os grevistas da Uerj e da rede de ensino médio, se nenhuma proposta concreta para o fim da paralisação seria apresentada aos funcionários. Para ficar somente na conversa, seria melhor fazer igual à governadora, que desde o inicio da crise ainda não emitiu nenhuma opinião ou parecer sobre a situação da Educação no estado que dirige. Desilusão Em tempos de vacas magras com relação ao orçamento da instituição que dirige, o reitor da Uerj, Nival Nunes, não tem escondido a mágoa quando o assunto é a relação com o governo do estado. Apesar de tentar disfarçar a insatisfação e de adotar um tom político publicamente, o dirigente confessou, durante entrevista, que teme pelo futuro da instituição. "Meu temor é que a Uerj possa viver um momento semelhante ao enfrentado pelas escolas públicas de ensino médio atualmente. Na minha época de estudante, tínhamos orgulho de estar na escola pública e hoje isso já não acontece mais". Falando nisso... E por falar na crise da Uerj, nesta quinta-feira, dia 20, o Conselho Universitário se reú'ne para discutir o corte no orçamento e a greve dos três segmentos da instituição. Folha Dirigida - Educação - pg. 07 - 20/4 Além do pedido ao MP, Paulo Pinheiro também apresentou proposta de decreto legislativo, na tentatíva de anular o decreto da governadora. "Infelizmente, a comissão de Orçamento não tem poder para alterar estes números ou reduzir o corte. A decisão sobre cortar ou não é do governo estadual. Mas podemos tentar derrubar o decreto para alterar esta situação", explica. O líder do governo na Alerj, deputado Noel de Carvalho (PMDB), prefere apostar no diálogo para solucionar o impasse. "O corte não é um ato de perseguição à Uerj. Pelo contrário, foi um corte geral, em todas as pastas. Depende de gestão política de ordem financeira para que se chegue a uma solução coerente", argumenta. Sobre o decreto de Paulo Pinheiro, o líder do governo acredita que ele não terá grande repercussão. "A intenção do deputado é boa, mas um decreto Legislativo só revogaria outro do Executivo se este desrespeitasse o Orçamento e não é o caso. A governadora, por uma questão momentânea, decretou um corte. Mais adiante, a situação pode voltar à normalidade. O orçamento é uma previsão. Ele não é imperativo. O diálogo é o melhor caminho para solucionar este problema", pondera.
A mobilização de alunos, funcionários e professores da Uerj para impedir o corte de verbas da instituição continua nesta quinta-feira, dia 20. Sindicalistas e estudantes farão protesto na escadaria da Alerj. Segundo Perciliana Rodrigues, coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Públicas do Estado do Rio de Janeiro (Sintuperj), as escadarias da assembléia serão lavadas. "Queremos lavar a política do nosso estado", diz. A comunidade também elogiou a postura dos ex-reitores, que divulgaram carta pedindo urgência do governo na resolução dos problemas da instituição. Para Perciliana, é importante que os ex-dirigentes exerçam uma pressão institucional, que ajudará no bom andamento das negociações. Mas, a sindicalista faz uma ressalva. "O que não pode é eles divulgarem carta reclamando e depois mandarem presentes para a governadora. Este tipo de representação é primordial, pois é papel dos reitores representar tanto os interesses públicos quanto da comunidade acadêmica", explica. Para a professora Nilda Alves, presidente da Associação de Docentes (Asduerj), a carta dos exreitores tem significado importante, pois mostra que o movimento grevista da Uerj não está baseado em lutas ideológicas e políticas, como constantemente são acusados os funcionários que paralisam suas atividades. "Esta carta mostra para a toda a sociedade que os problemas são reais, concretos, pois a nossa universidade está completamente abandonada pelo governo estadual". A Asduerj colocou o documento em destaque na sua página eletrônica. Ameaçada de ter o orçamento de custeio cortado em 25% a partir do próximo dia 10 de maio, a Uerj vive um momento delicado financeiramente e na parte acadêmica, com a greve dos três segmentos (docentes, técnicos-administrativos e alunos). Em entrevista à FOLHA DIRlGIDA, publicada no último dia 13, o secretário estadual de Ciência e Tecnologia, Wanderley de Souza, criticou a administração da universidade, citando a falta de planejamento da instituição. O reitor da Uerj, Nival Nunes, por sua vez, devolve a bola ao secretário, questionando o planejamento do orçamento estadual. Em entrevista, o reitor novamente comenta a crise na instituição. PLANEJAMENTO "Me espanto com a declaração do professor Wanderley sobre falta de planejamento. Tive uma reunião com ele no último dia 10 e o secretário demonstrou não conhecer as fontes de custeio da universidade. Primeiro ele tem que tomar conhecimento de como funciona o orçamento. Fico preocupado, e solidário, porque toda vez ele fica pipocando, tentando pagar ora a Light, ora o serviço de limpeza, isso não só da Uerj, mas das demais instituições ligadas à secretaria. Visto isso, que planejamento o Estado tem? Essa é a minha pergunta". PRIVATIZAÇÃO "Ele (Wanderley) criou uma instituição de ensino superior recentemente para atender à iniciativa privada. Entendo que uma universidade pública deve atender ao interesse da sociedade. A soberania do Estado tem um significado muito importante e isso era entendido pelo Brizola, Moreira Franco e até pelo Garotinho. Pelo que o secretário conversou conosco, ele é a favor de mecanismos para se pagar até reforma de banheiros. Mas as coisas básicas não podem ser por projetos. O custeio da universidade é dever do Estado". RECURSOS EXTERNOS MOMENTO ACADÊMICO "Se a Uerj hoje vive um dos melhores momentos acadêmicos de sua história, certamente não é por conta dessa gestão que está no governo, é um projeto de Estado. Esse momento hoje é fruto de um trabalho coletivo e um pensamento de um ideal universitário que vem de mais de 20 anos". DIÁLOGO "Essa greve é dos três segmentos e o diálogo com a reitoria tem sido tranqüilo, da mesma forma que era com os secretários de governo, quando os movimentos sociais aguardavam uma resposta. Só que isso vem de muito tempo e quando liguei para o secretário não houve posicionamento. Por isso não achei que o movimento foi radical ao deflagrar a greve". "A diminuição dos gastos com professores substitutos, como colocou o secretário, é uma reivindicação de senso comum. Capacitamos doutores, eles vão para a pós-graduação, e fica uma lacuna na graduação. Quando sai do Conselho Universitário, o orçamento prevê os concursos públicos, mas isso é cortado. Me espanta ele falar isso, porque ele também participa das negociações do orçamento da Uerj". MOBILIZAÇÃO "Fiquei muito feliz com a carta dos ex-reitores da Uerj à governadora Rosinha e as discussões das . assembléias das categorias e percebo que é uma coisa acadêmica, com princípios universitários concretos e não princípios políticos extrauniversidade. A mobilização aumenta e é uma característica dos próprios movimentos envolvidos". SAÍDA DA CRISE CORTE DE PONTO CORTE NO ORÇAMENTO "Prefiro pensar que isso não vai acontecer. Não sei onde haverá corte. Mas nunca cortaria as bolsas dos estudantes e contratos de professores e técnicos em posições que julgamos importantes. O corte no custeio é preocupante, mas também tem outras cotas, por exemplo de prestação de serviços para secretarias do próprio governo". SERVIÇOS ESSENCIAIS “Conversamos com a associação dos docentes, a administração não pode parar e esses trabalhos estão sendo desenvolvidos, sobre atividades de pesquisa. O Conselho Univérsitário e o Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão estão funcionando, porque negociamos isso". Secretário vai negociar com a área econômica O secretário estadual de Ciência e Tecnologia, Wanderley de Souza, se reunirá nos próximos dias com a Secretaria de Controle para tentar solucionar o impasse em relação ao orçamento da Uerj. O dirigente preferiu não se manifestar sobre as declarações da comunidade acadêmica da Uerj a respeito de sua entrevista, publicada na semana passada. De acordo com a assessoria do secretário, o assunto já foi discutido com a reitoria da universidade e os relatórios orçamentários serão encaminhados à Secretaria de Controle. A decisão final quanto ao corte caberá à governadora Rosinha Garotinho. Na última segunda-feira, dia 17, o secretário divulgou nota em que explica que todas as reivindicações estão sendo encaminhadas. Wanderley se diz favorável ao reajuste dos funcionários, mas afirma que a negociação só prosseguirá com o retomo às atividades. Em relação ao corte de 25%, o secretário diz que foi necessário para manter o equilíbrio fiscal. "A Secretaria já ouviu a argumentação das reitorias da Uerj e Uenf sobre a conseqüência da referida redução de suas atividades e neste momento discute com a equipe econômica do estado uma composição das verbas de custeio", esclarece. A Uerj pode ter seu orçamento e custeio mensal reduzido em 5% devido a um decreto da governadora. A instituição alega que chegou ao limite. A crise ganhou maior repercussão com a greve geral de alunos, professores e funcionários, que além de exigirem mais recursos para instituição, cobram reajuste salarial das categorias. Se o corte for mantido em todas as secretarias estaduais, a Uenf também será afetada.
Acabou em tumulto e pancadaria a manifestação promovida ontem à tarde por cerca de 200 estudantes da Uenf, na BR 101, perto do Shopping Estrada. Eles protestavam contra o corte de verbas na universidade e provocaram um gigantesco engarrafamento, que durou quase uma hora. Policiais militares e rodoviários federais estiveram no local e tentaram negociar a liberação de uma das pistas, mas os estudantes sentaram no asfalto e começaram a gritar palavras de ordem em defesa da universidade e contra a governadora Rosinha Matheus. Quando, finalmente, os estudantes decidiram encerrar o ato, começou a confusão. Um PM teria lançado spray de pimenta contra os manifestantes, provocando correria e revolta entre os alunos. Dois deles foram detidos e levados para a 134ª DP, mas logo foram liberados. Bastante revoltados, os estudantes chegaram a esboçar um movimento de resistência, mas foram desaconselhados por professores. Nem os próprios PMs escaparam do spray. Um deles, ao lançar o gás contra a multidão, acabou atingindo vários colegas. Os PRFs que acompanharam toda a movimentação criticaram a intervenção da PM. Segundo o assessor de comunicação, Iury Guerra, a PRF sabia da manifestação e tentava a liberação de uma pista. “Estava tudo caminhando bem. De repente, não sei se houve um mal-entendido, a confusão começou. Quero deixar bem claro que a PRF não iria agir com gás de pimenta nem com violência. Se houve, não foi a PRF”, afirmou Guerra. Manifestação para denunciar descaso Para a estudante Marcela de Oliveira, aluna do terceiro período de Ciências Sociais, o protesto de ontem foi para denunciar o descaso do governo estadual com a Uenf. Ela teme que a qualidade do ensino fique comprometida com o corte da verba de manutenção. “Fomos para as ruas para pressionar a governadora a rever sua posição, mas ela não quer negociar. A Uenf já está perdendo professores e pode ficar sem água, luz e telefone. Nós, alunos, estamos desesperados, porque não temos moradias nem bandejão”, reclamou a estudante. Mineira do Vale do Jequitinhonha, Marcela quer a manutenção da quota mensal de custeio. “É o mínimo que a governadora pode fazer por nós”, disse. O presidente da associação dos docentes (Aduenf), Hernán Maldonado, também esteve na 134ª DP negociando a liberação dos estudantes detidos. Segundo ele, o tumulto é mais um reflexo do que vem acontecendo no governo estadual. “A governadora faz os cortes e culpa a Lei de Responsabilidade Fiscal. Na minha avaliação, ela deveria cuidar melhor das contas do Estado, ao invés de ficar lamentando os cortes das duas universidades públicas”, disse Maldonado. Secretário afirma ser favorável à exigência Em nota divulgada terça-feira, o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Wanderley de Souza, afirma que tem dado parecer favorável e encaminhado às instâncias superiores as várias reivindicações apresentadas, sobretudo as relacionadas com planos de cargos e vencimentos e reajuste salarial. Esclarece, ainda, que todas as esferas governamentais reconhecem a necessidade de reajuste dos salários. No entanto, tal correção não pode ser feita em prejuízo das finanças do estado. Com relação ao corte de 25% nas despesas de custeio de todas as instituições do Estado, a ser implantada a partir de maio próximo, ele diz que foi necessária, visando o equilíbrio fiscal. “Os casos específicos estão sendo analisados. A secretaria já ouviu a argumentação das reitorias da Uerj e da Uenf sobre a conseqüência da referida redução nas suas atividades e, neste momento, discute com a área econômica do governo do estado uma recomposição da verba de custeio. Procura também alternativas para continuar a política de apoio crescente às instituições”, continua o documento do secretário. Estudantes e professores da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), em Campos, fecharam no fim da tarde de ontem o tráfego na BR-101, para protestar contra o corte de verbas de custeio anunciado pelo governo estadual. Alunos e professores sentaram e deitaram na pista. O trânsito ficou completamente parado por 40 minutos, a partir das 16h. Houve um engarrafamento de 30 quilômetros nos dois sentidos. A manifestação terminou com um tumulto. Dois estudantes foram detidos pela PM, que usou spray de pimenta para dispersar os manifestantes. A paralisação foi na entrada de Campos, em um entroncamento conhecido como Trevo do Índio. A Polícia Rodoviária Federal estava negociando o fim do protesto quando a PM chegou. O comandante do 8 BPM (Campos), coronel Mário Pinto, disse que aparentemente a tropa agiu de forma correta e, se for constatado excesso, o caso será investigado. Também ontem na BR-101 no trecho entre Campos e Vitória, no Espírito Santo, moradores fecharam a rodovia com barricadas de pneus queimados para protestar contra o atropelamento de duas pessoas nesta semana. Houve engarrafamentos nos dois sentidos da estrada, mas a Polícia Rodoviária Federal negociou com os manifestantes e no inicio da noite a pista foi liberada. A manifestação durou meia hora."
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